A CAMPANHA
PROPOLAR 2011-2012
Novembro de 2011 a Abril de 2012
PROPOLAR 2011-2012
Novembro de 2011 a Abril de 2012
31 Janeiro 2012 Já devidamente instalados nas camaratas e laboratório da Base Armada Argentina de Deception, iniciámos prontamente as tarefas que tinhamos deliniado. Os nossos primeiros dias de trabalho, que, em geral, coincidiram com boas condições atmosféricas, foram bastante atarefados. O frio Antárctico nesta zona que nos encontramos é facilmente suportável, o nosso pior inimigo é o vento gélido forte, que por mais que se tente tapar descobre sempre por uma pequena fresta. Outra dificuldade adicional está intrisecamente ligada às características da ilha, que por ser vulcânica, os solos são contituídos essencialmente por piroclastos e cinzas, e com decllives bastante acentuados, dificultando a nossa locumução de site para site. Apesar de tudo, visitámos as 5 áreas de estudo que pretendiamos e realizámos as tarefas que tínhamos idealizado em cada um deles. Sendo o nosso objectivo final estudar o permafrost e a sua dinâmica, as nossas actividades principais prendem-se em recolher temperaturas do ar, solo e subsolo através de sensores instalados previamente em campanhas anteriores, e medir a espessura da camada activa (camada de solo que se congela e descongela sazonalmente e que se encontra sobre o permafrost) através de uma sonda graduada que se insere na camada activa até atingir o permafrost. Todos os dados recolhidos são depois processados no laboratório, e são derivados modelos anuais de evolução da temperatura da camada activa, que nos indicam a existência ou não de neve ao longo do ano e por comparação dos modelos anteriores inferir padrões de evolução. Miguel Cardoso, Antoine Marmy & Gabriel Goyanes, Ilha Deception Cientistas do PROPOLAR reencontram-se na pista do aérodromo de Frei. Em pé, da esquerda para a direita: José Xavier, Pedro Pina, Teresa Firmino, Carla Mora, Marc Oliva, Julio Martín, Adelino Canário, Pedro Guerreiro. Em baixo, da esquerda para a direita: Ana Salomé David, Gonçalo Vieira, António Correia, João Pedro Rocha, Vanessa Rei e José Seco. _Os últimos dias na Península Fildes foram passados a terminar as actividades que estavam pendentes. Recolha de amostras de sedimentos próximo de neveiros; recolha de sedimentos sobre os neveiros; abertura de novos perfis, mas desta vez, em neveiros perenes; varrimento com a camera hiperespectral a partir do solo; cartografia geomorfológica de pormenor; e preparação das amostras em laboratório. O dia 25 de Janeiro foi passado a arrumar a carga e a organizar o voo português do dia seguinte. Fizemos vários contactos com as várias bases e navios parceiros, de modo a que todos os passageiros estivessem a postos no dia 26. Do lado de lá da Passagem de Drake, em Punta Arenas (Chile), estava a Ana Salomé, a fazer os contactos e a preparar tudo para que os investigadores pudessem partir para a Antártida no mesmo dia.
Ambos os voos portugueses de 26 de Janeiro correram muito bem! O avião saíu de Punta Arenas um pouco antes das 12h e, pelas 14h estava a aterrar no aerodromo de Frei. Havia já uma enorme azáfama de cientistas na pista, que rapidamente se preparavam para embarcar. O avião ficou na pista durante cerca de 1h. Foram momentos de alegria! Saudar os colegas que acabavam de chegar, reencontrar uma série de companheiros de outras campanhas vindos de programas parceiros e, ainda, verificar que tudo estava a correr como previsto. No total, o PROPOLAR apoiou, com estes dois voos, a deslocação de 72 cientistas e técnicos enquadrados nos programas antárticos da Argentina, Bulgária, Chile, Espanha e Republica da Coreia. O voo chegou a Punta Arenas pelas 17h30 e assim terminou, por este ano, a componente de campo do projecto SNOWCHANGE. O trabalho correu muito bem, com alguns percalços típicos do trabalho na Antártida, mas o balanço foi extremamente positivo. A equipa vai agora passar os próximos meses a analisar os dados recolhidos, contando apresentar os resultados preliminares na Conferência de Ciências Polares que se realizará na Primavera no IPIMAR em Lisboa. Quanto a mim, depois de um curto regresso a Portugal, regressarei à Antártida no dia 8 de Fevereiro enquadrado no projecto PERMANTAR-2, desta vez integrado nas actividades do Programa Antártico Norte Americano na ilha Anvers e Península Antártica. Conto contar neste site as actividades que formos desenvolvendo. A equipa SNOWCHANGE agradece todas as mensagens de apoio que nos foram enviadas e o interesse pelo nosso Diário de Campanha. Gonçalo Vieira, 30 de Janeiro de 2012, Lisboa. O BLOGUE DO PROPOLAR CONTINUARÁ ACTIVO COM POSTS DOS VÁRIOS PROJECTOS ATÉ AO INÍCIO DE ABRIL. Domingo, 29 de Janeiro
