A CAMPANHA
PROPOLAR 2011-2012
Novembro de 2011 a Abril de 2012
PROPOLAR 2011-2012
Novembro de 2011 a Abril de 2012
Sensivelmente 40 dias depois termina a nossa campanha e com ela a nossa presença na península Antárctica. Foi uma experiência única em todos os sentidos, em que todas as nossas actividades, saídas de campo, vida na base e interacção com os militares e científicos da base vizinha, contribuíram para um enriquecimento tanto científico como pessoal.
Apesar de termos considerado uma campanha bastante positiva infelizmente nem todos os objectivos foram cumpridos, não por razões de falta de tempo nem por condições meteorológicas adversas, mas sim por motivos logísticos. O equipamento de geofísica e sísmica da Universidade de Friburg não chegou a tempo de permitir realizar as medições. Fica assim esta tarefa adiada para uma próxima oportunidade, que para benefício do projecto, espera-se que seja no próximo Verão Antárctico! Uma das fases da nossa viagem de regresso era ir desde a ilha Deception até a ilha King George, que fica um pouco mais a Norte. Mas em vez disso fomos mais para Sul para prestar auxílio a um veleiro, em direcção ao arquipélago Melchior muito perto do arquipélago Palmer, onde está a outra equipa do projecto PERMANTAR-2 a fazer perfurações para instalar sensores de temperatura do solo. Para nós foi uma oportunidade de ver novas paisagens e ver mais de perto a Península Antárctica, como também estar mais a sul do que alguma vez tínhamos estado, ultrapassando a latitude dos 64ºS. Estamos agora prestes a chegar a casa e ansiedade de ver a nossa família e amigos aumenta, ao mesmo tempo, que o tal saudosismo português cresce à medida que as terras brancas da Antárctica ficam para trás. Despeço-me então do que foi para mim um novo mundo, ficando para sempre na minha memória as paisagens, o projecto e as pessoas que durante mais de um mês foram a nossa família. Obrigado a todos os que seguiram as nossas publicações e pelas manifestações de apoio demonstradas nos comentários. E fica também um desejo de resto de boa campanha para os restantes investigadores! Miguel Cardoso,
A vida numa base militar não é muito diferente de uma casa com uma família muito grande, onde todas as tarefas têm de ser bem organizadas e especialmente muito bem coordenadas entre militares e científicos. Isto tanto se aplica nas tarefas de manutenção da casa, onde sempre que seja necessário contribuímos com o nosso apoio e temos todo o gosto em poder ajudar. Como o contrário também se aplica! Sempre que precisamos de apoio nas nossas actividades, os militares mostram-se sempre disponíveis e tal como diz o chefe de base “estamos aqui para vos apoiar”. E assim foi! Nos 2 locais CALM (Circumpolar Active Layer Monitoring) que temos entre mãos, Crater Lake e Irizar, tínhamos a tarefa medir a espessura da camada activa, levantamento topográfico com DGPS Trimble R4, e recolher amostras de solo para mais tarde ser analisado em laboratório. O sítio CALM é constituído por uma rede de 100x100m onde a cada 10m são efectuadas medições de espessura de camada activa e levantamento topográfico, num total de 121 pontos. As amostras de solo foram recolhidas no centro de cada quadrícula de 10x10m. Sem contar com o levantamento topográfico, o trabalho é um pouco árduo e moroso, especialmente nestes últimos dias que o frio se faz sentir um pouco mais e a camada de solo superficial encontra-se congelada. Foi aqui que o apoio dos militares foi bastante precioso, onde nos organizámos por grupos divididos pelas tarefas em cargo. A coordenação foi excelente e um trabalho que demoraríamos umas 4 horas a realizar conseguimos reduzir para metade. E dado que as condições exteriores são por norma algo agrestes, duas horas faz muita diferença. O mais difícil de tudo foi o transporte para a base dos cerca de 100 quilos de amostra recolhida. Mas nada que um bom espírito de equipa e entreajuda não consigam superar. Miguel Cardoso, Ilha Deception En nuestros últimos días en la Base Decepción, y aprovechando que disponíamos del DGPS Trimble R4 del IGOT en nuestra base, comenzamos nosotros a dar apoyo a los militares argentinos, en forma de agradecimiento a la logística que ellos nos brindaron durante nuestra estadía. Nuestra función fue la de desarrollar un mapa topográfico desde la casa principal hasta Pto. Foster, para posteriormente marcar un perfil topográfico con la mejor pendiente para realizar un desagüe. La tarea se llevó a cabo utilizando el DGPS con la función topo continuo. Una vez realizado el mapa se encontró el mejor perfil y posteriormente se clavaron 9 estacas, con una equidistancia de 30 m aproximadamente, que es donde posteriormente se ubicaran las cámaras. Todo este trabajo fue realizado en GIS y posteriormente entregado al jefe de base Argentino, para que sea entregado al regresar al continente a sus superiores. Fue muy gratificante poder ayudar de alguna forma, más aún cuando se trata de una obra que será para reducir aún más el impacto ambiental generado por la base en esta isla. O projecto PERMANTAR-2 está inserido numa rede internacional que tem como objectivo a monitorização do permafrost e camada activa no continente antárctico. Uma das metodologias adoptada para a observação, mapeamento e monitorização do permafrost foi a implementação de uma rede de perfurações do solo com sensores de temperatura a diferentes profundidades previamente definidas. Na ilha Deception, temos duas áreas de trabalho a nosso cargo inseridos nesta rede de monitorização. No total são 3 perfurações, cada uma com 6 sensores Hobo, a profundidades de 5, 10, 15, 20, 40 e 80cm, que registam a temperatura ao longo do ano de hora a hora.
