Afonso Ferreira, Antartida A silhueta, já familiar, da recém-inaugurada Estação Antártica Comandante Ferraz saúda-nos à medida que vamos preparando o encerramento da expedição. Entre manifestos de carga, limpezas de laboratório e relatórios de embarque, vamo-nos relembrando das várias etapas por que passámos ao longo das últimas quatro semanas em alto mar. Relembra-nos de como não é fácil remar contra a maré, procurando concretizar os nossos objetivos científicos, principalmente quando as condições internas e/ou externas ao navio dificultam o nosso trabalho. Mas também nos relembra de como vale a pena fazer ciência polar, pela unicidade da Antártida como ambiente marinho e pelos desafios que ela nos propõe, levando-nos a fazer o possível e o impossível para tentar levar a ciência a bom porto. Ao todo, realizámos 68 estações oceanográficas durante o cruzeiro. Só para o estudo das comunidades fitoplanctónicas na região, recolhemos acima de 600 amostras, tendo sido uma expedição bem produtiva. É, no entanto, importante realçar que foi uma expedição marcada pela pluralidade científica, uma vez que foram recolhidas amostras para as seguintes componentes biológicas e parâmetros: archae, bactéria, fitoplâncton, zooplâncton, cetáceos, alcalinidade, pH, CO2, O2, nutrientes, isótopos estáveis e microplásticos. Encontramo-nos agora a aguardar o dia do nosso voo de avião militar entre a base chilena Presidente Eduardo Frei Montalva e Punta Arenas. Acima de tudo, estamos altamente motivados para voltar a terra e começar a trabalhar nas amostras recolhidas. Por fim, resta-me agradecer ao PROPOLAR pelo apoio financeiro e logístico providenciado, sem o qual não teria sido possível eu repetir esta experiência. Cumprimentos antárticos para todos e obrigado a quem leu os posts aqui publicados relativos à nossa expedição! After 30 days, we have finally reached the end of expedition. The already familiar silhouette of the recently inaugurated Comandante Ferraz Antarctic Station greets us as we make our last preparations before disembarking. Amidst cargo manifests, lab cleaning and cruise reports, we remind ourselves of everything we went through the last four weeks at high sea. We remind ourselves how it is not easy to go against the tide when seeking to achieve our scientific goals, particularly when internal and/or external factors affect our work. Nevertheless, we also remind ourselves just how much polar science is worth, because of Antarctica’s uniqueness as a marine ecosystem and all the challenges it poses us, leading us to do everything in our power to advance science.
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