Pedro Quinteiro, Punta Arenas, Chile, 26 Janeiro 2020 A aventura começou. A viagem foi longa e as horas de avião fazem-se sentir na cabeça e no corpo. A paisagem na chegada a Santiago de Chile foi estranhamente familiar. No voo para Punta Arenas, de onde faremos o trânsito para a Ilha do Rei Jorge (Antártida), a aridez dos Andes foi-se transformando em picos cheios de neve iluminada por um sol incrível. A vista dos glaciares e os contornos sinuosos da costa Chilena fizeram-me pensar no que terão passado Fernão de Magalhães e os seus homens quando navegaram por estas águas. Para não estranhar, à chegada a Punta Arenas o nevoeiro já estava à nossa espera. O Jan chega às 00:00. Amanhã juntamo-nos ao resto do grupo do PROPOLAR e começamos a acertar os detalhes finais da campanha.
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Lisboa, 24-Jan-2020 A campanha de campo na Antártida do projecto VEGETANTAR 2 está prestes a começar e durará cerca de 6 semanas até à segunda semana de Março de 2020. O acrónimo do projecto não deixa grandes dúvidas, está lá (quase) tudo, basta uma pequena ajuda para se perceber melhor o que é: o projecto tem como principal objectivo efectuar a cartografia da vegetação antártica nas regiões livres de gelo por detecção remota, sendo esta a sua segunda campanha de campo.
A vegetação é uma das componentes essenciais dos ecossistemas antárticos, e efectuar a sua identificação e monitorização a larga escala fornece indicações relevantes que, relacionadas com outras variáveis, ajudam a perceber melhor as mudanças climáticas nesta região polar e o seu impacto não só local, mas também global. Mas a sua identificação nas imagens de satélite não é fácil. A vegetação antártica, dominada espacialmente por musgos e líquenes, ocorre de uma forma esparsa e em ‘manchas’ de pequenas dimensões (dezenas a centenas de metros quadrados, por vezes um pouco mais). É por isso frequente a vegetação aparecer nos pixels das imagens de satélite misturada com outras classes (por exemplo, solo ou rocha, neve ou gelo). Isto só por si nem sempre é um grande problema, pois existem métodos que permitem decompor (ou ‘desmisturar’) esta mistura com alguma confiança. Mas para que esses métodos nos dêem resultados correctos, temos de os ensinar adequadamente. Para isso, temos de perceber o que se passa a uma escala ainda mais detalhada do que a dos pixels dos satélites (mesmo nos actuais que está já abaixo de 1 m). E os drones são a solução para isso. Permitem obter imagens de resoluções muito mais elevadas (centímetros a milímetros) e cobrir áreas relativamente extensas (quando comparadas com a tradicional avaliação a pé), mesmo que a frequente cobertura de nuvens esteja presente (coisa que os satélites ópticos não conseguem resolver). Basta que esteja a uma ou duas centenas de metros acima do solo para já não atrapalhar muito a aquisição de imagens pelos drones. E é isso mesmo que a equipa de campo do projecto vai fazer este ano na Antártida. Vai utilizar drones equipados com câmaras distintas, além das ‘normais’ a cores também vai utilizar de infra-vermelho que é muito adequada para identificar a vegetação. Vai sobrevoar várias zonas na ilha Livingston (62ºS) nas Shetland do Sul (área de cerca de 800 km2, mas quase 90% está coberta de gelo), para também podermos quantificar a variabilidade geográfica. As actividades incidirão em vários locais de duas das suas maiores áreas livres de gelo: as penínsulas Byers e Hurd. A logística na Antártida é complexa e depende de várias instituições e de muita gente. Para nós lusos, primeiro do Programa Polar Português (PROPOLAR) e também das colaborações internacionais, que este ano serão com os programas polares de Espanha, Bulgária e Coreia do Sul. O voo até à Antártida, desde o Chile, é fretado pelo KOPRI-Korean Polar Research Institute. Depois, na Antártida, o transporte entre os vários pontos de interesse será efectuado no navio espanhol Hespérides e as estadias em Hurd nas bases Juan Carlos I (de Espanha) e St. Kliment Ohridski (da Bulgária). Na península de Byers como não há base, a equipa do VEGETANTAR 2 irá acampar com o apoio de Espanha. Falta só dizer que a equipa no campo é constituída pelo Gabriel Goyanes, investigador doutorado do CERENA e pelo Vasco Miranda, que está a começar o seu doutoramento no IST sobre o tema do projecto. Tenho pena de este ano ficar em terra e não participar na campanha de campo, mas fico bastante satisfeito por ver a equipa do CERENA/IST estar a crescer e a alargar as suas áreas de estudo no continente mais frio e seco cá da Terra. Mas a descrição das actividades da campanha será feita e ilustrada nos próximos episódios através dos posts do Gabriel e do Vasco. Bernardo Rocha & Paula Matos, 18/01/2020, Livingston-Antártida É dia 13 de janeiro, segunda-feira, e como para a maioria das pessoas, segunda é sinónimo de início de mais uma semana de trabalho. Aqui, do outro lado do mundo, a rotina também se constrói de forma semelhante. É no entanto inegável a diferença entre estes mundos… As estradas de alcatrão são substituídas pelos caminhos de terra batida, os carros pelos pinguins, leões, focas e elefantes marinhos, os prédios pelos glaciares e o metro pela botas e bastões de montanha.
