A CAMPANHA
PROPOLAR 2012-2013
Novembro de 2012 a Março de 2013
PROPOLAR 2012-2013
Novembro de 2012 a Março de 2013
O voo de CHC para a Base Scott a 11 de Janeiro durou 8 horas, e devo de dizer que tivemos uma viagem muito confortável e tranquila com bastante espaço principalmente para as pernas, o que é bom quando temos botas gigantes calçadas!! A aproximação ao continente gelado fez-se notar com o avistar do mar intercaladamente gelado a partir de uma das únicas seis janelas do avião, o que para mim foi uma imagem deslumbrante. O transfer para a base dos passageiros maravilhados com a paisagem, deu direito a momentos de longas esperas para serem criadas as condições de viação necessárias na auto-estrada gelada. Aparentemente nalguns troços da estrada o gelo não tinha a espessura suficiente para aguentar com o peso de um autocarro monstruoso com cerca de 40 passageiros insuflados com tantos casacos. Fomos recebidos na Base Scott por uma equipa de boas vindas muito simpática, onde nos indicaram os nossos cacifos, fizeram-nos amavelmente uma visita a toda a base, com referência às regras básicas de utilização e indicaram-nos os quartos. Devo de dizer que fiquei surpreendida com o conforto, organização e limpeza desta base, sentimo-nos em casa. Deixo-vos o link com fotos (http://www.antarcticanz.govt.nz/home). Os dois dias seguintes (Sábado e Domingo, 12-13 Jan) foram marcados por grande agitação com múltiplas reuniões de organização do evento de modo a preparar tudo o que era necessário para a estadia no campo. Juntamente, eu e mais três elementos da equipa, fomos submetidos a uma série de atividades de treino, que incluiam pernoitar uma noite no campo. Durante este período de treino ensinaram-nos a seleccionar o nosso kit de dormir, por sinal bem quentinho, a montar e desmontar tendas, todas as regras para minimizar impactos ambientais, e muitos outros pequenos aspectos que acabam por ser importantes. No primeiro dia do campo de treino o vento soprava a uma velocidade tal, que nos vimos aflitos para erguer as tendas, mas em compensação, no dia seguinte acordamos com o céu completamente limpo que nos possibilitava avistar o monte Erebus ao longe. No Domingo à noite tivemos uma última reunião onde os objectivos da missão K020, onde está inserido o projecto NITROEXTREM, foram novamente relembrados e a escala dos diversos voos para colocar o equipamento e a equipa de 15 elementos no campo anunciada. Esta campanha tem como objectivo amostrar uma zona com cerca de 500 km2 dos vales desérticos da Antártida. A maior parte dos pontos de amostragem seleccionados localizam-se na área do Vale Vitória, e por essa razão o acampamento principal foi montado no Vale Victória junto ao glaciar “Upper Victoria Valley”. As amostras serão depois analisadas em termos geoquímicos, serão realizadas algumas datações, além da análise detalhada das comunidades de invertebrados e de microrganismos pelos diferentes especialistas da equipa. No âmbito do projecto NITROEXTREM, irão ser analisadas a diversidade e abundância das comunidades microbianas implicadas no ciclo do azoto.
No dia 16 de Janeiro, terça-feira parti para o acampamento num voo de Helicóptero deslumbrante que durou 45 minutos. Começamos por sobrevoar o “Ross Sea” e depois mergulhamos nos Vales Desérticos da Antártida até chegar ao Vale Vitória, aqui o gelo começa a escassear e as várias tonalidades de castanho dominam a paisagem com os glaciares a penetrarem nos vales. Eu e três colegas fomos os últimos membros da equipa a chegar ao campo, logo quando chegamos o acampamento principal da missão já estava montado com toda a equipa no terreno.Após a chegada ao campo foram formadas equipas de dois membros cada e comunicadas as tarefas de amostragem bem como os voos que estariam associados a cada uma das missões. Eu, juntamente com mais um colega de equipa, fiquei responsável por colher amostras em alguns locais relativamente perto do campo principal (3-4 Km) bem como noutros locais mais afastadas onde fomos colocados de Helicóptero, ficam aqui algumas fotos destes dias fabulosos de amostragem. Todas as equipas móveis estavam sempre em contacto por rádio com a Base Scott e com o acampamento principal onde tinham de reportar 2 em 2h o historial das suas actividades. Normalmente ao fim do dia as amostras eram organizadas e alguns parâmetros medidos antes de as mandar para a Base Scott, onde eram armazenadas após um dia da sua colheita nas condições ideais. Juntamente a estas atividades científicas juntavam-se uma série de atividades domésticas, como cozinhar, de limpeza e também de lazer em que toda a equipa participava com entusiasmo. Durante a nossa estadia no campo, tivemos a honra de receber a visita do primeiro-ministro da NZ e sua mulher que permaneceram cerca de uma hora no nosso acampamento. A visita foi relativamente curta mas o P.M. ainda teve tempo para colher uma amostra de solo do Vale Vitória. Catarina Magalhães Lasts checks. We have packed everything, all the instruments are working and most of the biological samples are in conditions to be sent to Italy for the deepest analysis. For the first time this year thanks to new installed technology, it will be possible to control the instruments through the internet address of the different systems directly from everywhere in the world. This facilities is still in testing phase, so it's not free accessible for each one!!! Maybe in the next future !!! Unfortunately, at lunch time, the expedition leader communicated to the people leaving Antarctica on the 2nd of February (26 person including me) the impossibility to perform the transfer to McMurdo (as it was 25 days ago for the arrival) since the weather conditions were not good. So we have to wait. Probably for 2/3 days.
