DIÁRIOS DE CAMPANHA PROPOLAR 2017-18 |
REACT_#01: As expetativas eram altas e o entusiasmo era muito grande, no seio da nossa equipa.1/5/2018 Durante a cerimónia de comemoração dos 10 anos após o IV Ano Polar Internacional (API), o momento auge de especial agradecimento ao Professor João Sentieiro, uma das principais forças impulsionadoras para a construção do é hoje o Programa Polar Português - PROPOLAR
Play Foi a primeira vez para todos nós e era um sonho para todos nós. Somos os três biólogos, por natureza sonhadores e admiradores do mundo natural… Pisar solo polar e poder observar aqueles ecossistemas únicos era por si só uma experiência única. Poder fazê-lo no contexto daquilo em que trabalhamos foi uma oportunidade única! A viagem não correu como esperado. Dada a instabilidade das condições atmosféricas na ilha de King George, os voos de ida foram sendo sucessivamente adiados e o regresso sofreu também uma antecipação, que depois acabou por não se concretizar. Este é um cenário comum nestas missões, com o qual temos que saber lidar, e apesar da ansiedade, ultrapassámos o contratempo com boa disposição e com animação para concretizar os objetivos do projeto. E os 10 dias inicialmente previstos para trabalho de campo foram reduzidos para 6, todos vividos e aproveitados ao máximo! Chegámos a King George num dia muito nublado e chuvoso, que contrastou com o carinho e atenção com que fomos recebidos na Base chilena Julio Escudero, onde permanecemos alojados durante a nossa campanha. No primeiro dia viajámos, de zodíaco (bote insuflável), até ao glaciar de Nelson, onde tínhamos um ponto de amostragem de referência; no segundo, para não perdermos a prática, viajámos de novo de zodíaco até à ilha de Ardley, para recolhermos amostras no nosso segundo ponto de referência. A partir daí, todos os dias foram dedicados à amostragem em Ardley Cove, ao longo de uma grelha com 20 pontos. Em cada ponto recolhíamos cerca de 5 Kg de solo e mais algumas amostras pequenas para parâmetros específicos, em recipientes apropriados. Não foi sempre fácil devido às condições atmosféricas e à carga diária (o nosso record foram 12 Km de percurso num dia, com transporte de amostras nas mochilas incluído), mas foi sempre feito com boa disposição e espírito de missão. A noite foi sempre de trabalho no laboratório da Base. Processávamos as amostras dos dias anteriores, o que incluiu crivagem de todo o solo, secagem de algumas amostras e preservação por congelação de outras, assim como medição de parâmetros básicos dos solos e das águas dos lagos amostrados. Depois de 6 dias intensos, chegou o momento de acondicionar toda a carga e amostras, de arrumar tudo e de nos despedirmos de todos os que estiveram connosco na base. Veio também a melancolia do regresso, junto com as saudades antecipadas desta aventura… Agora, em Portugal, a aguardar a chegada das nossas amostras, preparamos todo o trabalho de análise que se segue para cumprirmos os objetivos do projeto ReACT com os restantes membros da equipa. Confiantes de que foi uma missão muito bem sucedida, que garante um trabalho futuro estruturado e inovador no âmbito da análise de risco ecológico de solos potencialmente contaminados na Antártida. Guilherme Jeremias (Universidade de Aveiro), Joana Pereira (Universidade de Aveiro) e Ruth Pereira (Universidade do Porto)
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