É montanha acima que começamos o nosso primeiro dia de trabalho, o primeiro das próximas dezenas que nos esperam nos próximos meses. Carregados com máquina fotográfica, martelo, espátula, sacos e toda a restante parafernália de material necessário ao nosso trabalho partimos tendo como destino o lago de água doce que alimenta a base que é agora nossa casa. A caminhada é difícil, mas fazemo-la de sorriso rasgado. Porquê perguntam vocês? Bem, com vistas assim, é simplesmente impossível não sorrir e agradecer por estes momentos, por esta experiência polar. Amostragem atrás de amostragem, montanhas atrás de montanhas, tropeção atrás de tropeção, mas mais importante que tudo líquenes atrás de líquenes e paisagens atrás de paisagens a nossa semana passa a correr. Ao todo foram 34 pontos de amostragem distribuídos por Caleta Argentina, Glaciar Johnson, Pico Radio e Sally Rocks. Valeu a pena! As pernas doem, as mãos gelam mas o coração aquece com a imponência do que nos rodeia. Dezenas de quilómetros de natureza, nada mais! De glaciares, nada mais! De pinguins, nada mais! De silêncio, nada mais! De paz de espírito, nada mais… Isto promete, Tânia Correia e Luís Madeira, 15 de janeiro de 2020, Great Wall Station (KGI, Antártica)
No dia seguinte, 10 de janeiro, chegou finalmente a altura de pôr as mãos à obra! Tratámos quimicamente as águas residuais da base e já estão a ser utilizadas como solução nutritiva na nossa hidroponia, para cultivo de alface, Figura 3! O Hydruino, o sistema de monitorização, também já está funcional e a registar os parâmetros ambientais (temperatura, humidade relativa, etc.) do sistema hidropónico, Figura 4. Damos agora tempo e condições para que as alfaces possam crescer. A cada alface foi atribuído um nome e nem a equipa escapou, assim, temos a “Fátima”, o “Luís”, a “Mariana”, o “Nuno”, o “Rui” e a “Tânia”, e entre outros nomes. Será que o desenvolvimento das alfaces será influenciado pelo nome??? Fica aqui uma pergunta bastante pertinente para investigar futuramente, mas na Antártida… 😉. Uma vez instalado houve muito interesse pelo nosso sistema hidropónico (Figura 5). As luzes LED ligadas à noite junto a uma janela são também uma espécie de chamariz para os mais curiosos (Figura 6). Bernardo Rocha & Paula Matos, Livingston-Antátida O dia 1 de janeiro é conhecido por ser um dia onde se aproveita para dormir até mais tarde, recuperando assim de todas as vicissitudes da noite anterior. No entanto esse não é o desígnio da nossa equipa polar portuguesa… a “Lichen Early Meter II” bem como dos nossos companheiros da equipa “Why Antarctica”. Partimos assim para mais uma expedição polar que começará brevemente, assim sejam as vontades do grego Éolo, Senhor dos Ventos. Mas, retrocedendo ao início da nossa viagem, que começou no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, passou por Madrid e chegou a terras chilenas no dia 2, ao aterrar no aeropuerto “Arturo Merino Benítez”, comodoro de patente e considerado o pai da aviação chilena. A viagem prosseguiu até ao extremo sul do Chile, mais concretamente na cidade de Punta Arenas, localizada na região de Magallanes y de la Antártica Chilena. Tal celebra os feitos da 1ª circum-navegação do mundo (1519-1522) pelo português Fernão de Magalhães e mais concretamente da passagem da sua armada pelo estreito que liga o Oceano Pacífico ao Atlântico. Graças a tal feito, o estreito de Magalhães passou a ser local de passagem obrigatório para todos os navios que pretendiam cruzar estes oceanos e só após o final da abertura do canal do Panamá (1914) perdeu tal importância. Apesar disso, a região não perdeu totalmente a sua importância pois é ainda hoje uma das cidades mais bonitas do Chile e ponto de partida turístico para aventureiros com destino ao Parque Nacional Torres del Paine ou, numa escolha mais exótica, às expedições marítimas na Antártida. Foi aqui, na cidade de avenidas largas, de raios fogazes de sol e ventos frios que os dois biólogos esperaram pacientemente pelo início de mais uma aventura científica polar. Mas como nada nesta jornada será fácil, a espera prolongou-se por mais dois longos dias do que o inicialmente previsto. Na manhã do terceiro dia conseguimos finalmente voar rumo ao nosso primeiro destino, la Isla de Rey Jorge. Fomos rapidamente levados para o Hespérides, barco oceanográfico da marinha espanhola, de onde zarpámos rumo ao nosso destino final. Só na manhã seguinte chegámos ao nosso destino final, a base espanhola Juan Carlos I, na ilha de Livingston. É aqui que os dois investigadores irão passar as próximas semanas, procurando desenvolver mais um projeto de investigação que esperamos seja de muito sucesso. Uma coisa é certa, com esta paisagem é difícil não acordar motivado.
