DIÁRIOS DE CAMPANHA
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DIÁRIOS DAS ATIVIDADES DE CAMPO DOS PROJETOS DURANTE A CAMPANHA PROPOLAR 2016-2017
José Xavier, 13 de Fevereiro de 2017, Londres, em viagem de Portugal para a Nova Zelândia Esta época de trabalho de projetos relacionados com a Antártida tem sido a voar. Fazendo as contas: com a co-coordenação da expedição do Mar de Ross e Kerguelen (José Queirós está ainda a bordo de um navio Australiano), a expedição da Geórgia do sul e Frente Polar Antártica (a bordo com José Seco), a coordenação de recolha de amostras da dieta de predadores (particularmente albatrozes, pinguins e lobos marinhos) na Geórgia do Sul, este será o quarto projeto e a última viagem de trabalho relacionado com projetos Antárticos deste ano. E valerá a pena! Esta será a terceira ida à Nova Zelândia (depois de 2013 e 2014), para colaborar com os meus colegas do National Institute of Water and Atmospheric Research (NIWA), particularmente David Thompson, na bonita cidade de Wellington. Novamente ouvi as mesmas frases: “Mas a Nova Zelândia fica do outro lado do mundo, não fica?”, “Eu também quero ir!” e “Tu não páras um minuto no mesmo sítio!”. E se fizermos um buraco no chão, iríamos ter à Nova Zelândia, como a dizer que não poderia ir mais longe de Portugal. Pois é... e isso vê-se no tempo que demora a lá chegar. A viagem de avião, de Portugal a Nova Zelândia, demorará mais de 2 dias (partida às 10.40 da manhã de dia 8 de Fevereiro 2017 com chegada às 11 da noite do dia 10 de Janeiro; são 13 horas de diferença em fuso horário, com a Nova Zelândia com + 13 horas que em Portugal). O avião partiu a horas de Lisboa e estou-vos a escrever de Londres (Heathrow Airport). Depois vou para Singapura, Sidney e finalmente Wellington, a capital da Nova Zelândia. Sim, deverei chegar bastante cansado... mas com o sorriso de sempre. Já vos consigo ouvir a perguntar: “e o que vais lá fazer?” Bem, o programa Antártico Neozelandês é muito forte e possui excelentes equipas a trabalhar na Antártida (a Catarina Magalhães também trabalha com o programa polar Neozelandês), logicamente devido à sua proximidade deste continente. Eu vou estudar os bicos das lulas e polvos (peçam lulas grelhadas e vejam a sua “boca”, lá encontram “dentes” semelhantes aos picos de papagaio) que que os albatrozes (Diomedea antipodensis e Diomedea gibsoni) da Nova Zelândia se alimentam. Como estes albatrozes cobrem enormes áreas do Oceano Antártico, e águas adjacentes em redor da Nova Zelândia, à procura de alimento (incluindo muitas espécies de lulas), nada melhor que estudar as suas dietas. Estes dados são a parte do puzzle que falta, após o nosso estudo publicado anteriormente (Xavier, Walker, Elliot, Cherel, Thompson (2014) 'Cephalopod fauna of South Pacific waters: new information from breeding New Zealand wandering albatrosses'. Marine Ecology Progress Series 513:131-142). Como cereja no topo do bolo, vou estar com o José Queirós (cientista polar, e também meu estudante de Mestrado da Universidade de Coimbra) no laboratório com Darren Stevens (NIWA) a analisar as suas amostras trazidas do Mar de Ross e de Kerguelen, após a sua expedição desde Novembro 2016. O nosso projeto CEPH 2017, envolve instituições de Portugal, Nova Zelândia, Reino Unido e França, com o apoio do programa polar português PROPOLAR, e estará a decorrer até ao fim de Março 2017! Até lá, muitas aventuras para vos contar e muito trabalho no laboratório...com um grande sorriso! This season of Antarctic related projects has been going so fast. Let´s do the maths:
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