A CAMPANHA
PROPOLAR 2011-2012
Novembro de 2011 a Abril de 2012
PROPOLAR 2011-2012
Novembro de 2011 a Abril de 2012
O dia na base começou às 7h. Dormi num quarto para duas pessoas, mas por enquanto não tenho companheira de quarto. Tomámos todos juntos o pequeno-almoço às 8h no salão principal da base. _Eu sou a Carla Mora, faço parte da equipa do projecto SNOWCHANGE e sou investigadora do CEG/IGOT da Universidade de Lisboa. Os meus interesses de investigação centram-se nos climas de montanha, detecção remota da neve e no estudo dos efeitos das alterações climáticas sobre o permafrost.
O pequeno-almoço na base consistiu em pão com manteiga ou doce e café ou chá, e depois foi necessário reunir com a chefe de base (Edite Flores) para dar-mos conta do que íamos fazer durante o dia. O Gonçalo que é o investigador principal, responsável pelo nosso projecto, teve uma reunião com a chefe e depois saímos para o campo. O céu estava encoberto e o vento soprava a 20km/h. Estávamos interessados em sair rapidamente porque antecipava-se o agravamento das condições meteorológicas. Quando saímos da base encontrámos dois pinguins gentoo no caminho. Muito giros e patuscos. Parámos, demos-lhes passagem e eles lá foram. Hoje fomos fazer o reconhecimento do sector sul da Península de Fildes. O substrato são basaltos e tufos vulcânicos e ao longo do nosso percurso encontramos vários geódes. Uma incrível quantidade deles. Tirámos fotos, mas não guardámos nenhum, porque da Antártida só se podem levar fotos ou amostras devidamente autorizadas. Ao longo do nosso trajecto estivemos a observar a distribuição dos neveiros, para depois seleccionarmos os que vamos estudar. Enquanto andávamos nas nossas explorações, numa baía na costa oeste vimos vários elefantes marinhos. Alguns andavam à luta e faziam ruídos que ao longe pareciam tractores. O enquadramento natural da baía era espectacular e no mar avistavam-se vários icebergs. O dia de campo terminou repentinamente, pois as condições meteorológicas mudaram. O vento começou a soprar com mais intensidade, começou a nevar e as nuvens ficaram progressivamente mais baixas. Tivemos que regressar rapidamente à base. Neste primeiro dia ficámos com a sensação de que, como dizia o nosso colega Julio Martin, estávamos num livro de Julio Verne. Principalmente pela estranheza do ambiente natural e pela presença da fauna pouco familiar. Os comentários estão fechados.
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Março 2012
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