Tânia Correia e Luís Madeira, 8 de janeiro de 2020, Great Wall Station (KGI, Antártica) A equipa do projeto WHY Antarctica (Wastewaters for Hydroponics in Antarctica), Figura 1, iniciou a viagem de Lisboa para o continente mais desejado (leia-se Antártida) dia 1 de janeiro (com direito a fogo de artifício na noite antes da partida). Depois de uma viagem com passagem por Madrid e Santiago do Chile chegámos a Punta Arenas (Chile) na madrugada de dia 3 de janeiro. Ficámos em Punta Arenas por 6 noites, alojados no Bed & Breakfast Miriam, onde fomos muito bem recebidos e acomodados, num ambiente familiar e com excelentes pequenos almoços, Figura 2. Durante a viagem e a estadia estivemos na companhia dos investigadores do projeto LICHEN EARLY METER, Paula Matos e Bernardo Rocha. Aproveitámos para descansar, passear, comer bem e comprar o material em falta para a campanha (alfaces para cultivar na nossa hidroponia, pois não podem ser transportadas de Portugal!!), Figura 3. Punta Arenas é uma cidade lindíssima, com excelente planeamento urbanístico, curiosamente as vias são quase todas de sentido único, com muitos semáforos e as estradas encontram-se em excelente estado de conservação! A cidade tem espaços verdes (Figura 4) e uma ligação especial à Antártida pois é a partir daqui que muitos cientistas (e turistas) saem para o continente. Nas ruas é fácil reconhecer membros dos programas polares de vários países e turistas cujo destino é a Antártida. A diferença horária em relação a Portugal é pequena, menos 3h e, apesar de no Chile ser verão, no Sul as temperaturas não são elevadas, cerca de 14ºC, e os dias são longos… o pôr do sol é após as 22h. Ao passear por Punta Arenas é possível ver a influência portuguesa (devido a Fernão de Magalhães, Figura 5, que descobriu o estreito com o seu nome, onde a cidade está localizada), especialmente porque este ano se celebram os 500 anos da circunavegação do globo por Magalhães. Até a escola em frente ao nosso alojamento se chama Escola Portugal, Figura 6. Para que a nossa viagem até à Antártida ocorresse sem imprevistos não deixámos de cumprir a “tradição” de beijar o pé do indígena! (Figura 7). No entanto, para quem esteve em Punta Arenas a caminho da Antártida em anos passados, na cidade é notório o efeito dos protestos que têm assolado o Chile, pela menor quantidade de turistas e pela degradação da fachada dos edifícios. Algumas lojas encontram-se fechadas e outras com portas encostadas ou com montras protegidas por placas (Figura 8). A nossa partida de Punta Arenas para Antártida foi um pouco atribulada, devido ao nevoeiro intenso em KGI o voo foi atrasado por 2 dias, e o nosso descontentamento era visível (Figura 9). Acresce assim a nossa preocupação com as alfaces, pois elas precisam de nutrientes para sobreviverem! Depois de muitas horas de espera no aeroporto, o tempo melhorou e voámos no dia 8 de janeiro. Agora sim, o nosso contentamento era bem visível (Figura 10)! Dizem que à terceira é de vez, e assim foi… chegamos à Antártida (Figuras 11).
