DIÁRIOS DE CAMPANHA
|
DIÁRIOS DAS ATIVIDADES DE CAMPO DOS PROJETOS DURANTE A CAMPANHA PROPOLAR 2016-2017
“Após tantos anos de cientista, ainda não descobriste tudo?” Boa pergunta. Tem uma resposta simples e humilde: Não. Interessante que esta pergunta é-me feita regularmente, principalmente nas escolas. Vamos por partes. Ser biólogo marinho, alguém que estuda o mar, exige ir regularmente à Antártida... para recolher amostras no Oceano Antártico, várias vezes (ou colegas as recolhem por mim). Tudo depende da pergunta que se pretende responder. Por exemplo, para estudar o que os pinguins rei na Geórgia do Sul comem, bastará ir uma vez. Mas imagina que queres estudar o que eles comem em redor da Antártida, então terá de se ir várias vezes. E para estudar se as suas dietas variam entre anos? E se quisermos estudar a dieta das focas também? E dos albatrozes? Os anos vão certamente acumulando, e serão cada vez mais... tudo dependendo da pergunta que se deseja responder. Neste exemplo, ao estudar a dieta dos pinguins, poderemos também saber se come espécies que são capturadas também comercialmente por barcos de pesca (como os peixes do gelo – Icefish), ou seja eles estão a competir diretamente com as pescas. Ou alternativamente, os pinguins capturam espécies que não existem pescas dirigidas a elas, como as lulas da Antártida. Elas (lulas) são extremamente raras e ainda hoje, são ainda literalmente desconhecidas.... temos lulas que ainda não as conhecemos e possuem nomes como A, B ou C.... por exemplo, na dieta dos albatrozes que estou a estudar nesta viagem à Nova Zelândia, temos Moroteuthis sp. B (Imber) ou Taonius sp. (Clarke). Recentemente finalmente saiu um artigo em que classificou os bicos de lulas a que eu chamava ?Mastigoteuthis A (Clarke) como lula Asperoteuthis lui. E ainda esta semana, ainda estou a descobrir bicos de lulas e polvos desconhecidos... exemplos de que ainda não sei tudo ocorrem diariamente.... “After so many of being a scientist, don´t you know everything by now?” Good question. It has a simple and humbling answer: no. Interesting that this question is done to me regularmente, particularly in schools. Funny enough, numerous children think that it is easy and that knowledge is at a distance of a click of a computer. But in numerous occasions, i tis not easy. Answering by steps. Being marine biologist, someone that studies the Ocean, I have to go the Antarctic to collect the material I need to examine (we call them samples)...numerous times (unless colleagues collect thr samples for me). Everything depends on the scientific question we are trying to answer. For example, to study what king penguins from South Georgia eat, I would just need to go once. But imagine that I want to know what king penguins eat all around the Antarctic? I would have to go more times. And to assess diferences between years? And compare with the diets of seals? And of albatrosses? The fieldwork seasons surely pile up. But everything dependo n the question you are trying to address. In this example, studying the diet of penguins, we could also ask if the prey species they are catching are the same that local fisheries are catching (example, icefish), which tells us that they might compete for icefish. Alternatively, penguins may catch prey naturally, which there is no fisheries directed to them, such as Antarctic squid. They are extremely rare and still today, some are still unknown to science. We still have squid species that are called A, B or C...as examples, in the diet of the albatrosses I am studying in this research trip to New Zealand, I encountered Moroteuthis sp. B (Imber) or Taonius sp. (Clarke). Recently there was a research article that finally attributed the beaks of ?Mastigoteuthis A (Clarke) to the squid Asperoteuthis lui. And still this week, I came across squid and octopod beaks unknown to me....examples reminding me that we do not know everything occur EVERYDAY ;)
0 Comentários
O seu comentário será publicado depois de ser aprovado.
Deixe uma resposta. |
DIÁRIOS DA CAMPANHA
|