Através dos dados recolhidos é possível inferir a evolução ao longo do ano do estado térmico da camada activa, estabelecer relações com as condições meteorológicas e juntamente com outros sensores de temperatura saber se existe em determinada altura do ano cobertura de neve ou não. José Miguel Cardodo, Ilha Deception One task of our group, here in Deception Island, was to monitor the short-term variation of the active layer depth (ALD) on the slopes of Cerro La Cruz, a small mount just behind the Argentinean Base. Every fourth day during the whole campaign Miguel, Gabriel and myself measured manually the ALD of 6 sites, each consisting in a 9-points grid. The sites are different regarding the elevation and the orientation. A detailed analysis of the collected data will provide an indication of the variability of the ALD during the Antarctic summer and its sensitivity to short-term meteorological conditions. Nevertheless we could already make some observations in the field: the maximum depths (up to 100cm) were found around mid-February at the lowest elevation on a north-facing slope. With an rise in altitude of around 100 m, we noticed a reduction of the ALD of around 40cm. We observed as well that the ALD is highly variable, as we could find some ALD difference of about 10cm between to neighbor stakes. Antoine Marmy, Ilha Deception Une merveilleuse aventure humaine, témoin d'une coopération internationale remarquable Une campagne en Antarctique, ce n'est pas seulement un rêve réalisé ou l'accession à une terre qui paraît si lointaine.
Une campagne en Antarctique c'est aussi et surtout un magnifique stimulant scientifique. Qui plus est sur l'île de la Déception où les éléments passionnants de la cryosphère se mêlent à la redoutable force du volcanisme. Chaque jour (ou presque), Miguel, Gabriel et moi enfilons notre équipement Gore-Tex et Wind-Stopper et partons à l'assaut du vent pour assouvir notre soif de données. Les sols d'Irizar, de Crater Lake et des Mini-CALM (programme de monitoring de la couche active des régions polaires) ne résistent pas à « la croix » - laquelle nous permet de mesurer la profondeur de la couche active – et n'auront bientôt plus aucun secret pour nous. Du moins, on l'espère :) ! Mis à part des problèmes logistiques (retard dans l'acheminement du matériel de mesures), la partie scientifique de la campagne se déroule à merveille et nous jouissons jusqu'à présent d'un temps clément pour la région. La seule ombre au tableau consiste en l'absence du matériel de géophysique venant de Suisse ; il a connu des ennuis à la douane argentine. Nous trouvons donc des occupations alternatives pour les jours où nous avions prévu de la géophysique. Une campagne en Antarctique c'est également une merveilleuse aventure humaine, témoin d'une coopération internationale remarquable. Moi, un géographe physique suisse pouvant participer à la campagne par le biais d'un projet portugais, de résider dans une base argentine et de compter sur l'appui de l'armée argentine et espagnole est tout simplement admirable. Des amitiés se nouent et nous partageons d'excellents moments de fraternité. La preuve ? Plus de 2 semaines avant la fin de la campagne, le stock de bières est déjà épuisé ! Finalement, une campagne en Antarctique ce sont des images plein les yeux et des souvenirs plein la tête. Une expérience inoubliable dans une région que les générations suivantes ont aussi le droit de vivre, donc protégeons-la ! Antoine Marmy, 19 Fevereiro 2012, Ilha Deception 8 de Janeiro de 2012, Decepcion
Después de las ansias por llegar al destino final pero a la vez disfrutando del paisaje antártico, desembarcamos en isla Decepción, más precisamente en la Base Argentina Decepción. Hemos tenido la suerte de llegar unos días antes de un acontecimiento muy especial, que es el festejo del 64 aniversario de inauguración de la base. El mismo se realizó el día 25 de enero, en el cual participaron tanto el personal científico como militar de nuestra base y de la Base Española “Gabriel de Castilla” ubicada a escasos kilómetros, donde degustamos unas buenas pizas y empanadas junto a los ya conocidos vinos argentinos. Vivir este acontecimiento es parte de todo lo que uno se lleva como aprendizaje de este lejano continente. Uno no solo viene a hacer ciencia sino también a vivir la experiencia de convivir junto a personas desconocidas. En mi caso personal es mi segundo año consecutivo aquí, pero cada vivencia es totalmente diferente ya que el personal se renueva