A CAMPANHA
PROPOLAR 2012-2013
Novembro de 2012 a Março de 2013
PROPOLAR 2012-2013
Novembro de 2012 a Março de 2013
Mine activities are carried out mainly in the station, since I have to install the new spectrometric system that will work in parallel with the old GASCOD for at least 1 year. With the help of the logistic staff I was able to setup the new observational system in a few days and the photos show the result. For kindly concession of the Italian Program for Antarctic Research (PNRA) The zenith sky scattered radiation is collected by the VELOD (VErtical LOoking Device) installed on the roof of the container, and with an optical fibre the signal reaches the main body of the system (the spectrometer) and after the dispersion of the light beam with a holographic grating the spectrum is collected by the CCD sensor and stored in the PC. These data will be then processed with the Differential Optical Absorption Spectroscopy in order to retrieve infos regarding the total column and vertical distribution of some atmospheric tracers as ozone and nitrogen, bromine, iodine and chlorine oxides. All these last compounds are involved in the heterogeneous ozone chemical cycles. I was hoping to arrive here, to start to make measurements immediately, instead, as usual, mechanical, optical and electronic problems arise. Practically I had to perform once more the optical alignment and calibration of the spectrometer and I solved some troubles in the (please believe me, it was very complicated) electronic unit managing the optical and mechanical unit. Now I have 'only' to make the necessary modifications to the management software I develop along the last years, for similar (but not equal) equipments. For kindly concession of PNRA In the evening, we had the opportunity to try Antarctica as it is!!!!! At 22:30 the power supplies of the station were turned off in order to assembly a new part of the electric net, and we stay in the "dark" for one night. Effectively the main problem was not the dark (the photo was taken at 2 on the 'night'), but the temperature. Due to a very strong wind (called katabatic wind) the temperatures in the station fall down from 18º of about 5º in a very short time. fortunately the energy came back at 4 in the morning. 'Sunrise' at the Mario Zucchelli Station at about 3:00 in the 'morning'. It's not a real sunrise since the sun never went below the horizon, but it was only hide for some minutes by the rock peak Daniele Bortoli, Mario Zucchelli Station, Antártica, 16-01-2013 Around Mario Zucchelli Station there are a lot of scientific camps: "Oasi", for the magnetic field and seismological measurements; "Campo Antenne" where some antennas are installed for different aims and the principal is to ensure the radio communications between the control operations (coordinating all the activities) and the scientific and logistic personnel; "Campo Meteo", where the meteorological observations are performed; "Campo Faraglioni" and "Campo Icaro", placed in a clean zone at 3 km from the station and used for chemical and for solar radiation measurements. I have to go to Campo Icaro every 2/3 days in order to check a shadow band radiometer for the measurements of the global, and diffuse solar radiation.
