Vasco Miranda, Península de Barton, 17 de Fevereiro de 2019 Hoje celebraram-se os 31 anos da base King Sejong. A festa contou com uma cerimónia seguida de um almoço que juntou todas as pessoas da base, equipa permanente e investigadores, com vários convidados das outras bases situadas na ilha de King George. A comida estava excelente e o convívio muito agradável.
Em relação às atividades do projeto, já tivemos oportunidade de realizar os primeiros voos da campanha! Subir as encostas para encontrar o sítio previamente escolhido para voar o drone, embora muitas vezes penoso, é sempre recompensado pelas magníficas paisagens! Sempre dependentes das condições meteorológicas, vamos voar a diferentes altitudes da península de Barton em zonas que consideremos representativas do tipo de vegetação existente (líquenes e musgos) e das interfaces entre os diferentes tipos. Quando a meteorologia não cooperar, temos sempre trabalho a fazer na base, nomeadamente, começar a processar no computador as imagens já obtidas.
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Pedro Pina, Península de Barton, 15 de Fevereiro de 2019 Fizemos o nosso trajecto aéreo de mais de 15 mil quilómetros entre Portugal e a Antártida em 4 voos diferentes. Primeiro e de seguida, de Lisboa a Punta Arenas no sul do Chile, com escalas em Madrid e em Santiago, em voos comerciais. Depois, após 3 dias em Punta Arenas, até à ilha de King George num voo fretado pelo KOPRI, o Instituto Polar da Coreia do Sul. O voo fez-se à hora programada, logo pela manhã de dia 15 de Fevereiro, com embarque quase imediato após o check-in no aeroporto. Foi a primeira vez que tal me aconteceu com tamanha rapidez, pois há sempre atrasos, de horas a dias, à espera da confirmação de que a meteorologia permite fazer o voo e a aterragem em King George com toda a segurança. Sinal de bom tempo em King George, portanto. Lá chegados, após um tranquilo voo de 2 horas de duração, tivemos de fazer a travessia de cerca de 10 km da baía Maxwell entre as penínsulas de Fildes e Barton. Só que desta vez não fomos em zodiac, pois os coreanos têm a partir deste ano uns pequenos barcos para a fazer. Menos empolgante certamente, mas mais confortável e principalmente bastante mais seca para todos nós e os equipamentos que transportamos.
Pedro Pina, Lisboa, 10 de Fevereiro de 2019 O projecto VEGENTANTAR vai começar a sua campanha de campo antártica! O projecto pretende efectuar a cartografia multitemporal da vegetação das zonas terrestres (ou livres de gelo) da Península Antártica recorrendo a imagens de detecção a várias escalas de observação de múltiplas plataformas e sensores de forma a ser utilizada como indicador climático. A vegetação antártica, onde predominam líquenes e musgos, é constituída por manchas relativamente pequenas e esparsas nem sempre facilmente identificáveis nas imagens de satélite, mesmo nas de mais elevada resolução espacial (até 0.5m/pixel). É por isso necessário ter ainda imagens de melhor resolução onde se possam observar todos esses pormenores, relacionados com a sua disposição espacial. Os drones são actualmente a forma mais adequada para os obter, pois permitem cobrir áreas relativamente extensas de uma forma autónoma com imagens de resoluções entre poucos milímetros a centímetros por pixel (consoante a altura a que voarmos o drone). É isso que vamos fazer na campanha de campo deste ano na península de Barton na ilha de King George, voar o drone nas zonas onde existe vegetação que está a ser deficientemente identificada nas imagens de satélite de forma a obter informação de referência mais fiável para classificar melhor as imagens de satélite. ‘Vamos’ refere-se a mim, Pedro Pina, e ao Vasco Miranda que pisa o solo antártico pela primeira vez. O planeamento da campanha está feito, admitindo um grau de variabilidade relativamente amplo como deve ser em qualquer campanha polar, sobretudo devido à meteorologia que muda muito rapidamente de ideias. Mas, como sempre, as expectativas de fazermos uma boa campanha são elevadas, esperando que os próximos relatos assim o confirmem.
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