Arctowski - Estamos em Arctowski há 2 dias. Não nos esperavam, pensavam que viéssemos lá para fevereiro, mas fomos extremamente bem recebidos. A estação de Henry Arctowski fica na baía de Admiralty, numa zona quase sempre de rocha nua, vulcânica, e próximo de locais de interesse científico especial - turfeiras de musgo e pinguineiras. A estação tem várias unidades habitacionais de madeira, pintadas a amarelo, e com capacidade para umas 60 pessoas. Nesta altura devem estar talvez umas 40 pessoas das quais metade são cientistas. Os outros são pessoal de manutenção, alguns dos quais ficam cá todo o ano.O dia começa às 8 horas com um pequeno almoço a que ninguém pode faltar. É nesta altura que se verifica se estão todos presentes, embora não haja uma chamada. O pequeno almoço polaco é também uma das principais refeições, assim como o almoço que é às 14 horas. O jantar é uma refeição ligeira, por vezes alguns restos das outras refeições e faz-se às 20:00. A comida é muito à base de porco: carne, fumados, enchidos, tripa, acompanhados de massa, batatas, pepinos em conserva, couves em vinagrete e coisas do género. A sala de das refeições funciona como o centro social da base. E uma mesa está permanentemente cheia de chocolates, bolachas e frutos secos. É preciso de ter muito cuidado com a linha... A cozinheira é uma senhora próximo dos 60 cheia de vida. Só fala polaco e consegue ir fazendo alguns milagres à base de comida congelada e desidratada e praticamente sem vegetais. Só vai havendo vegetais quando algum barco de turistas vem visitar e oferece alguns - trouxe vitaminas... A vida selvagem é razoavelmente abundante: pelo menos 3 espécies de pinguins, alguns nidificando, skuas, petréis, foca de Weddel, foca elefante, leão marinho, baleias.Ontem começámos a montar os tanques para as experiências e o sistema pareceu ficar razoavelmente bem. Foi também dia de festa - comida, bebida e dança. Tivémos como visitantes os vizinhos brasileiros da base de Ferraz, os peruanos da base Pichu e os americanos do abrigo Copacabana, que estão a estudar os pinguins. As bases brasileira e peruana, assim como a argentina e chilena, são comandadas pela tropa, ao contrário das restantes são que são civis. Estas últimas reinvidicam o território antárctico como deles, numa linha que vai até ao pólo. Hoje, domingo, é dia de folga. Não se cozinha (é cada um por si) e a maior parte do pessoal dedica-se a actvidades de ar livre (barco, fotografia). O Pedro foi visitar a base brasileira de zodíaco. Comecei a pesca à linha. Perdi vários estralhos nas rochas, o que me preocupa pois a esta velocidade não chegam. Apanhei cinco peixes, o que não foi mau, mas não é suficiente. vamos ver amanhã. Adelino Canário & Pedro Guerreiro, Ilha King George, http://www.facebook.com/note.php?note_id=10151223441220384. 28-01-2012
A vida na base Coreana é atípica para os padrões antárcticos. Nesta base há confortos que normalmente só encontramos num hotel, como banhos quentes regulares e ligação à internet. Temos um rígido horário de refeições que nos foi entregue logo à chegada e a comida é, como seria de esperar, muito baseada em arroz e algas. Curiosamente, nenhum de nós se queixa. Excepto o Marc que não consegue dominar a arte de comer com pauzinhos. Somos cinco nesta equipa, Marc Oliva (Geógrafo), Dermot Antoniades (Paleolimnólogo), Felipe Simas (Agrónomo), Karoline Delpupo (Geógrafa) e João Agrela (Geógrafo). Os nossos objectivos de projecto são a colheita de cores de sedimentos do fundo de lagos nas penínsulas de Barton, Weaver e Potter para fazer a reconstrução de ambientes do passado, mapeamento de solos e monitorização de permafrost e da camada activa. Muita coisa para pouco tempo mas faremos o nosso melhor. No nosso primeiro dia aqui, fizemos um reconhecimento a quase toda a península de Barton a pé, guiados por dois companheiros coreanos, um deles é o Dr. Hong, muito simpático e prestável. Hoje conseguimos ir até ao nosso primeiro lago e testar o aparato de extracção de cores. Conseguimos dois cores curtos, mas sentimo-nos bem por atacar imediatamente o trabalho, pois o estado do tempo tem sido bom e ficar na base é proibido. Vejamos o que nos reserva o futuro. João Agrela, Ilha King George Ontem chegou de Punta Arenas no voo fretado por Portugal o grupo de trabalho do projecto HOLOANTAR. Eu sou Marc Oliva, investigador de pos-doutoramento no Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa e coordinador do projecto. O HOLOANTAR é um projecto internacional e multidisciplinar que se focaliza nas penínsulas de Barton, Weaver e Potter (ilha de King George). Integra cinco investigadores que irão desenvolver duas tarefas principais:
a) Estudo e caracterizaçao dos criosolos antárticos. Esta tarefa será realizada por Felipe Simas e Karol Delpupo (Universidad de Viçosa, Brasil) b) Recolecçao de sedimentos lacustrinos para reconstituçao paleoambiental e paleoclimática na Antártida marítima, tarefa a desenvolver por Dermot Antoniades (Universidade de Montevideo, Uruguay), Joao Agrela e Marc Oliva (Universidade de Lisboa). Entre o 26 de Janeiro e 9 de Fevereiro os membros do HOLOANTAR vão ficar na base coreana de King Sejong, na península de Barton, onde estamos a colaborar com o biólogo Dr. Hong e o seu grupo de trabalho. A base é muito comfortável e oferece uma serie de luxos para estar na latitude 62º sul: buffet, internet, gabinetes amplos, laboratórios completos, etc. O ambiente é muito agradável e a gastronomia coreana é muito boa, condições impossíveis de melhorar para trabalhar e cumprir os objetivos do projecto. Marc Oliva, Ilha King George, 27 Janeiro 2012 Quinta-feira 26 de Janeiro
A bordo dos Hespérides, o navio polar espanhol, que nos está a dar boleia desde a base Frei chilena para a base Arctowski polaca. Duas horas e meia de navegação recolhendo pelo caminho mais um passageiro da base argentina.. Depois de uma viagem entre Lisboa e Punta Arenas sem peripécias, com passagem por S. Paulo e Santiago, chegámos a Punta Arenas a 23 pelas 17:30 hora local e lá ficámos à espera da confirmação do voo, aproveitando para fazer algum trabalho que necessitava acesso à Internet. No hostel Calafate, onde ficámos hospedados, estava à nossa espera a Ana Salomé, que coordena a logística e passa o tempo a correr de uma lado para o outro e a telefonar :). Experimentámos o borrego assado, uma das especialidades locais, nessa noite e nas seguintes fomos testando outras: sopa de marisco, pejerrey, e até o fastfood local que é muito melhor que o MacDonalds, mas que a ASAE não perdoava. Também descobri que uma das minhas velhas botas tinha a sola quase toda descolada e aproveitámos para andar pela cidade. Fomos às lojas francas mais a sul do planeta (no luck!), as lojas de especialidade não tinham botas para o meu "pézinho" e a solução foi cola-tudo. Entretanto, só ontem chegou a nossa carga de material - uff! - retida pela alfândega de Santiago por não saber o que era um carnet ATA - pelo menos essa foi a justificação. Tudo a postos! Pela manhã fomos para o aeroporto no autocarro alugado pelo Instituto Antárctico do Chile (INACH), e após as formalidades, saímos cerca do meio dia num BAE-146 da companhia DAP com uns 30 passageiros chilenos, espanhóis, búlgaros e brasileiros, além dos 3 portugueses. Voo sem peripécias, bom tempo, voando acima das nuvens, e cerca de 2 horas depois descortinámos primeiro alguns icebergs e pequenas ilhas e, rapidamente, após um curto círculo, estávamos a fazer-nos à pista, onde aterrámos pelas 13:41 na Base Eduardo Frei. A primeira impressão é de alguma insegurança devido ao choque térmico e o ambiente envolvente. Estava um pouco de vento e cerca de 0ºC, sentindo-se como se fosse -10ºC. Enquanto esperávamos pela carga, chegaram os passageiros que iam voltar no mesmo avião, entre os quais muitos portugueses do Centro de Estudos Geográficos (Gonçalo Vieira, Carla Mora, ...), a Teresa Firmino e colega fotógrafo do Público que passaram as últimas semanas na zona, o José Xavier e outros. Imeditamente entrámos em contacto com os espanhóis para nos dirigirmos à praia onde zodíacos da Armada Espanhola nos transportaram para o Hespérides. Mas antes de entrar no zodíaco é preciso vestir o fato de sobrevivência para o caso de cairmos à água. E com mais uma viagem de zodíaco fomos desembarcados na praia de Arctowski, onde NÃO éramos esperados ... Adelino Canário & Pedro Guerreiro, Ilha King George, http://www.facebook.com/note.php?note_id=10151213497240384. Os últimos dias do projecto já passaram, escrevo agora já noutra ilha, em King George. Todo o projecto correu bem, graças ao apoio constante dos nossos agora muito amigos búlgaros. No ante-penúltimo dia trabalhámos furiosamente, fomos ao glaciar rochoso de hurd fazer a continuação do registo do seu movimento. Este glaciar apesar de ser rochoso move-se pois tem gelo entre as rochas. Esse gelo através das variações de temperatura vai alterando a sua estrutura o que, com a sempre presente gravidade, faz com que a rocha se mova em direcção ao mar.