When the meteo conditions are good is always a pleasure to leave the station for a while (2/3 hours) for a walk in the middle of ...nothing. Daniele Bortoli, Mario Zucchelli Station, Antártica, 11-01-2013 For kindly concession of the Italian Program for Antarctic Research (PNRA) The activities of the new arrivals (we) at the station are already started. The biologists established the works to be done with the boat (they are mainly interested in the Antarctic fishes) The geologists already started to fly with the helicopters' towards some glaciers with the rocks exposed or making samples and measurements for permafrost studies. The meteorologists have some fixed events that have to be done: the launching of the balloons for the atmospheric sounding every 6 hours. I participated in this last activity. Please note that the one in the photo is the midnight balloon!!!! I already checked the equipment I installed during the previous expedition. It's a Control Box (CB) managing a UV-Visible spectrometer (the GASCOD) installed here at MZS since 1995. The GASCOD-CB system worked in automatic and unattended mode for the whole year also during the period when the station is closed (mid-February/mid-October). The observations of zenith sky scattered radiation will be used to estimate the nitrogen dioxide and ozone diurnal and seasonal variations. Daniele Bortoli, Mario Zucchelli Station, Antártica, 10-01-2013 Lembraste da sensação de chegada à tua casa depois de umas férias em que te esqueceste daquela rotina diária? Pois é, eu ando nessa sensação há MUITO tempo. Finalmente regresso a Wellington, após uma semana de aulas, palestras e reuniões em Christchurch, e revelou-se uma alegria. Finalmente terei uma rotina semanal (pelo menos até Março)!!!! Após tanto tempo a viajar, é tão bom conheçer bem a cama onde dormes, onde está tudo na cozinha, onde vais trabalhar e o que tens de fazer (dependendo só de ti para o sucesso do projeto), que (poucos) amigos ou colegas estão por perto para um cinema, para ir jantar fora ou ter alguém para ir jogar à bola ou ir fazer surf (já que os verdadeiros amigos estão longe). Tudo isto me faz lembrar as expedições à Antárctica e como finalmente estamos na base cientifica e prontos para o trabalho de campo. Aqui é igual e esta semana foi assim: dar a conheçer ao meu corpo que vamos estar numa rotina de “trabalho-casa” e “casa-trabalho”. Mas não foi fácil. Primeiro: a minha casa fica no topo de uma autêntica “montanha”. Tudo bem descer de manhã mas são 25 minutos SEMPRE A SUBIR à tarde/noite. Chegar a casa sem tocar no chão é sinónimo de vitória! Segundo: passar horas sentado a analisar amostras atrás de amostras, centenas e centenas de mandibulas de cefalópodes (lulas e polvos), é algo que adoro fazer mas exige continua concentração, dedicação e atenção ao que se está a fazer. Continuo totalmente fascinado pela forma destas mandibulas, e como, de acordo com a sua forma, posso identificá-las à espécie, técnica desenvolvida principalmente por um senhor chamado Malcolm Clarke (que vive na Ilha do Pico, Açores e tem um museu lindissimo sobre lulas e baleias). Mais, com equações matemáticas, podemos estimar, através de uma medição na manbibula, o tamanho e peso do animal em questão. Fascinante, não é? Uma lula, que viveu nas profundezas do Oceano Antártico e águas próximas, foi apanhada por um albatroz, que a deu ao seu filhote, que a digeriu com a exceção desta mandibula. Antes de o filhote deixar o ninho, ele regurgita tudo o que não conseguiu digerir, incluindo todas as mandíbulas dos cefalópodes que lhes foram dadas pelos seus pais. Agora aquela mandíbula daquela lula está na minha mão, a ser identificada com Architeuthis dux. Esta lula pode chegar a grande dimensões (> 150 kg)! No meio de tudo isto, o tempo voa no laboratório. De repente é hora do almoço, altura em que tento “ver emails”, resolver questões de trabalho e comer alguma coisa. Existe sempre uma mensagem querida, um email interessante, uma skype call para fazer. Terceiro: após uma tarde totalmente devotada a mais trabalho nas amostras, há que subir a “montanha”. Inicialmente, eu tinha um certo receio de andar de bicicleta em cidades. Na verdade, Wellington é a capital da Nova Zelândia. Aqui é obrigatório usar capacete o que julgava ser bom. No entanto, o pessoal do instituto me avisou logo que o impato de evitar acidentes com bicicletas não se notou. Aliás, o efeito foi contrário; os condutores de automóveis pensam que bater num ciclista já não é um grande problema pois eles têm capacete!? À noite tento acabar tudo o que não consegui terminar naquele dia... rever mais trabalho, resolver “emails”, acabar de pôr dados dos resultados, escrever crónicas