Uma vez chegados à Antártida, fomos muito bem recebidos na estação chinesa (Great Wall Station, KGI) e “arregaçamos as mangas” (não literalmente até porque faz bastante frio aqui…) para iniciar logo o nosso projeto. Latitude: 52.2 N Esta semana voou rapidamente. Há uma semana atrás estávamos a chegar às Ilhas Falkland após umas das semanas mais intensivas de trabalho. Durante a expedição recolhemos mais de 1000 peixes de mais de 30 espécies, além de cerca de 50 indivíduos de 5 lulas. E como se trabalha durante a expedição? Bem, nós temos turnos. Um dia comum no navio durante a expedição num dos dias de recolha de amostra é o seguinte: acordar por volta das 2 da tarde (sim, às 2 da tarde!!). Reunião científica com toda a equipa às 3 da tarde, onde se discute o plano de trabalho para as próximas 24 horas. Nessa altura as redes MOCNESS (que apanha geralmente várias espécies de zooplâncton, como o camarão da Antártida Euphausia superba) e Neuston (que apanha zooplâncton junto à superfície) já estão na água. Quando estas redes são recolhidas, a preparação da rede RMT25 (Rectangular Midwater Trawl) começa. Ou seja, temos de tirar a rede MOCNESS do lugar para colocar a RMT25, pois ambas são colocadas a partir da popa do navio (parte de trás do navio). Colocamos a RMT25 na água por volta das 5-6 da tarde ao anoitecer na Antártida, pois é nessa altura que os peixes e lulas costumam vir para águas menos profundas e são mais fáceis de apanhar. Neste primeiro lançamento as redes vão até 1000 m de profundidade e demoram 2-3 horas a regressar à superfície. Cada RMT25 possui na realidade 2 redes: uma que abre entre os 1000 e 750 metros de profundidade e outra que abre entre os 750 e 500 metros de profundidade, tudo feito automaticamente. Isto é para perceber que peixes, lulas e outros organismos se distribuem de acordo com a profundidade. Quando as redes são recolhidas, é registado o peso total da captura (ou seja, tudo o que vem da rede), e depois cada espécie é pesada. Para os peixes e lulas, cada individuo é medido e pesado, e se possível, saber o seu sexo e estado de maturação. Cada indivíduo é então colocado num saco individual para mais análises em Cambridge, onde fica situada a British Antarctic Survey. A RMT25 volta novamente à água por volta das 9-10-11 da noite, mas desta vez entre as profundidades 500-250 e dos 250 até muito próximo da superfície. O estudo do conteúdo da rede é semelhante à do primeiro lançamento. Normalmente o trabalho acaba por volta das 3-4-5 da manhã (mas vários dias foi até mais tarde!)... agora deves estar a perceber porque é que acordamos às 2 da tarde...na prática, se não estás a dormir, estarás certamente a trabalhar ou a fazer algo relacionado com a ciência que estás a fazer a bordo! Para um dos nossos projetos científicos, recolhemos amostras de lulas para estudos genéticos, onde desejamos perceber como elas se vão adaptar às alterações climáticas: será que possuem os genes que as permite produzir proteínas que as faz sobreviver em águas mais quentes? Para descobrir isso recolhemos amostras da pele, tecido muscular do corpo e tentáculos, além de tecido bucal...pois diferentes tecidos podem-nos dar diferentes informações sobre proteínas presentes nesses tecidos. Tudo muito interessante! Depois do Natal, passado entre as Ilhas Falkland e Punta Arenas (Chile), chegámos a Punta Arenas no dia 26 de Dezembro. No dia seguinte de manhã estávamos a caminho do aeroporto...as despedidas do navio RRS James Clark Ross foi emocionante, por volta das 10.45 da manhã. Mais de 24 horas depois estávamos a chegar a Cambridge, por volta das 21.30 da noite (mais de 24 horas entre aviões: Punta Arenas - Santiago do Chile (muda de avião – Madrid (muda de avião) – Londres, seguido por autocarro até Cambridge). Após um breve passeio pela cidade, onde deu para testemunhar o belo sol de Inverno inglês, estamos prestes a regressar a Portugal!!!! Até breve, para a próxima expedição!!! Até lá, segue o futuro na página de facebook: https://www.facebook.com/jose.c.xavier. This week flown fast. A week ago we were arriving at the Falkland Islands, after a few weeks of hard work. During the expedition we collected > 1000 fish from 30 fish species, and 50 individuals of 5 squid. How do we work during an Antarctic expedition onboard of the RRS James Clark Ross? Well, we have work shifts. Here´s a common day in the ship: wake up around 2pm (yes, two in the afternoon!!!). A scientific meeting with all team members at 3pm to discuss the work plan for the next 24h. At that time the nets MOCNESS and Neuston are already in the water, catching zooplankton in the water column and nearly the surface, respectively. When these nets are recovered, the RMT25 (rectangular Midwater Trawl) is launched. This operation is carried out around 5-6pm around sunset, as this time is when fish and squid start moving towards less deeper waters and are easier to catch. The RMT25 will go up to 1000 m deep and take ~ 3 horas to return to the surface. Each RMT25 has, in reality, 2 nets: one that will remotely open between 1000 and 750 m deep and another from 750 m and 500 m deep. This is to understand how fish, squid and zooplankton are distributed according to depth. When the nets are