Vasco Miranda, Península de Barton, 24 de Fevereiro de 2019 Por aqui se vai fazendo a campanha que, até ao momento, tem sido um sucesso. Temos feito voos praticamente todos os dias, somando já mais de 30 voos sobre a península de Barton. Só a completa utilização das baterias nos tem feito regressar à base. Vamos tendo ainda tempo para dar uma mãozinha aos colegas do PERMANTAR. A vida na base conta com todos os confortos que uma pessoa a trabalhar na Antártida necessita, tais como: Boa cama, boas refeições, bom local de trabalho, mesa de ping-pong e cadeira de massagens!
Na 6ª feira dia 22, houve churrasco ao jantar seguido de karaoke. Foi muito divertido, embora não haja competição possível contra os coreanos.
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José Queirós, 22/02/2019 Chegou ao fim a minha estadia em Cambridge! 1 mês depois da chegada ao British Antarctic Survey, muito trabalho, reuniões, recolha de amostras e chamadas skype para casa é tempo de finalizar tudo e regressar a Portugal. Esta última semana foi pautada por reuniões diárias, algumas envolvendo os mesmos participantes, com o objectivo de concluir tudo o que era possível e facilitar futuro contactos por e-mail. Também foi tempo de preparar as amostras, bicos…muitos bicos!, para trazer para Portugal o que envolve sempre uma logística especial. Se as amostras estão em álcool precisam de ser transportadas sob condições especiais, se forem congeladas temos de arranjar maneira de não descongelarem durante 24h numa mala. No final, tudo feito e mais uma viagem de sucesso! A última semana também pede um bocadinho mais de passeio pela cidade, quer seja para arranjar umas lembranças para trazer para a família e amigos, quer seja para aproveitarmos os últimos momentos a passear nas ruas onde os grandes nomes da biologia passearam em tempos, ou então porque temos de deixar a bicicleta na casa de alguém que vive na outra ponta da cidade! A última noite na cidade é sempre marcante, se há algo que sinto estar a criar é a minha tradição de ultima noite em Cambridge ter o tradicional Fish and Chips no “The Eagle” (o pub onde Watson e Crick divulgaram a descoberta do ADN), mas também porque é preciso refazer as malas, o que é sempre uma tarefa dificil, a roupa parece que cresceu,, é preciso colocar as amostras, as prendas e todos os amigos novos, enfim, uma mala cheia! Mas no fim, tudo vale a pena! Foi um mês único, uma experência incrivel e com o desejo de poder voltar o mais rápido possível a um instituto onde os nomes dos papers que toda a vida lemos e citamos trabalham! Wrap-up everything and return to Portugal!It ends my stay at Cambridge! One month after the arriving to the British Antarctic Survey, a lot of work, meetings, samples preparation and skype calls to home, it is time to wrap-up everything and return to Portugal. The last week was lined by daily meetings, some of them with the same participants, with the goal to facilitate the future contacts by e-mail. I also prepared the samples, beaks…lots of beaks!, to bring to Portugal which asks for special logistics because, if preserved in ethanol, they need to be transported under special conditions, if frozen we need to find a way to transport it without defrost during 24h in a bag. In the end, everything was accomplished, and it was a successful trip! The last week also requires a little bit more of travelling around the city. We need to find small gifts to bring for our family and friends, or we want to have a few more walks in the streets were huge names of biology walked someday, or even if we need to move the bicycle to the house of a friend that lives in the other side of the city! However, the last night is always special. If something that I’m feeling that I’m creating is a traditional Fish and Chips in “The Eagle” (the pub where Watson and Crick revealed the discover of DNA) in the last night in the city, but also because I need to repackage all my stuffs which is always a hard task, the clothes looks like they grew up, we need to package the samples, the gifts and all the new friends, a full bag! In the end, everything was worth it! It was a special month, an amazing experience and the wish to return the fastest possible to the institute where many authors of the papers that we read and cite work! Adriana Rego, Hamilton, Nova Zelândia, 22 Fevereiro 2019 De 4 a 8 de fevereiro de 2019 decorreu em Hamilton, Nova Zelândia, a 