DIÁRIOS DE CAMPANHA
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DIÁRIOS DAS ATIVIDADES DE CAMPO DOS PROJETOS DURANTE A CAMPANHA PROPOLAR 2016-2017
Como cientista, é preciso ir recolher amostras na área de estudo (no meu caso na Antártida), escrever artigos científicos, dar aulas, dar palestras nas escolas, ir a conferências, estar presente em organizações/programas internacionais, e, não esquecer, de trabalhar no laboratório. Eu adoro todas estas vertentes do cientista...e sim, estou sempre a aprender algo novo quase todos os dias. E foi o que aconteceu esta semana. Reuni-me com o meu estudante José Queirós, e revemos todo o seu bom trabalho a bordo de um barco de pesca na Antártida, cujos resultados serão usados para a sua tese de Mestrado na Universidade de Coimbra. Com as muitas amostras obtidas, um dos objetivos desta semana foi analisarmos estas amostras no laboratório de Darren Stevens, na NIWA (National Institute of Water and Atmospheric Research) em Wellington, Nova Zelândia. A nossa prioridade foi identificar os cefalópodes, o grupo que animais que contém polvos e lulas, encontrados na dieta do bacalhau da Antártida Dissostichus mawsoni. Estes animais foram recolhidos durante 3 meses, de Novembro 2016 e Fevereiro 2017, e finalmente estávamos com eles nas nossas mãos. As lulas e os polvos foram identificados pela sua morfologia (quantos linhas de ventosas possui um polvo, poderá determinar o seu género ou até a sua espécie) e através dos seus bicos (mandibulas, tipo bicos de papagaio que os polvos e lulas têm). As espécies mais abundantes foram Psychroteuthis glacialis, uma lula muito abundante da dieta dos meus conhecidos albatrozes e pinguins, Kondakovia longimana uma lula grande e também a lula colossal Mesonychoteuthis hamiltoni. Muitas vezes encontrávamos só partes das lulas, tais como os tentáculos, bicos e alguma pele...mas dava para as identificar. Em caso de dúvida, recolhíamos tecidos para genética, que nos irá confirmar a espécie mais tarde. O momento alto da semana foi termos a atenção da TV Nova Zelandesa sobre o polvo gigante Megaleledone setebos que o José Queirós recolheu, que foi o maior de sempre encontrado na Antártida. Chegava aos 18.5 Kg e 120 cm de comprimento! Estão a imaginar a nossa alegria a analisar todas estas amostras; é como no Natal, em que cada amostra é como um presente de Natal que não sabes o que estará lá dentro. Muito trabalho mas com um sorriso enorme! Obrigado Renato, Marta, Afonso e Miguel pelo excelente jantar e como nos receberam em Wellington!!!! As a scientist, it is important to go and collect samples in the field (in my case, in the Antarctic), write research papers, give talks in schools, lecturing at University, go to conferences, be actively involved in international organizations/programs,..and not forgeting...to work in the laboratory. I really enjoy all of these tasks...and yes, I do learn something new almost eveyday. And that´s what happenned this week. I met my student José Queirós to review all his good work onboard o fan Antarctic fishing vessel, whose results will be used for his MSc thesis at the University of Coimbra. With so many samples obtained, one of the objectives of this week was to analyse these samples at the laboratory of Darren Stevens, NIWA (National Institute of Water and Atmospheric Research) in Wellington, New Zealand. Our priority was to identify the cephalopods (group of animals that contains squid and octopods) found in the diet of Antarctic toothfish Dissostichus mawsoni.
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