recovered, the total weight of the catch is recorded, as well as, and individuals from each species. For the fish and squid, each individual is identified, measured and weighed, and if possible, its sex and maturity stage. Then, each individual is packed for more analyses in Cambridge, at the British Antarctic Survey. The RMT25 returns to the water, but now to operate between 5000 m and 250 m and between 250 m and the surface. Normally the work ends around 3-4-5am (with some days, later)...by now, you are starting to understand why we wake up at 2pm…in practice, if we are not awake, we are doing something related to the science work we have to do…for one of our research projects, we collected samples from squid for genetic studies, where we wish to understand how they might adapt to climate change: do they possess genes that allows them to produce genes that makes them survive in warmer waters? To find out, samples of tissues of skin, muscle, tentacle and buccal mass were collected. This is because different tissues may express different proteins. Everything very interesting!!! After Christmas, spent between the Falkland Islands and Punta Arenas (Chile), we arrived in Punta Arenas on the 26th December. On the following day, we were already on our way to the airport….saying goodbye to the RSS James Clark Ross was emotional, around 10.45am. > 24h we were back to Cambridge, at 21.30 local time (more than 24h in planes: Punta Arenas- Santiago de Chile- Madrid – London, and bus to Cambridge). After a brief walk in town city center, where we witness beautiful Winter Cambridge sun, we are about to return home!!! See you soon!! To follow more of our research in the future in the Antarctic go to facebook: https://www.facebook.com/jose.c.xavier Latitude: 53.18 S E tu, compreendes a importância da ciência que se faz na Antártida? Nós sabemos que a Antártida e o Oceano Antártico tem um papel importante no nosso planeta. Seja, por exemplo, na contribuição para o aumento do nível do mar, no armazenamento de carbono no Oceano, nas correntes oceânicas, no clima e na questão das alterações climáticas... num contexto em que sabemos que no futuro esta região vai ter um papel preponderante em muitas destas questões, temos um grupo de equipas que aborda questões importantes sobre o Oceano Antártico. Aqui estão alguns cientistas de algumas equipas: - Julie Meilland Julie é uma investigadora pós-doutoral do MARUM, um instituto cientifico em Bremen, na Alemanha. Ela colabora com Clara Manno no estudo do potencial que algumas espécies de organismos marinhos (chamados foraminíferos) possuem para se adaptarem às alterações climáticas e à acidificação dos oceanos. Estes organismos estão presentes em todo o lado dos oceanos e são do tamanho de um grão de areia. A bordo, estará a estudar como o seu metabolismo consegue lidar com o aumento da temperatura. Usando redes BONGO (que possuem uma malhagem muito pequena, 100 µm), apanhamos estes organismos e os colocamos a 2 temperaturas diferentes. Os resultados preliminares sugerem que poderão adaptar-se bem. No regresso à Alemanha, irá analisar em detalhe os organismos recolhidos para compreender melhor os processos associados aos resultados obtidos. E tive uma supresa: estes organismos tiveram filhotes a bordo, um evento raro!!!! - Emily Rowlands e Clara Manno Emily investiga o impato de nanoplásticos em águas do Oceano Antártico. Nanoplásticos são do tamanho mais pequeno de plástico, que não é visível ao olho humano com < 0.001 mm. Isto é 2000 vezes mais pequeno que um grão de areia!!!! Por eles serem tão pequenos, os nanoplásticos podem interagir diferentemente com as partículas da água e dentro do corpo dos animais que os consome, comparativamente com os plásticos maiores. A primeira coisa a fazer é estudar os nanoplásticos de diferentes profundidades, com um aparelho chamado armadilha de sedimentos flutuante (floating sediment trap). Também estuda como os nanoplásticos podem afetar o desenvolvimento do camarão da Antártida Euphausia superba. Sendo um dos organismos mais importantes na cadeia alimentar Antártica marinha, será importante perceber em detalhe se, por exemplo, fêmeas do camarão conseguem produzir ovos e como os camarões bébés lidam com nanoplásticos. Muitas amostras foram recolhidas para estudar mais em detalhe as experiências realizadas a bordo. - Anna Belcher Anna é uma bióloga marinha que estuda o camarão da Antártida Euphausia superba. Ela conta-nos uma história para explicar o seu trabalho: “Um dia na vida do Larry, o camarão da Antártida – a bordo do navio RRS James Clark Ross”. Larry começou os seus dias a viver no Oceano Antártico, a comer plantas, feliz da vida e evitando ser comido por baleias. Mas o Larry era um camarão curioso e notou um navio nas suas proximidades. Não tinha a certeza do que estava a fazer ali mas ficou curioso e foi ver... com sorte o Larry conseguiu entrar no navio por uma rede científica. Já a bordo, encontrou-se com outros amigos camarões num balde como se estivesse numa festa. Excitado pela próxima aventura, Larry foi posto noutro balde onde as luzes foram cobertas e onde havia um sensor. Larry ficou todo contente a dançar de um lado para o outro enquanto o cientista o observava