A CAMPANHA
PROPOLAR 2011-2012
Novembro de 2011 a Abril de 2012
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16 de Dezembro de 2011
Da janela da sala, o chefe de base olhava para o tempo com um ar desconfiado. Por uma questão de segurança todos os planos para aquela manhã tinham de ser cancelados e o aviso foi dado enquanto tomávamos o pequeno almoço. O vento fustigava a base sem piedade, conseguíamos ouvi-lo e senti-lo nos abanões das paredes do pré-fabricado e ficámos todos na sala durante a manhã. A calma e o convivio matinal contrastavam com a azáfama habitual de inicio de dia. Na verdade não me deu grande estorvo, havia imensos dados para meter no portátil e claro escrever os diários em atraso para o propolar. A manhã passou e a hora de almoço chegou. Depois do postre o chefe de base olhou novamente para o tempo a partir da janela. Pela agitação das bandeiras podíamos dizer que o vento continuava muito enfurecido. Os comandantes militares juntaram-se e chegaram a uma conclusão. Tínhamos autorização para sair, mas com vigilância redobrada. Nessa tarde os planos de trabalho eram recolher os DGT's na praia de Colatinas assim como amostras de vegetação no vale do Mecon. Parti então com Aitor, veterinário companheiro de maria e de camarata, até ao vale do Mecon para a recolha de vegetação. Andávamos com dificuldade e muito inclinados para não sermos derrubados pelo vento. As nossas caras eram bombardeadas constantemente por piroclastos voadores, e as rajadas mais fortes conseguiam levantar a água do Mecon e lança-la para o ar como se fosse um jet wash. As condições de trabalho eram complicadas, e Aitor não parecia muito entusiasmado em ir a Colatina depois de acabarmos com a recolha de amostras. Demoraria cerca de 1hora a caminhada só de ida e tudo podia acontecer nestas condições. Depois de recolher as amostras voltámos à base, para tranquilamente tomar uma decisão. Ao entrar na sala vimos da janela tampas das enormes caixas de mantimentos a voarem e saímos a correr para recolher o que era possível. A coisa estava feia e os militares juntaram-se para tentarem conter o voo de mais material. Finalmente o chefe deu a ordem por rádio, estávamos todos proibidos de sair da base. Estava realmente perigoso andar lá fora. Fui para o laboratório tentar adiantar trabalho mas não pude fazer grande coisa. O vento fazia tremer as paredes e era impossivel para a sensível balança estabilizar o peso das amostras. Ao meu lado Mariano monitorizava o vento em tempo real através da estação meteorológica da base e ia avisando quando os recordes de velocidade eram batidos. 90, 100, 110, 120 km/h. Durante o resto do dia restou-me contemplar a furia dos ventos Antárcticos e planear o dia seguinte, iria certamente haver trabalho redobrado. André Mão de Ferro & João Canário 29/12/2011 02:48:50
Queridos exploradores:
João Canário
29/12/2011 13:11:47
Olá Maria José Os comentários estão fechados.
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