Pedro M Guerreiro, 04-01-2018, KGI 9.00 am no aeroporto de Punta Arenas. Vou através da colaboração com o INACh, o Instituto Antártico Chileno, que me arranjou a possibilidade de seguir neste voo. Check in, segurança, policia alfandegária (é preciso voltar a carimbar o passaporte – KGI tem bases permanentes de oito países: China, Chile, Russia, Uruguai, Coreia do Sul, Argentina, Polónia e Brasil, mais uma ou outra sazonal), esperar. Neste voo segue também uma equipa de geólogos da Universidade de Granada que deve tomar lugar a bordo do Sarmiento de Gamboa, um dos dois navios oceanográficos espanhóis que faz serviço na Antarctica este ano, e que justamente acaba de descarregar os nossos equipamentos e materiais em Escudero, a base científica chilena de KGI, e hub para muitos dos cientistas em transito. Estão também alguns cientistas chineses, mas a maioria dos passageiros são turistas que iniciarão um cruzeiro em KGI. O voo está atrasado e pela porta 1, a que utiliza a DAP-Antarctic Airways, sucedem-se outros embarques… Santiago! Porvenir! Ushuaia! São 12.00 e informam-nos que afinal esperamos por uma aberta no tempo, pois parece que as nuvens baixas em KGI não permitem a aterragem… é sempre algo mau para se ouvir, mas sabendo que esta situação pode durar dias é ainda pior - será que ainda saímos hoje? Terei de procurar hotel? E os espanhóis temem que o navio não possa esperar… mas por enquanto isso é tudo o que podemos fazer. Isso e ver outros embarcarem: Puerto Montt! outra vez Santiago! Puerto Williams!... São 14.30 e parece que sempre vamos – sim! Saímos… se podemos aterrar ou se voltamos para trás vemos depois. Agora escolher um lugar à janela para ver KGI do alto. Deixamos para traz Punta Arenas e as planícies Patagónicas. Entre as nuvens vêm-se algumas montanhas do fim do mundo que ladeiam o Canal Beagle, e depois só oceano, a temível Passagem de Drake. São cerca das 16.30 quando conseguimos ver, por entre as nuvens as colinas nevadas de KGI à esquerda e o glaciar da Ilha Nelson à direita. O avião faz uma longa aproximação e durante alguns minutos seguimos no meio das nuvens – espero que lá à frente alguém esteja a ver alguma coisa!!! Sim! Ali vemos King Sejong, a base coreana e mais a frente do outro lado a ilha Ardley com os seus pinguins. Estamos perto… agora Escudero, a vila Las Estrelas, Bellingshausen, e touchdown! Rolamos na gravilha e pés na Antártica. Sou rapidamente escoltado por uma delegação vinda de Great Wall que me esperava com uma placa com o meu nome – deve ser impronunciável! Recuperamos a bagagem e ai vamos nós – perdi o almoço mas cheguei a horas do jantar!
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