8ª Conferência de Microbiologia Polar e Alpina (https://www.confer.nz/pam2019/). A conferência, a primeira a decorrer no hemisfério sul, teve lugar na Universidade de Waikato – uma das universidades mais prestigiantes do país. O Centro Internacional de Investigação Terrestre na Antártida - International Centre for Terrestrial Antarctic Research (ICTAR) (https://ictar.aq/) - está baseado nesta mesma universidade e foi responsável pela organização da conferência. Estruturada em uma única sessão distribuída por diferentes tópicos, as mais recentes descobertas e avanços na área foram apresentados! Jovens alunos, investigadores e professores juntaram-se para partilhar conhecimento e discutir ideias. Esta comunidade, apesar de pequena, demonstrou-se sempre muito interessada e interativa o que tornou a conferência bastante dinâmica. Foram várias as questões colocadas aos vários locutores que demonstraram o interesse e a interligação que existe entre as diferentes áreas e a interdisciplinaridade da ciência polar. Foram apresentados dados desde implicações da comunidade microbiana nos sistemas glaciares a estudos de biogeografia e de microbiomas de comunidades do solo. O jantar da conferência teve lugar no Hobbiton, o famoso local de filmagens da trilogia do Senhor dos Anéis e da série de filmes Hobbit. Eu tive oportunidade de apresentar o meu trabalho a esta audiência atenta e interessada. Apresentei os resultados mais recentes da distribuição de genes envolvidos na biossíntese de produtos naturais, de amostras recolhidas na Península da Antártida. Estes genes dão-nos uma indicação do potencial destes locais de albergarem microrganismos capazes de produzir produtos naturais de interesse para a sociedade, como antibióticos e compostos com atividade anticancerígena.
O último dia foi reservado a dois workshops que cobriram temas como novas ferramentas na área da microbiologia e também avanços na análise de metagenomas. Vasco Miranda, Península de Barton, 17 de Fevereiro de 2019 Hoje celebraram-se os 31 anos da base King Sejong. A festa contou com uma cerimónia seguida de um almoço que juntou todas as pessoas da base, equipa permanente e investigadores, com vários convidados das outras bases situadas na ilha de King George. A comida estava excelente e o convívio muito agradável.
Em relação às atividades do projeto, já tivemos oportunidade de realizar os primeiros voos da campanha! Subir as encostas para encontrar o sítio previamente escolhido para voar o drone, embora muitas vezes penoso, é sempre recompensado pelas magníficas paisagens! Sempre dependentes das condições meteorológicas, vamos voar a diferentes altitudes da península de Barton em zonas que consideremos representativas do tipo de vegetação existente (líquenes e musgos) e das interfaces entre os diferentes tipos. Quando a meteorologia não cooperar, temos sempre trabalho a fazer na base, nomeadamente, começar a processar no computador as imagens já obtidas. Susan Roaf, 16th February , King George Island Big day arrives: Off to Antarctica. Packing at the Glacier Union lodgings. Piles of baggage, mainly tent parts and equipment, but some woolly undies too! Will be allowed to take it all? Punta Arenas airport and the PROPOLAR researchers meet up. We are the only ones going to Escudero – the Chilean base – the others are off to the Chinese or the South Korean bases, also on King George Island. Raining hard as we fly out and we have the luxury of a plane all to ourselves. A 2 hour flight and we begin to see the Icebergs and rocks of King George Island. Then in light snow we land on the hard grey rocky airport and the teams separate to go to their respective bases and the Polar Lodge team head for Escudero. A big shock comes to find out that Antarctica is covered in snow and ice! Duh! We were welcomed by Cesar, Head of the base and were delighted to be able to present to him a gift from ORVEC, who made our tent materials. It was one of their brilliant evacuation pods for carrying injured people out of extremely cold environments to protect them from hypothermia. It is used now by the Finnish army, for instance, and Cesar was really pleased with it and we hope they don’t have to use it here in Antarctica. Around 45 researchers, mainly Chilean, working on around eight different scientific research projects here. We learn lots about Antarctic sea fauna, corals, enzymes, microbes, glaciology, seaweeds, etc.
