DIÁRIOS DE CAMPANHA PROPOLAR 2017-18 |
Islândia, 2018-05-17, Camilo Carneiro e José A. Alves No dia 12 de Maio celebrou-se o Dia Mundial das Aves Migradoras. Por todo o mundo foram organizadas diversas actividades para chamar a atenção para essas espécies, muitas das quais com populações em declínio severo. Na Islândia, o esforço conjunto do Instituto Nacional de História Natural, Birdlife Iceland, Katla Geopark e do Centro de Investigação da Universidade da Islândia, no Sul da Islândia (ao qual estamos ligados) deu origem ao “Spóadagurinn”, que em português significa dia do Maçarico-galego (Numenius phaeopus islandicus, http://www.worldmigratorybirdday.org/node/17158). Sendo esta a nossa espécie de estudo, fomos convidados para falar sobre ela. Durante a manhã foi organizada uma saída de observação de aves, liderada pelo Tómas Gretar Gunnarsson nosso colaborador de longa data. Além de Maçaricos-galegos em voos nupciais, foram observadas outras espécies, entre as quais: Ostraceiro (Haematopus ostralegus, Milherango (Limosa limosa), Perna-vermelha (Tringa totanus), Narceja (Gallinago gallinago) e Falaropo-de-bico-fino (Phalaropus lobatos). Ao contrário do que se poderia esperar nesta altura do ano, o tempo esteve óptimo, permitindo um almoço no parque de Hvolsvöllur, junto ao auditório onde durante a tarde se realizaram quatro palestras. A primeira, a cargo da Borgný Katrínardóttir, foi sobre o período de reprodução da espécie, na Islândia. Seguiu-se o Camilo Carneiro, que mostrou à audiência onde a espécie passa o inverno e a vida que lá leva, que é consideravelmente diferente do que se observa nos locais de reprodução. Após uma pequena pausa para café, o José A. Alves falou sobre o período do ciclo anual que não tinha ainda sido abordado: as migrações. Se nós que já sabemos há uns anos que esta espécie faz tão longas migrações sem parar continuamos boquiabertos com o facto, imagine-se os membros da audiência que o ouviram pela primeira vez! Ficava assim o ciclo anual dos Maçaricos-galegos explicado e faltava conversar sobre as ameaças e desafios à conservação das aves migratórias nos ecossistemas árticos e sub-árticos . Essa discussão teve lugar após a última palestra, pelo Tómas, que mostrou exemplos locais, com os quais a audiência se pôde identificar e melhor compreender estas problemáticas. Este dia foi passado bem próximo dos nossos locais de estudo, onde os Maçaricos têm chegado, incluindo alguns com geolocators, e em breve começarão a nidificar. Mas sobre isso, escreveremos mais tarde.
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