Daniele Bortoli For kindly concession of the Italian Program for Antarctic Research (PNRA) 28 Jan Confirmation from the Rescue 30 Jan It's almost time to leave MZS (the trip is foreseen for the 2nd of Feb), so today I went to remove the radiometer (mod MFR7) installed on the roof of one of the container at the Icaro camp. due to the snow of 2 days ago, I had to go to the camp with the helicopter. There was a little bit of wind, but everything was done in two hours. During the 'nights' without seminars at MZS, beside the always big quantity of food, cakes and chocolate in the canteen there are different activities that can be done: watching recorded movies on the TV, go out to walk a little near the station or....work, so I was able to process the spectral data measured by the GASCOD in 2012. The analysis of the seasonal variation of the nitrogen dioxide (NO2) total content. Figure - NO2 vertical columns for 2012 at MZS retrieved from the GASCOD spectral measurements. Daniele Bortoli For kindly concession of the Italian Program for Antarctic Research (PNRA) For the third Saturday since when I was here is snowing. More than 80cm of snow in less than 24 hours. The main problems arise two day after, when all the personnel was involved in order to remove the snow from the most used Daniele Bortoli For kindly concession of the Italian Program for Antarctic Research (PNRA)" Press release from Kenn Borek Air Ltd. On Friday evening a C130 made a visual contact with the overdue aircraft in Antarctica. The lost twin otter impacted a steep snow ice covered mountain slope. No signs of activities are evident in the area and it appears that the impact was not survivable.
Daniele Bortoli For kindly concession of the Italian Program for Antarctic Research (PNRA) A very bad news at MZS. The contact with a twin otter flying from SouthPole to McMurdo is lost. On board 2 pilots and a technician. Due to the bad whether condition any rescue has to be delayed at least of 24h.
Daniele Bortoli For kindly concession of the Italian Program for Antarctic Research (PNRA) This year every Monday and Thursday a seminar is done by the personnel (not only the scientific, but also the logistic people) in order to inform the participants of the main activities of the other members of the expedition. This year I didn't present anything, since last year (XXVII expedition 2011/2012) I gave a speech regarding "Minor atmospheric compounds -
trace gases and ozone hole at high latitudes: how, when and why!!!", that, as suggested by the title, covered many aspects of the ozone and the chemically related compounds here at high latitudes. Daniele Bortoli For kindly concession of the Italian Program for Antarctic Research (PNRA) The guys never went to Antarctica have to be introduced in the Antarctic society with an examination to be performed in front of the king and the queen of the station (this is a new tradition, since some years ago the main characters were the god of the oceans - Neptune - and his wife...but the result is the same....very funny) This 'ceremony' is called 'spinguinamento' and it take place in a very nice chalet build near the station: the 'Pinguinattolo' .Figure 1 - The Pinguinattolo. Daniele Bortoli For kindly concession of the Italian Program for Antarctic Research (PNRA). Após uma primeira tentativa lúdica, mas bem sucedida, ontem à tarde, a pesca de hoje já foi uma actividade profissional. Canas, linhas, anzóis, chumbadas, contentores, chalavares... check! Fatos de sobrevivência, rádio, remos, ancora, cabos, flares, e depósitos de gasolina cheios... check! Tudo OK e o tempo ajuda... segundo a previsão haverá condições favoráveis até cerca das 15.00h. Afinal os polacos não estão motivados para a pesca. Assim, às 10.15h eu e o Bruno zarpamos sozinhos no zodiaco e apontamos ao centro da Baía. O local ideal para pescar não está longe da estação, e o morro do Point Thomas abriga-nos do vento noroeste. Após cerca de 10 minutos paramos o motor e iscamos os anzois. O sabor do dia: carne de porco. Lançamos... não tarda muito até que começam a morder... primeiro o Bruno, e depois