Dani Vonder Mühll, ETH Zurich. King George Island, Feb 16, 2019 A small talk in Chamonix (F) during the 5th European Permafrost Conference in June 2018 was the initiation to join the Propolar Permantar Project. Less than eight months later, on February 13, 2019, I met Gonçalo, Carlos, Joana, Pedro, and Vasco at Mirijam’s B&B in Punta Arenas (Chile). While Pedro and Vasco planned a drone-based remote sensing campaign, the four of us aimed at drilling and instrumenting a 10 to 15 m deep borehole into the permafrost of Barton peninsula (Antarctica). Although I led and accompanied about 20 permafrost drillings in the Swiss Alps and in Europe including Svalbard, this project was quite special: (a) Antarctica is actually a glacier-covered continent with only 2% of not glaciated area. So, we have to choose a drill site that at the border of Antarctica. (b) All equipment has to be carried by man-power to the drill site. (c) And finally, the Portuguese-Swiss Team that met mid of February in Chile is based in the South Korean Research Station of King Sejong. The two days in Punta Arenas were used to complement and check the material. And, since everything was ok, we took the opportunity to visit Pali Aike, a volcanic field close to the boarder to Argentina. The weather was sunny, but wind was very strong and without a single minute of rest – we Europeans felt. The two local guides didn’t notice, since for them it was just a light breeze. Weather forecasts for February 15 were not really clear, and when at 4 pm Gonçalo informed that the decision will be postponed by 2 hours, it turned out that this was just the beginning of postponed decisions, not a good sign anyways. Eventually, we learned at 9 pm that the flight was scheduled for tomorrow before noon. Even though the destination of King George Island (Antarctica) sound very spectacular, it turned out that the procedure and even the aircraft including crew did not differ from many other flights. We left the South American continent at 11 am and arrived on the gravel runway at 1 pm: here we are, Antarctica! Our South Korean hosts picked us up at the airport, and brought us with two vessels to the King Sejong Station.
Pedro Pina, Península de Barton, 15 de Fevereiro de 2019 Fizemos o nosso trajecto aéreo de mais de 15 mil quilómetros entre Portugal e a Antártida em 4 voos diferentes. Primeiro e de seguida, de Lisboa a Punta Arenas no sul do Chile, com escalas em Madrid e em Santiago, em voos comerciais. Depois, após 3 dias em Punta Arenas, até à ilha de King George num voo fretado pelo KOPRI, o Instituto Polar da Coreia do Sul. O voo fez-se à hora programada, logo pela manhã de dia 15 de Fevereiro, com embarque quase imediato após o check-in no aeroporto. Foi a primeira vez que tal me aconteceu com tamanha rapidez, pois há sempre atrasos, de horas a dias, à espera da confirmação de que a meteorologia permite fazer o voo e a aterragem em King George com toda a segurança. Sinal de bom tempo em King George, portanto. Lá chegados, após um tranquilo voo de 2 horas de duração, tivemos de fazer a travessia de cerca de 10 km da baía Maxwell entre as penínsulas de Fildes e Barton. Só que desta vez não fomos em zodiac, pois os coreanos têm a partir deste ano uns pequenos barcos para a fazer. Menos empolgante certamente, mas mais confortável e principalmente bastante mais seca para todos nós e os equipamentos que transportamos.
