DIÁRIOS DE CAMPANHA
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DIÁRIOS DAS ATIVIDADES DE CAMPO DOS PROJETOS DURANTE A CAMPANHA PROPOLAR 2016-2017
e lá se foi um polar… a chegada a Santiago do Chile não começou da melhor maneira. Depois de tantas horas no avião, todos os passageiros estavam ansiosos de respirar um pouco de ar puro – a verdade é que ar puro é coisa rara aqui para os lados da capital Chilena, pois o smog é muito frequente, com uma implicação muito danosa para qualquer fotógrafo que pretenda uma fotografia ícone desta cidade – a difusidade da cadeia Andina na envolvência da cidade. Com a confusão instalada na zona da recolha das bagagens, o desejo de sair para fora do aeroporto e com o anúncio da mudança do número da cinta nº1 para a cinta nº5, gerou-se um movimento repentino e em massa de todas as pessoas para o novo local de recolha das bagagens. Tinha o polar enfiado nas alças da minha mochila e, acredito que intencionalmente ou não, terá sido nesta altura que ele se sublimou. A verdade é que no dia seguinte antes da partida para Punta Arenas, ainda fui à secção dos perdidos e achados mas… não estava lá niente!! é domingo em Santiago… depois de apanhar o bus para o centro da cidade e de deixar a bagagem no hotel, lá fui cirandar pelo centro da cidade. No entanto os 37ºC rapidamente refrearam esta vontade – sair do Inverno de Portugal para no dia seguinte apanhar o Verão Chileno é demasiado drástico e repentino. Mas lá fui caminhando lentamente pelas avenidas e ruas de Santiago achando um movimento totalmente distinto do das duas últimas visitas a esta cidade. Nas redondezas do Palácio de la Moneda, normalmente repletas de pessoas, estavam às moscas!! O meu primeiro pensamento, quase imediato, é que uma forte recessão económica tinha apanhado de surpresa os chilenos neste último ano (tal foi o trauma dos últimos anos e que ainda está bem presente em nós, povo lusitano). No entanto, o facto de as lojas estarem quase todas fechadas trouxe a explicação lógica para os factos - é domingo em Santiago! à falta de melhor, bora para o Cerro de Santa Lucia… é incontornável uma visita a Santiago do Chile sem apanhar o funicular para o Cerro de San Cristóbal de modo a se ter uma imagem desta metrópole na sua plenitude. Este cerro eleva-se 370m das suas redondezas, originando o relevo mais elevado desta cidade, e a vista em todas as direcções é de tirar a respiração. Já estava nas últimas quando pensei – “chega! Vamos lá para cima passar o resto da tarde” – e lá fui eu… e de lá vim eu! É que o maralhal era tanto, tanto, a bicha para o funicular era tão extensa que antevi o tempo que iria para ali ficar, e ainda por cima à chapa do sol. Antevi, igualmente, que não tinha a força anímica suficiente para escalar o cerro a pé. Então, lá fui eu em direcção ao Cerro de Santa Lucia que está localizado no centro da cidade, e que, do ponto de vista geológico, faz parte de um alinhamento de estruturas vulcânicas (com a designação de Manquehue–San Cristóbal–Santa Lucía belt) que se estende por vários km’s nesta cidade, segundo uma orientação NE-SW. Corresponde a uma estrutura tipo dique, com 300 metros de espessura, relativamente à zona circundante e que do ponto de vista geoquímico corresponde a um basalto andesítico, com uma idade de 20 Ma. Tem um relevo pronunciado, com uma altura de 70 metros relativamente à área envolvente, e daqui consegue-se obter uma das melhores vistas de Santiago, na eventualidade de não se conseguir subir o funicular para o Cerro de San Cristóbal (que constitui o centro da estrutura vulcânica acima referida, constituída por rochas vulcânicas lávicas do tipo dacito e riólito, bem como rochas piroclásticas do tipo ignimbritíco). Foi neste cerro que Charles Darwin definiu a vista sobre a cidade de “certainly most striking”, quando a visitou em 1833. E o senhor Charles tinha toda a razão… no voo de Santiago para Punta Arenas não esquecer: reservar atempadamente um lugar à janela a “bombordo”…
nos voos da companhia de aviação chilena LAN, no trajecto que une as cidades de Santiago a Punta Arenas, que é o único que fiz até ao presente, é possível reservar muito antecipadamente o lugar (pelo menos um mês e meio antes). Esta possibilidade deve ser obrigatoriamente aproveitada para reservar um lugar à janela a “bombordo”, no sentido N-S, para se poder desfrutar do esplendor da cadeia andina - ela é vulcões, ela é relevos impressionantes, ela é glaciares, ela é vales esplêndidos, ela é, no seu todo, um verdadeiro espectáculo imperdível!! Ela é isto tudo se… não existir uma cortina de nuvens entre as montanhas e o avião ou se o lugar à janela ficar sobre a asa!!! Não, não! Não estejam a pensar que me calhou um lugar traiçoeiro como este. Na reserva que fiz, e para evitar a surpresa efeito-asa, atirei-me logo para o lugar da janela da última fila. O problema foi mesmo as nuvens. Junto as melhores, mas ainda assim, fraquinhas fotos que tirei (nada comparáveis às do ano passado), para se ter uma ideia do que falo.
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