atentamente com o sensor. Larry pensou o que viria a seguir... e nessa altura, vários outros colegas camarões foram colocados com Larry. Ele não saiba exatamente o que se estava a passer…mas ouviu o cientista dizer que a cientista estava a tentar medir camarões a partir do espaço. A partir do espaço!? Isto seria muito fixe, pensou Larry. Assim ficaria a saber quantos amigos teria no Oceano Antártico. A cientista estava a medir a luz reflectida de Larry e dos seus amigos de modo a que possa usar imagens de satélite que possam dar a mesma informação da quantidade de camarão da Antártida. Larry dançou o que conseguiu para ajudar a cientista na sua tarefa! Ele estava a contribuir para a ciência :). Depois de meia hora, Larry foi posto com os seus amigos novamente num novo balde, tendo a sensação que a sua contribuição estava feita...e assim foi. De repente, splosh, Larry estava novamente no Oceano, com uma história para contar. E que grande aventura!!!! - Natalie Ensor Natalie é uma das gestoras dos laboratórios que trabalha para a British Antarctic Survey. A sua função consiste em coordenar o uso dos laboratórios nos navios, assegurar que todo o equipamento está a funcionar corretamente e ajudar os cientistas se necessário, a bordo do navio RRS James Clark Ross. Outro aspeto deste trabalho é a saúde e segurança no trabalho. Para isso, Natalie precisa de compreender quais os organismos que vão ser estudados, que experiências vão ser realizadas, e que riscos existem associados a eles. Tudo isto para assegurar que todos trabalham de um modo seguro e evitar acidentes. Por exemplo, haver regras do uso de batas no laboratório, usar proteção se lidar com materiais nocivos à saúde. Exemplo prático: Preservar amostras de organismos podem ser em álcool 70%, por exemplo...e como alcool é inflamável, é preciso usar bata. É uma profissão muito interessante, pois a Natalie lida com muitos cientistas de diferentes áreas de investigação, tudo a bordo do navio RRS James Clark Ross. - Petra ten Hoopen Petra é a gestora de dados cientificos da UK Polar Data Centre para expedições cientificas marinhas. “O que aconteçe aos dados recolhidos numa expedição como esta?” Hoje em dia as expedições cientificas recolhem muitos dados dos numerosos aparelhos usados no navio RRS James Clark Ross. Os dados podem ser da temperatura do ar e da água, das amostras recolhidas, ao longo da expedição. Todos os dados desta expedição serão transferidos em segurança para a British Antarctic Survey em Cambridge, Reino Unido. Cientistas que recolhem amostras e dados terão o acesso exclusivo à base de dado num periodo mínimo de 2 anos para a sua investigação. Depois, há medida que os dados serão publicados em revistas cientificas, eles também estarão disponíveis na UK Polar Data Centre (https://www.bas.ac.uk/data/our-data/). Este catalogo também coneta para portais de dados onde eles estarão disponíveis. O objetivo final é certificar que os dados da expedição fiquem disponíveis a todos! - Iliana Bista Iliana Bista é uma ecologista molecular no Sanger Institute, Cambridge. Ela trabalha com a genómica de peixes, em particular de um grupo abundante na Antartida, os Notothenioids. A bordo do RRS James Clark Ross, ela tem recolhido amostras de água para a análise de DNA ambiental. DNA Ambiental (Environmental DNA (eDNA)) é DNA livre que é deixado na água pelos animais que vivem lá, como as células da pele, urina, entre outros. Ao filtrar a água nós podemos recolher e analisar o DNA destes animais e detetar a sua presença e a estrutura da sua população. Ela também trabalha na sequenciação de genomas completos destes e de outros tipos de peixes. Para isso, Iliana tem recolhido amostras de uma variedade de peixes. Usando tecnologia de sequenciação recentes nós poderemos ler todo o genoma dos organismos a uma elevada precisão, além da sua ecologia e evolução. - José Xavier e Ricardo Matias (com Gabriele Stowasser, Martin Collins, Ryan Saunders e Clara Manno) Como investigadores associados ao ECOTOP – MARE da Universidade de Coimbra, o nosso trabalho nesta expedição foca em estudar as diferentes pressões que os animais marinhos na Antártida estão a sofrer atualmente e que mudanças poderão a vir a ocorrer nesta região, seguindo algumas das nossas recentes publicações (Rintoul et al. Nature 2018, Seco et al. Envirn. Poll. 2019, Bessa et al. Sci. Rep. 2019). Estamos a falar das alterações climáticas e da poluição, em particular. Assim recolhemos amostras para 3 projetos: 1- se os animais têm a capacidade para se adaptar à medida que o planeta aquece (estamos a recolher lulas para estudar a sua genética, para saber que genes possuem que possam lidar com mudanças do oceano, como o aumento da temperatura) (com Cecília Roque, Margarida Dias), 2- se microplásticos estão presentes em peixes na Antártida (estamos interessados em peixes lanterna) (com Clara Manno, Ryan Saunders, Martin Collins, Gabi Stowasser, Claire Waluda) e 3 – se o camarão da Antártida possui meios de se libertar de mercúrio (com José Seco). Já possuímos 95% das amostras que precisamos...estamos a quase!!! Alguns destes trabalhos terão certamente implicações na gestão desta região do planeta. A Antártida é gerida pelo Tratado da Antártida, que