Susan Roaf, 15th February , Punta Arenas After a spectacular trip over the Andes we arrive via Sao Paolo (Brazil) and Santiago (Chile) to Punta Arenas. Staying with the wonderful Pamela at her holiday rentals we get two days to check out the interesting city of Punta Arenas, and Scotland’s own Heriot Watt University: we eat lots of delicious lamb; admire the local architecture and great museums; statues of the brave marine heroes who first braved the dangerous waters around Terra Del Fuego; the birds; and the local art – some of the most stunning of which is by the indigenous peoples like the Selknam who body painting is admired by so many Cármen Sousa, 15 FEV 2019, Ilha Antártica de King George 10-02-2019 A manhã de pesca foi produtiva e, finalmente conseguimos obter o número de peixes que faltava para iniciar a última etapa da experiência, que se vai realizar de 13 a 15 (figura 33). Agora temos de medir, pesar e marcar o opérculo dos peixes para sabermos identificar e distinguir cada indivíduo na experiência. O passo seguinte é dividi-los por grupos de modo a obtermos uma média de pesos e tamanhos semelhantes, para ser posteriormente comparável. Vários turistas chineses têm passado por aqui nos últimos dias, vindos de cruzeiros. Após efetuarmos o nosso trabalho, fomos convidados para conhecer um desses navios “Le Soleal”. A bordo tiveram a amabilidade de nos fazer uma pequena tour para conhecermos este luxuoso e encantador navio e serviram-nos chocolate quente, que é sempre bem-vindo, principalmente neste ambiente gelado (Figura 34, 35 e 36)! 15-02-2019
Após estes últimos 3 dias frenéticos de amostragens findamos a última etapa do nosso plano experimental. No entanto, é necessário ainda recolher e filtrar água dos pontos de pesca, fazer alguns ensaios laboratoriais em amostras de sangue, organizar todas as amostras para serem transportadas para Portugal, fazer o inventário de todo o material usado e o que sobrou e, depois, empacotar tudo, desmontar o sistema, etc. O cansaço já começa a ser visível, mas, o alívio e a sensação de dever quase cumprido supera tudo! Hoje, o Adelino Canário, viaja de regresso para Portugal. Enquanto que nós cá ficamos, até 2 de Março, para finalizar o que ainda falta terminar!! Eu e o Pedro Guerreiro fomos ao aeroporto para nos despedirmos dos que vão e para dar as boas-vindas aos portugueses que acabam de chegar (figura 37). Pedro Pina, Lisboa, 10 de Fevereiro de 2019 O projecto VEGENTANTAR vai começar a sua campanha de campo antártica! O projecto pretende efectuar a cartografia multitemporal da vegetação das zonas terrestres (ou livres de gelo) da Península Antártica recorrendo a imagens de detecção a várias escalas de observação de múltiplas plataformas e sensores de forma a ser utilizada como indicador climático. A vegetação antártica, onde predominam líquenes e musgos, é constituída por manchas relativamente pequenas e esparsas nem sempre facilmente identificáveis nas imagens de satélite, mesmo nas de mais elevada resolução espacial (até 0.5m/pixel). É por isso necessário ter ainda imagens de melhor resolução onde se possam observar todos esses pormenores, relacionados com a sua disposição espacial. Os drones são actualmente a forma mais adequada para os obter, pois permitem cobrir áreas relativamente extensas de uma forma autónoma com imagens de resoluções entre poucos milímetros a centímetros por pixel (consoante a altura a que voarmos o drone). É isso que vamos fazer na campanha de campo deste ano na península de Barton na ilha de King George, voar o drone nas zonas onde existe vegetação que está a ser deficientemente identificada nas imagens de satélite de forma a obter informação de referência mais fiável para classificar melhor as imagens de satélite. ‘Vamos’ refere-se a mim, Pedro Pina, e ao Vasco Miranda que pisa o solo antártico pela primeira vez. O planeamento da campanha está feito, admitindo um grau de variabilidade relativamente amplo como deve ser em qualquer campanha polar, sobretudo devido à meteorologia que muda muito rapidamente de ideias. Mas, como sempre, as expectativas de fazermos uma boa campanha são elevadas, esperando que os próximos relatos assim o confirmem.
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