A ida ao glaciar envolveu a cooperação entre todas as equipas no local e apesar do mau tempo e ventos fortíssimos foi bem sucedida. Trabalhar debaixo de vento que ronda os 20 e poucos nós nestas latitudes é difícil mas conseguimos. No penúltimo dia trabalhámos ainda um pouco a fazer leituras de DGPS e tratámos de empacotar todo o material que utilizámos nestes dias, sistemas de GPS, hardware, leitores de sensores, imensas coisas. Tivemos de separar com atenção todo o material pois parte dele seguirá com o apoio logístico espanhol para a Ilha Deception. Aí será utilizado pelo nosso colega Miguel Cardoso. No último dia vieram as despedidas. É difícil veicular a força dos laços de amizade que o convívio de 22 pessoas num espaço pequeno na Antárctida promove. As despedidas na praia foram muito sentidas, o capitão da base Christo Pimpirev, famoso membro da expedição búlgara cujo nome é também do glaciar em frente à base, acompanhou-nos e registou a nossa despedida com fotografias e vídeos. Ainda ajudámos na construção da nova capela da base, pelo que os búlgaros estão-nos gratos por termos encontrado tempo para retribuir a sua guarida e alimentação. A experiência de fazer trabalho cientifico em Livingston é insubstituível e creio que todos nos sentimos honrados por ter representado Portugal e ter dado o nosso melhor. Infelizmente as comunicações da base búlgara foram sempre complicadas. Não há Internet na base e e-mails só há na base espanhola. Nos últimos dias descobrimos que subindo 200 metros e aguentando o frio que faz no topo de um monte junto ao mar conseguíamos enviar mails de até 500k via base espanhola, mas escrever ao vento com temperaturas negativas, arriscando-nos a perder os computadores, era sempre uma aventura com consequências potencialmente perigosas. Agora o António Correia e o João Rocha regressam a Portugal, via Punta Arenas. Eu ficarei em King George para auxiliar no que for possível no projecto Holoantar que arranca agora. Regressarei a Portugal no fim de Fevereiro, as saudades já apertam. João Agrela, Ilha King George, 25 Janeiro 2011 Domingo, 22 de Janeiro
Olhão - Um dia de sol e calmaria. Correria para tentar deixar os assuntos correntes prontos, arrumar na mala as roupas e outros acessórios que foram sendo empilhados ao longo das últimas semanas. Verficar que não falta nada, comprimidos para dores, antibíótico, pasta de dentes, sabonetes e outros items de higiene pessoal. Verificar o peso - passa largamente dos 15kg que é suposto levar. Retira peças para ver o que pode ficar. Menos uma roupa interior, umas meias, mas pouco mais pode ficar. São 2 meses e convém algum conforto, não andar diariamente a lavar a roupa. Passa um pouco dos 20kg, o suficiente para não pagar excesso no voo comercial. Em Punta Arenas se verá, vou ter de negociar algum peso com quem leve menos.Uma última volta pela cidade para acertar pormenores de eventos que se vão realizar na minha ausência. Depois, às 16 horas, pouco depois de verificar se o Pedro estava pronto, para o aeroporto onde nos encontrámos para embarcar para Lisboa.Em Lisboa, uma espera até às 23 horas para a saída para S. Paulo. Ainda há tempo para um jantar de despedida no aeroporto com o David e os meus sogros. Para a posteridade - bacalhau e cerveja sagres preta! Adelino Canário,http://www.facebook.com/note.php?note_id=10151192359625384. “Chicos, hemos llegado a Decepción” foi com esta frase que o chefe da base argentina de Decepción nos acordou, do nosso sono ansioso, na manhã de sexta-feira às 6.30, no início do 5º dia de viagem até Decepción. Todo o cansaço acumulado deixou de existir, levantámo-nos rápidamente e entusiasmodos para ir conhecer a nossa casa e local de trabalho durante o próximo mês.