se foca em 3 pilares principais: na ciência, cooperação internacional e proteção do ambiente. Tudo o que possa informar decisores políticos para como melhorar o conhecimento, a cooperação entre países e a proteção da Antártida, melhor...esta informação poderá ser valiosa!!! Why is relevant the science that is being conducted in the Antarctic? We do know that the Antarctic and the Southern Ocean have an important in our planet, with issues such as climate change, sea level rise, Southern Ocean carbon sink, Ocean acidification, Thermohaline world currents, animal adaptation… in a context that it is known that this region will have an increasing important role in these big issues, we have a group of teams that are addressing important questions about the Southern Ocean. Here´s some of the scientists: Latitude: 55.15 S A Antártida é assim tão especial, tão fascinante, tão incrível? Sim!!!! Além dos animais, tem determinadas coisas que me fascinam, e que estando agora na Antártida tornam-se mais óbvias. Primeiro: É um continente devoto à ciência e à Paz, sendo regido pelo Tratado da Antártida. São mais de 50 Países que promovem a cooperação internacional, reconhecem o papel importante da ciência e em desenvolver acções para a proteção ambiental da região. Sentes isso todos os dias, no modo de como os teus colegas de vários países desejam colaborar e trabalhar connosco. Segundo: É uma área muito importante do planeta para questões essenciais como as alterações climáticas, o degelo, o aumento do nível das águas do mar, perceber como os animais serão capazes de se adaptar (ou não) às mudanças que a região está a sofrer, compreender como a poluição pode afetar os animais em ambientes extremos... e muito mais. Basta ver a variedade de investigação feita pela "Scientific Committee on Antarctic Research (SCAR; https://www.scar.org/)". Terceiro: A Antártida é linda!!!! A beleza dos pinguins, a elegância dos albatrozes, a curiosidade das focas, os azuis dos icebergues, o frio extremo de todos os dias, ... aprende-se aqui a noção de altruísmo, pois somos nós contra os elementos da natureza. Só juntos poderemos resistir. Como tantas coisas boas, fazer investigação na Antártida torna-se um privilégio muito grande. Para levar todas estas aventuras do nosso trabalho, é essencial ter uma ligação forte com a sociedade, em particular com as gerações mais jovens. Antes da expedição fomos a várias escolas dar palestras sobre o nosso trabalho, no âmbito das SEMANAS POLARES. Esta iniciativa, coordenada pela "Association of Polar Early Career Scientists (APECS)" de Portugal e da "Polar Educators International (PEI)" com a cancela do Programa Polar Português PROPOLAR, pretende levar cientistas polares às escolas de modo a explicar a importância das regiões polares, do trabalho que fazem e de inspirar gerações a serem bons cidadãos. Este ano trouxe bandeiras do agrupamento de escolas de Azambuja e da Escola Secundária c/3 ciclo D. Dinis de Coimbra. O Ricardo Matias trouxe bandeiras do agrupamento de escolas de Arganil, escola básica de Barcouço e do Grupo Etnográfico da região de Coimbra. Esperamos que vários membros da expedição as venham assinar antes de as devolver às escolas. Para comemorar o Dia da Antártida (1 de Dezembro), a Emily Rowlands (da associação de jovens cientistas polares do Reino Unido – UKPN) também trouxe fotografias de desenhos de alunos de várias escolas de todo o mundo. Estas iniciativas podem ter um impato positivo. Muito fixe!!!! Antarctica is that special, fascinating and incredible? Oh yes, it is. As well as the animals, there are various aspects of the Antarctic that fascinates me. Being here now, these aspects become more obvious. Firstly: Is a continent devoted for Science and Peace, under the Antarctic Treaty. More than 50 countries promoting international cooperation, recognizing the importance of science and the relevance of environmental protection. We notice these feelings everyday, in the way our colleagues work with us. Secondly: Antarctica is an important area of the planet to address key scientific questions related to issues such as climate change, sea level rise, animal adaption and resilience to different ecosystems, pollution effects on organisms in extreme environments,…and lots more. Just look at the variety of the science being done by the Scientific Committee on Antarctic Research (SCAR; https://www.scar.org/). Thirdly, Antarctica is beautiful!!!! The gracefulness of the penguins, the elegance of the albatrosses, the blue of the icebergs, the extreme cold of everyday, …also, here we learn the better notion of altruism, as together we can survive against the elements. With all these things, doing research in the Antarctic becomes a privilege. In order to take the adventures of our work, it is essential a strong connection with society, in particular with the younger generations. Before this Antarctic expedition, we went to schools, under the educational activity POLAR WEEKS. This initiative, coordinated by the Association of Polar Early Career Scientists (APECS) Portugal and Polar Educators International (PEI) with the national endorsement of the Portuguese Polar Program (PROPOLAR), it aims to take polar scientists to the