todos los años. Junto a Antoine y Miguel hemos formado un grupo muy bueno de trabajo, donde no solo trabajamos sino que nos divertimos haciendo los que nos gusta, estudiar el permafrost. Esta campaña está presentando muchos contratiempos con el tema equipos, pero afortunadamente nos está sirviendo para plantear nuevas áreas de trabajo dentro de la isla y para conocer aún más en detalle la geomorfología presente y la interacción que existe entre la actividad del volcán y la distribución del permafrost. Así también es una buena oportunidad para ir ganando tiempo en el tratamiento de los datos adquiridos para volver al continente con los modelos ya realizados y poder así dedicarnos exclusivamente a su análisis y discusión. Es un honor para mí poder participar en este proyecto bajo la dirección de Gonçalo, como así también poder difundir a través de este blog las tareas que vamos realizando. Por ello, nos encontramos a su entera disposición para realizar discusiones, recibir consejos o aclarar sus dudas. GABRIEL GOYANES Lic. en Ciencias Geológicas UBA – CONICET (Argentina) 31 Janeiro 2012 Já devidamente instalados nas camaratas e laboratório da Base Armada Argentina de Deception, iniciámos prontamente as tarefas que tinhamos deliniado. Os nossos primeiros dias de trabalho, que, em geral, coincidiram com boas condições atmosféricas, foram bastante atarefados. O frio Antárctico nesta zona que nos encontramos é facilmente suportável, o nosso pior inimigo é o vento gélido forte, que por mais que se tente tapar descobre sempre por uma pequena fresta. Outra dificuldade adicional está intrisecamente ligada às características da ilha, que por ser vulcânica, os solos são contituídos essencialmente por piroclastos e cinzas, e com decllives bastante acentuados, dificultando a nossa locumução de site para site. Apesar de tudo, visitámos as 5 áreas de estudo que pretendiamos e realizámos as tarefas que tínhamos idealizado em cada um deles. Sendo o nosso objectivo final estudar o permafrost e a sua dinâmica, as nossas actividades principais prendem-se em recolher temperaturas do ar, solo e subsolo através de sensores instalados previamente em campanhas anteriores, e medir a espessura da camada activa (camada de solo que se congela e descongela sazonalmente e que se encontra sobre o permafrost) através de uma sonda graduada que se insere na camada activa até atingir o permafrost. Todos os dados recolhidos são depois processados no laboratório, e são derivados modelos anuais de evolução da temperatura da camada activa, que nos indicam a existência ou não de neve ao longo do ano e por comparação dos modelos anteriores inferir padrões de evolução. Miguel Cardoso, Antoine Marmy & Gabriel Goyanes, Ilha Deception “Chicos, hemos llegado a Decepción” foi com esta frase que o chefe da base argentina de Decepción nos acordou, do nosso sono ansioso, na manhã de sexta-feira às 6.30, no início do 5º dia de viagem até Decepción. Todo o cansaço acumulado deixou de existir, levantámo-nos rápidamente e entusiasmodos para ir conhecer a nossa casa e local de trabalho durante o próximo mês.
Cinco dias antes, na segunda-feira dia 16 de Janeiro que a nossa viagem até as terras geladas da Antárctida começou. Integrados na Campanha Antárctida Argentina, deixámos a quente cidade de Buenos Aires até ao aeroporto da cidade de Rio Gallegos na Patagónia argentina, que só conseguimos deixar no dia seguinte após uma pequena reparação do avião e de esperar pelas condições atmosféricas favoráveis a uma aterragem segura. O nosso primeiro contacto com o solo antárctico foi na ilha de King George, mais própriamente na base chilena de Frei, onde no curto espaço de tempo que tivemos, fomos calorosamente recebidos pelos investigadores Carla Mora, Pedro Pina e Gonçalo Veira, inseridos também no PROPOLAR com o projecto, SNOWCHANGE, que apesar do frio que se fazia sentir, quiseram marcar presença e dar-nos ânimo para o mês intenso de trabalho que nos espera. Os restantes dias de viagem foram a bordo do navio militar argentino “Canal Beagle” que nos levou ao nosso destino final percorrendo outras ilhas de beleza indiscritivel. Nós somos Gabriel Goyanes, Miguel Cardoso e Antoine Marmy investigadores participantes na campanha de Decepción do projecto PERMANTAR-2, e no próximo mês, para os vários locais pré-definidos ao longo da ilha, temos a nosso cargo as tarefas de monitarização da dinâmica da camada activa, geomorfologia e perfis geofisicos. |
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