A CAMPANHA
PROPOLAR 2011-2012
Novembro de 2011 a Abril de 2012
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Dia 20 Janeiro 2011
O último dia na Antárctida chegou e nesse dia partiria também Craig, o microbiologista americano, Dácil e Gladys, investigadoras canarinas, e os quatro militares de visita à base que tinham chegado nessa semana. Nesse dia ainda havia muito a fazer: Retirar sedimentos e vegetação da estufa, limpar o laboratório e fazer as malas pessoais. Tarefas feitas com um nó na garganta. Essas tarefas demoraram praticamente todo dia o e só acabaram perto da hora do jantar. Durante o dia tivemos visitas de cientistas vindos de Livingstone, uma ilha a norte de Deception. Vieram no barco "Las Palmas" que nos iria transportar para Ushuaia nesse mesmo dia. No final do jantar tivemos a cerimónia formal de recolher da bandeira portuguesa e da bandeira americana. Os militares em continência alinharam-se com os cientistas enquanto eu e Craig recolhíamos a bandeira correspondente. Foi um momento muito simbólico e oficialmente marcava o fim da presença americana e portuguesa na base de Gabriel de Castilla. Logo de seguida fomos avisados de que iríamos partir dentro de breves instantes e começaram as despedidas finais. Aquela teria sido a nossa família por 20 dias e foi um momento muito emocionante para todos. Sentíamos um enorme privilégio de ter vivido esta experiência. Foram dias inesquecíveis, vividos com muita intensidade e no fundo sabíamos que era difícil voltarmo-nos a ver. Depois de muitos abraços e beijinhos, entramos finalmente para o "zodiac" para a nossa última viagem até ao barco "Las Palmas" que nos esperava na baía. Estávamos precisamente naquela altura do dia em que a luz começava a encher a baía com tons de azul. O vento parecia que nos tinha dado tréguas para a despedida final e o mar da baía estava calmo como raramente tínhamos observado. Aquele cenário só por si, era emocionante. Ravi, pilotava o "zodiac" mas não íamos em direcção ao barco. Navegámos pacificamente junto à linha da costa seguindo para norte. Passámos pela base argentina e pelas fumarolas. Finalmente, fomos em direcção à "arbor de navidad" para uma última despedida. Depois do adeus, virámos 90º em direcção ao "Las Palmas". Naquele momento já caía uma chuva miudinha que provocava pequenas crateras naquele espelho de água. O "Las Palmas" buzinava e lançava para o ar jactos enormes de água, e os militares da base puseram dois "zodiacs" ligados por umas fitas, junto à entrada para o barco, para nós passarmos por baixo. Uma espécie de tapete vermelho, um tratamento VIP para os que estavam de partida. Estávamos completamente maravilhados com todo aquele cenário. Fomos recebidos pela tripulação do "Las Palmas" e arrancámos instantes depois. Os "zodiacs" seguiram-nos e Alex, militar especialista em mecânica que tinha ficado na base, correu até ao topo de um monte e acendeu um verylight vermelho. Estávamos todos sem palavras, admirados com aquelas demonstrações de carinho e contemplávamos aquele momento até a base ficar reduzida a um minúsculo ponto da ilha. ------------------------------------//----------------------------------------- Com o início da viagem de barco até Ushuaia terminamos os diários do projecto Contantarc. O regresso a casa correu sem percalços de maior e estamos ansiosos para que as amostras recolhidas cheguem a Lisboa, sãs e salvas. O processo de análise será longo e durará muitos meses e esperamos no final contribuir para o conhecimento acerca dos contaminantes ambientais em Deception Island e responder a todas as questões a que no propusemos. Um especial obrigado a toda a equipa de Gabriel de Castilla. Adios amigos, hasta siempre!! Os comentários estão fechados.
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