A CAMPANHA
PROPOLAR 2011-2012
Novembro de 2011 a Abril de 2012
PROPOLAR 2011-2012
Novembro de 2011 a Abril de 2012
Os últimos dias do projecto já passaram, escrevo agora já noutra ilha, em King George. Todo o projecto correu bem, graças ao apoio constante dos nossos agora muito amigos búlgaros. No ante-penúltimo dia trabalhámos furiosamente, fomos ao glaciar rochoso de hurd fazer a continuação do registo do seu movimento. Este glaciar apesar de ser rochoso move-se pois tem gelo entre as rochas. Esse gelo através das variações de temperatura vai alterando a sua estrutura o que, com a sempre presente gravidade, faz com que a rocha se mova em direcção ao mar.
A ida ao glaciar envolveu a cooperação entre todas as equipas no local e apesar do mau tempo e ventos fortíssimos foi bem sucedida. Trabalhar debaixo de vento que ronda os 20 e poucos nós nestas latitudes é difícil mas conseguimos. No penúltimo dia trabalhámos ainda um pouco a fazer leituras de DGPS e tratámos de empacotar todo o material que utilizámos nestes dias, sistemas de GPS, hardware, leitores de sensores, imensas coisas. Tivemos de separar com atenção todo o material pois parte dele seguirá com o apoio logístico espanhol para a Ilha Deception. Aí será utilizado pelo nosso colega Miguel Cardoso. No último dia vieram as despedidas. É difícil veicular a força dos laços de amizade que o convívio de 22 pessoas num espaço pequeno na Antárctida promove. As despedidas na praia foram muito sentidas, o capitão da base Christo Pimpirev, famoso membro da expedição búlgara cujo nome é também do glaciar em frente à base, acompanhou-nos e registou a nossa despedida com fotografias e vídeos. Ainda ajudámos na construção da nova capela da base, pelo que os búlgaros estão-nos gratos por termos encontrado tempo para retribuir a sua guarida e alimentação. A experiência de fazer trabalho cientifico em Livingston é insubstituível e creio que todos nos sentimos honrados por ter representado Portugal e ter dado o nosso melhor. Infelizmente as comunicações da base búlgara foram sempre complicadas. Não há Internet na base e e-mails só há na base espanhola. Nos últimos dias descobrimos que subindo 200 metros e aguentando o frio que faz no topo de um monte junto ao mar conseguíamos enviar mails de até 500k via base espanhola, mas escrever ao vento com temperaturas negativas, arriscando-nos a perder os computadores, era sempre uma aventura com consequências potencialmente perigosas. Agora o António Correia e o João Rocha regressam a Portugal, via Punta Arenas. Eu ficarei em King George para auxiliar no que for possível no projecto Holoantar que arranca agora. Regressarei a Portugal no fim de Fevereiro, as saudades já apertam. João Agrela, Ilha King George, 25 Janeiro 2011 Os comentários estão fechados.
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Março 2012
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