DIÁRIOS DE CAMPANHA
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O projeto PERMANTAR é um projeto de longo prazo que se baseia na monitorização do solo permanentemente gelado da região da Península Antártica, bem como de diferentes parâmetros ambientais, para compreender a dinâmica das áreas sem glaciares da região. As campanhas na Antártida são geralmente complexas, envolvendo várias equipas no terreno, que fazem observações, mantêm instrumentação e recolhem amostras ao longo de um transecto latitudinal de cerca de 400 km desde a ilha Dundee até ao arquipélago de Palmer. O projeto faz parte das redes internacionais Thermal State of Permafrost (TSP) e Circumpolar Active Layer Monitoring (CALM) da International Permafrost Association e Global Terrestrial Observing System, contribuindo com dados para a Global Terrestrial Network on Permafrost (GTN-P). O projeto está também enquadrado nas atividades do Expert Group on Permafrost, Soils and Periglacial Environments do SCAR. É um projeto financiado pela FCT, coordenado pelo CEG/IGOT – Universidade de Lisboa e que conta, pela primeira vez, com a participação do IPMA que colabora na manutenção da rede de estações instaladas na Península Antártica. O projeto PERMANTAR integra ainda equipas da Universidade de Évora, Universidades de Alcalá e Oviedo (Espanha), Universidade Federal de Viçosa (Brasil), Universidade de Buenos Aires (Argentina) e Universidade de Sofia (Bulgária). A rede de observatórios PERMANTAR é uma das mais importantes da Antártida, quer pela sua extensão geográfica, quer pela profundidade das sondagens que estão a ser atualmente monitorizadas.
A campanha de 2016-17 terá atividades nas ilhas Deception, Livingston, arquipélago de Palmer e Cierva Cove, centrando-se os diários de campanha nas duas últimas, pois os dois locais inicialmente referido serão mantidos por colegas envolvidos nos projetos CHRNOBYERS e PERMASNOW. A preparação da presente campanha iniciou-se em Março de 2016, com o envolvimento do IPMA e do meteorologista João Ferreira que vem agora à Antártida para apoiar na manutenção do equipamento observacional e para tomar um primeiro contacto com o terreno, de modo a melhor avaliar as necessidades instrumentais para o futuro. Da parte do CEG/IGOT, venho eu, Gonçalo Vieira, que sou coordenador do projeto e realizo a minha 10ª missão na Antártida. Neste diário de campanha iremos colocando informações de natureza científica, mas também pessoais sobre o decorrer da campanha, que se inicia a 8 de Fevereiro e termina a 23 de Fevereiro, com o apoio logístico dos programas espanhol (navio oceanográfico Hespérides) e sul-coreano (voo de regresso Antártida-Punta Arenas).
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![]() Pela primeira vez vi focas de Weddel, elefantes e leões marinhos aqui na Antártida. Fomos dar um passeio à praia juntamente com a Sandra Heleno e o Pedro Ferreira, portugueses que ficaram na base chilena, e que com o Pedro Pina, vão embora já amanhã. Os elefantes marinhos parecem amistosos, mas quase não se importam com a nossa presença, enquanto que os leões marinhos são mais agressivos e até podem correr atrás de nós se acharem que estamos no seu espaço. Apesar de parecerem uns queridos, os elefantes marinhos têm um senão - o odor! Estes animais podem estar a mais de 500 metros do mar, onde chegam arrastando a sua meia tonelada pelo solo. E o esforço de voltar ao mar só para fazer a higiene parece demasiado. No entanto é impressionante ver estes animais no seu habitat natural!! |
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