[Permantar-2. Palmer] 12 metros e dia de descanso

27/2/2012

Regresso à base de Palmer ao final da tarde de um dia na semana passada...

Vista do nosso quarto na base de Palmer. Ao fundo as montanhas da Península Antártica.

"Palmer Station, Palmer Station - Drillers... leaving Palmer station heading to Lovers Lane"..."Drillers - Palmer Station, heading to Lovers Lane at 09:11". Assim começam os nossos dias de manhã, ao entrarmos na zodiac, com a comunicação entre o Stian e o operador de rádio da base. Lovers Lane é o romântico nome da baía onde costumamos deixar a zodiac, próximo da jovem ilha Amsler, que se formou há poucos anos devido ao retrocesso de um glaciar.

Ontem foi mais um dia de perfurações no Monte Amsler. No sábado tinhamos avançado apenas 1 metro, pois tinhamos tido alguns problemas com a coroa diamantada, que decidimos substituir já no final do dia. Mas no domingo, o dia correu bem melhor e furámos mais 2 metros, pelo que estamos agora a 12 metros de profundidade. Chegou a altura de tirar um dia para descanso na base e pôr o email e trabalho pendente em dia. Rever relatórios, acabar de lançar algumas notas ainda pendentes e, claro, descansar um pouco. Tivemos mais de uma semana non-stop a trabalhar nas perfurações e o cansaço acumulado sente-se. Hoje o amanhecer trouxe-nos uma paisagem coberta de neve e está a saber descansar um pouco, para amanhã voltarmos ao terreno.

Gonçalo Vieira, Base Palmer - ilha Anvers.

Turma do 8.º ano - Colégio da Bafureira

28/2/2012 03:27:46

Olá a todos,
após uma pequena interrupção letiva, voltamos a acompanhar a vossa campanha.
De facto, as paisagens são extraordinárias e devem considerar-se uns privilegiados por poderem observar in loco estas paisagens.
Pelo que lemos, percebemos que têm estado a trabalhar de forma árdua pelo que surgiram várias questões: neste momento, quantas horas, em média, trabalham por dia? Quais são os animais que têm estado em contacto ou avistado?
Os dados recolhidos têm estado a contribuir para o sucesso da investigação?
Desejos de um excelente trabalho,
Turma 8.º ano

Alexandre Trindade

3/3/2012 05:51:05

Olá a todos

Obrigado pelas vossas perguntas. Aqui vão as respostas.

> Neste momento, quantas horas, em média, trabalham por dia?

Em média estámos a trabalhar entre 6 a 7 horas no exterir. Os nossos dias começam pelas 7h30m com o pequeno-almoço, depois entre as 8h30m e as 9h saimos para o campo. Trabalhamos até cerca das 16h-16h30m no terreno e voltamos à base de seguida. Na base, aproveitamos o tempo para organizar o material para o dia seguinte. Ao longo do dia vamos comendo algumas barras de cereais ou de chocolate de forma a podermos trabalhar continuamente.

> Quais são os animais que têm estado em contacto ou avistado?

Todos os dias vamos observando várias especies de animais. Os mais comuns têm sido focas leopardo, leões-marinhos e elefantes marinhos. No outro dia contámos cerca de 26 leões-marinhos perto de onde desembarcamos diariamente, que foi o maior numero que alguma vez vi num dia só. Existe também uma pequena colonia de elefantes-marinhos, com 6 a 8 individuos. Também observamos alguns pinguins, mas em menor quantidade.

Durante a perfuração costumamos ter a companhia de cerca de 8 a 10 Skuas, que são aves muito curiosas.

Nos próximos dias colocaremos um post com fotografias da fauna.

> Os dados recolhidos têm estado a contribuir para o sucesso da investigação?

A investigação nesta área da Antártida começou no ano passado. Os dados que recolhemos este ano permitem apenas tem resultados provisórios. A equipa liderada pelo Prof. Jim Bockheim da Universidade de Wisconsin instalou no ano pasado 11 sondagens para monitorização da temperatura do solo. Têm 1,5 metros de profundidade e estão em diferentes tipos de solo e a diferentes altitudes. Instalaram também uma estação meteorologica equipada com uma maquina fotografica que permitiu observar a evolução da neve durante 1 ano. Estas sondagens mais a perfuração de 15 metros que realizamos este ano, são as primeiras nesta area, que é considerada das regiões da Peninsula Antarctica onde a temperatura do ar mais tem aumentado nos ultimos 50 anos. Serão dados extremamente importantes para a monitorização do Permafrost (solo ou rocha permanentemente gelada).

um abraço,

Alexandre Trindade na Base Americana de Palmer

Turma 8.º Ano - Colégio da Bafureira

6/3/2012 03:39:44

Bom dia,
antes de mais queremos agradecer a vossa disponibilidade e preocupação em esclarecem as dúvidas/questões que colocámos.
Desejamos a continuação de bom trabalho,
Turma 8.º Ano

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