Cinco dias antes, na segunda-feira dia 16 de Janeiro que a nossa viagem até as terras geladas da Antárctida começou. Integrados na Campanha Antárctida Argentina, deixámos a quente cidade de Buenos Aires até ao aeroporto da cidade de Rio Gallegos na Patagónia argentina, que só conseguimos deixar no dia seguinte após uma pequena reparação do avião e de esperar pelas condições atmosféricas favoráveis a uma aterragem segura. O nosso primeiro contacto com o solo antárctico foi na ilha de King George, mais própriamente na base chilena de Frei, onde no curto espaço de tempo que tivemos, fomos calorosamente recebidos pelos investigadores Carla Mora, Pedro Pina e Gonçalo Veira, inseridos também no PROPOLAR com o projecto, SNOWCHANGE, que apesar do frio que se fazia sentir, quiseram marcar presença e dar-nos ânimo para o mês intenso de trabalho que nos espera. Os restantes dias de viagem foram a bordo do navio militar argentino “Canal Beagle” que nos levou ao nosso destino final percorrendo outras ilhas de beleza indiscritivel. Nós somos Gabriel Goyanes, Miguel Cardoso e Antoine Marmy investigadores participantes na campanha de Decepción do projecto PERMANTAR-2, e no próximo mês, para os vários locais pré-definidos ao longo da ilha, temos a nosso cargo as tarefas de monitarização da dinâmica da camada activa, geomorfologia e perfis geofisicos. [Permantar-2 - Livingston] A equipa do Permantar 2 continua a desenvolver o trabalho previsto21/1/2012
A equipa do Permantar 2 continua a desenvolver o trabalho previsto, no âmbito da geofísica e da monitorização de solifluxão e dados de temperatura em furos. O trabalho no âmbito da geofísica está relacionado com a determinação, através de métodos geoeléctricos - Tomografias de Resistividades Eléctricas, do topo do permafrost (que por definição é a camada de rocha que se encontra permanentemente gelada pelo menos durante 2 anos). No âmbito da monitorização da solifluxão o trabalho relaciona-se com a determinação da movimentação dos solos em vertentes por comparação com dados obtidos em campanhas anteriores; os dados de temperatura em furos também serão comparados com valores obtidos anteriormente.
O dia a dia na base decorre dentro da normalidade, que se caracteriza por nunca se viver um dia igual ao anterior. Tudo acontece a um ritmo determinado pelas condições meteorológicas ou pelas prioridades definidas pelo comandante da base. No dia 16-01-2012 deu-se a chegada da restante equipa búlgara com mais 7 elementos (entre eles o comandante Christo Pimpirev que é um dos elementos fundadores desta base), todos ajudámos a desembarcar pessoas e materiais, pois aqui toda a ajuda é necessária nestas tarefas e todos precisamos uns dos outros. No dia 17-01-2012 a visita de uma equipa científica brasileira que desenvolve o seu estudo em sedimentos costeiros trouxe maior movimentação à base pois foi desembarcada na praia por um helicóptero "esquilo" do navio H-41 Maximiano da marinha brasileira, cuja missão é o apoio permanente às missões do programa Antárctico brasileiro (PROANTAR). Viver numa base isolados do mundo estreita o relacionamento entre todos e torna-se fundamental manter a sã camaradagem e os laços que se criam são de franca cordialidade, direi mesmo de amizade. João Rocha, Ilha de Livingston, 21-01-2012 |
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