eu, vamos recolhendo vários exemplares de Nothotenia rossi, o Antarctic marbled rockcod, (qualquer coisa como o bacalhau-da-rocha marmoreado antarctico), entre 25 e 35 cm de comprimento. Por vezes duas ou até três na mesma linha, o que já dá alguma luta. O vento empurra-nos ao longo da baía, e quando ultrapassamos as rochas junto ao farol de Arctowski, as vagas aumentam, e é tempo de ligar o motor e voltar ao ponto inicial. Após um par de horas, várias passagens, e encontros imediatos com skuas, pinguins, petreis e uma baleia, que nos tirou a atenção da pesca por uns minutos, é tempo de ir a terra deixar o peixe. Cerca de 25 exemplares... não está mal. Recomeçamos e às 14.45 damos por terminada a faina. Ao todo, 40 peixes hoje, mais uns quantos que escaparam, e que se juntam aos 12 de ontem, por enquanto sem baixas... e ainda mais 6 Notothenia coriiceps, um peixe maior a que os brasileiros chamam Cabeçuda, que afinal não vão ser necessários para a experiência... o que fez a alegria de Piotr, o cozinheiro. Hoje foi um bom dia.
Pedro M Guerreiro e Bruno Louro Estamos na base búlgara desde dia 30 de Janeiro. Os dias têm sido de trabalho intenso e não temos tido tempo para publicar posts no blogue. Além disso, aqui não temos email. Só ontem, depois de muitas tentativas, conseguimos, subindo a um monte próximo, até ao qual vamos de moto de neve, aceder à rede wi-fi da Base Antártica Espanhola, que fica a alguns quilómetros. É dificílimo conseguir captação da rede e perde-se mais de 1 hora para aceder ao email. Além disso, a ligação é muito lenta e não tem capacidade para o envio de fotografias, pelo que até 15 de Fevereiro, apenas enviaremos texto, que depois atualizaremos com fotos. Aproveito para apresentar brevemente a nossa equipa de investigação e os objetivos da campanha. Durante este mês na Antártida, estarei com a Ana Salomé David, estudante de mestrado do CEG/IGOT-UL e o António Correia, Professor e investigador do Centro de Geofísica da Universidade de Èvora.
Os primeiros 15 dias serão passados na ilha Livingston e depois, iremos para a ilha Deception, onde nos encontraremos com dois estudantes de doutoramento, a Alice Ferreira (CEG/IGOT-UL) e Gabriel Goyanes (Universidade de Buenos Aires), que são a equipa A do projeto PERMACHANGE. As nossas atividades enquadram-se num programa de longo prazo, que iniciámos aqui em Livingston em 2000, mas que atualmente já inclui vários outros locais da Península Antártica, numa colaboração com a Argentina, Bulgária, Espanha, E.U.A. e Rússia. Os nossos trabalhos visam compreender de que modo o solo permanentemente gelado da região da Península Antártida, se está a comportar face às mudanças climáticas. Para isso, desenvolvemos uma série de atividades interdisciplinares, com o objetivo de diagnosticar o estado atual do permafrost na região, permitindo também compreender a sua sensibilidade face a diferentes cenários climáticos. Para isso, temos instalado ao longo da última década, várias perfurações e estações meteorológicas, onde registamos dados das temperaturas do solo e dados meteorológicos. Estamos também a efetuar trabalhos de geofísica, através de perfis de resistividade elétrica, que permitem conhecer a distribuição do solo gelado em profundidade. Esta é a tarefa principal do António Correia. Por outro lado, desde há 4 anos, que vimos monitorizando a deformação do terreno em vários locais, através da utilização de GPS diferencial e, mais recentemente, também usando imagens de satélite. Os trabalhos de manutenção do equipamento meteorológico e das perfurações, bem como o DGPS, são as minhas tarefas principais. A Ana Salomé, além de nos vir ajudar, está também a recolher dados sobre vegetação para a sua tese de mestrado que se foca sobre o uso de biondicadores, como indicadores da cobertura de neve. Vou dedicar os meus próximos posts, a explicar um pouco melhor cada um destes temas. Agora, vou voltar ao trabalho, porque tenho a mesa cheia de data loggers para reprogramar. Um abraço desde a Antártida! Gonçalo Vieira |
Consulta de posts por projeto
Tudo
Consulta de posts por ordem cronológica
Julho 2013
|