classroom to talk about the importance of the polar regions, the work that we are doing and inspire the young generations to be good citizens. In this expedition, we brought flags from schools of Azambuja, Barcouço and Coimbra (all from Portugal). Members of the expedition will sign the flags before we return them to the schools. To commemorate ANTARCTICA DAY (1 December), the scientist Emily Rowlands (of the Association of Polar Early Career Scientists of the UK – UKPN) also brought printed images of the drawings of students around the world. Surely these initiatives will have a positive impact. Very cool!!!! Latitude: 54.17 S Para mim as Ilhas de Bird Island e Geórgia do Sul são um Paraíso. Não estou a exagerar. Irei-vos dar provas disso. Tem focas? Tem! Tem pinguins? Tem!! Tem albatrozes? Tem!!! E glaciares? Bem, já sabem a resposta. É como estar num Jardim Zoológico em que tu és a estrela. Os animais olham-nos com curiosidade e não têm medo de nós. Mas existem diferenças grandes entre eles. Na nossa expedição fomos primeiro a Bird Island (descoberta por James Cook em 1775) onde a base cientifica britânica fica praticamente na praia. Assim que se começa a chegar perto começamos a ouvir um ruído, que vai aumentando, tal como vamos a entrar num estádio de futebol cheio e acabaste de ver o relvado. Isto porque na praia em Dezembro é a altura da reprodução dos lobos marinhos Arctocephalus gazella... e são aos milhares. Os machos enormes, que podem chegar a mais de 130 Kg, estão a lutar por um território uns com os outros, e são ferozes: dentes afiados, corpolentos, fortes. Todo o cuidado é pouco. Se subirmos um pouco, saindo da praia, deixamos de ter lobos marinhos e começamos a ter ninhos de albatrozes viageiros Diomedea exulans nas partes mais niveladas. Os albatrozes de cabeça-cinzenta Thalassarche chrysostoma e os albatrozes de sobrancelha preta Thalassarche melanophrys estão nos montes mais desnivelados. Os pinguins gentoo Pygoscelis papua também gostam das praias e dividem algumas com os lobos marinhos. Os pinguins macaroni Eudyptes chrysolophus gostam de montes rochosos junto ao mar... deu para estar com eles todos!!!! A uma distância de umas 6-8 horas de navio, fomos também à base cientifica Britânica de King Edward Point (KEP), que fica na Geórgia do Sul, e na mesma baia de Grytviken. É bastante diferente de Bird Island. Grytviken é uma antiga vila da caça da baleia entre 1904 e 1964 na Geórgia do Sul. Aqui está sepultado o famoso explorador Sir Ernest Shackleton e dizem que também alguns portugueses que vieram no século XIX para a caça da baleia. Passear pela vila, onde viveram 400 pessoas é voltar ao passado. O museu é fantástico, pois nos permite informar sobre como era nessa época. Nesta área, os elefantes marinhos Mirounga leonina são mais comuns, tal como os pinguins rei Aptenodytes patagonicus, complementando um pouco do que verificámos em Bird Island. O meu coração está em Bird Island, pelos 3 Invernos que já lá passei. Estar lá novamente foi muito especial. Reviver as pessoas e os locais onde passei tanto tempo, foi maravilhoso. Em ambas as ilhas, todos os membros das bases cientificas são 5 estrelas, super entusiasmados pelo que fazem. Excelente ver o seu brilho nos olhos!!! Após abastecer ambas, já estamos no alto mar, a fazer ciência... mas atentos. Estamos na semana da COP 2019 de Madrid onde se continuará a discutir as alterações climáticas e que decisões políticas precisam de ser feitas num futuro muito próximo sobre esta questão. For me, Bird Island and South Georgia are a Paradise. I am not exaggerating. Proofs of it: does it have seals? Yes. Does it have penguins? Yes. And albatrosses? Yes too. Glaciers? Yes, you know the answer. It is very similar to being in the Zoo in which you are the star. The animals look at you with curiosity and are not afraid of us. There are differences between Bird Island and South Georgia. In this expedition, we went first to Bird Island (discovered by James Cook, in 1775) where the British scientific base is located… right on the beach. As we get closer, we start hearing some noises, that increased as we got closer, very similar when entering a football stadium full of people when the players come into the pitch. This is because, at this time of the year (early December), the Antarctic fur seals 'Arctocephalus gazelle' have their reproduction period… and they are in thousands. The males can reach > 130 Kg while fighting for a territory and they are ferocious: sharp teeth, big bodies, strong. We have to be pretty careful while wandering around. If we move away from the beach, up the hills, we stop seeing so many Antarctic fur seals. Albatross and petrel nests become the norm. Wandering albatross 'Diomedea exulans' nests are in more distributed in meadows whereas grey-headed albatrosses 'Thalassarche chrysostoma' and black-browed albatrosses 'Thalassarche melanophrys' are more close to cliffs. The gentoo penguins 'Pygoscelis papua' also like the beaches and divide some of them with Antarctic fur seals. The Macaroni penguins 'Eudyptes chrysolophus' like rocky mountains close to the sea…and guess what: it was possible to be with all of them!!!! |
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