para o blog ;) e tentar arranjar tempo para mim e descansar um pouco. Faço isto há uma semana, o que podia sugerir estar a surgir resultados, mas digo-vos... a subida diária da “montanha” até a casa continua a ser uma carga de trabalhos! Boa semana. José Xavier, 24 Janeiro 2013, Wellington, Nova Zelândia Do you remember that feeling when you arrive from long vacations and forgot that daily routine? Well, I on that feeling for a LONG time, due to my professional commitments. But finally, I visualize the end of it, at least until March. After a week in Christchurch lecturing, meetings and talks, I am finally in Wellington, for a little while! It is so good to know the bed you sleep in, to know where everything is in the kitchen, to know which desk I will be working, to know your agenda and what you need to do and to known which (small number) of friends are around to go for a cinema, to go out for dinner, or simply have a group of colleagues to play football or surf with. All of this reminds me of my Antarctic expeditions, when finally I am in the research station, all preparations are done and I am ready to work! Here, it is the same and this week it felt like that: let my body know that we will be in a daily routine of “work-home” and “home- work” (like “research base- penguin colony” and “penguin colony- research base”. But it was not easy. First: my house is on the top on a “mountain”! (at least for me). It is so nice to go down in the morning but those 25 minutes cycling up the “mountain” is not easy. Second: spending hours in the laboratory (like spending hours in the colonies of penguins or albatrosses) analyzing samples and more samples, thousands and thousands of cephalopod beaks (i.e. mandibles from squid and octopods) requires continuous concentration, dedication and attention to everything you do. I am still totally fascinated by the process of identifying beaks. Depending on the shape of each beak, we can identify it to species level. This technique was mainly developed by Malcolm Clarke, who lives in the Azores and has the most amazing museum about whales and squid, and their interactions. By using mathematical equations, we can even estimate the original size of the squid and how much it weighed. Fascinating, isn’t it? One squid that lived in the depths of the Antarctic Ocean, that was caught by an albatross and was given to his chick. Before the chick fledges, it regurgitates everything that he couldn´t digest, including cephalopod beaks, such as the one in my hand right now, identified as Architeuthis dux. This squid can reach more than 150 kg (330 lb). And with this, time flies...Thirdly: after an afternoon of more exciting work in the lab., there is a “mountain” to climb. I have been doing this for a week, which could suggest that I would start getting some results but let me tell you....this daily climbing the “mountain” home has not got any sweeter yetJ Have a great week! Nos últimos quatro dias tem estado um nevoeiro cerrado que nos tem impedido de voar o hexacóptero. Mas nós não somos quem tem os maiores problemas: um colega investigador esteve à espera que os aviões pudessem aterrar para finalmente chegar o seu equipamento; e outro ficou cá preso, sem poder regressar a uma reunião muito importante que tinha na Coreia. Mas mesmo com mau tempo há muito trabalho para fazer e não temos estado parados. Foi feito o levantamento DGPS dos locais de voos anteriores, com o cuidado de registar com precisão as coordenadas GPS de marcos que sejam visíveis nas imagens aéreas (para efectuar a sua ortorectificação), e começámos a fazer a identificação por classes da ocupação da superfície, associada ao levantamento topográfico de uma região mais alargada. Toda esta informação vai permitir ter pontos de referência para avaliar o desempenho das classificações automáticas a partir de imagens de satélite.
Fomos convidados pelo chefe da base para fazer uma apresentação sobre o nosso trabalho. O título será “Ultra high resolution imaging for detailed mapping in ice-free areas of Maritime Antarctica” e dará foco às actividades que temos desenvolvido em Barton. Hoje foi também o dia em que o Pedro se voluntarizou para ajudar na cozinha a lavar a loiça. Somos 2 portugueses entre 57 coreanos, o que entre todos dá muitos pratos, tacinhas, colheres e principalmente muitos pauzinhos (que cá são de metal: metalzinhos?). Amanhã é o meu dia de ser voluntário. Lourenço Bandeira, 22 de Janeiro de 2013, Ilha King George. Este foi o segundo domingo passado na base. Este é o dia oficial para o staff recuperar forças e descansar, já que, ao contrário dos investigadores, estes permanecem na base desde a sua abertura em inicio de Janeiro até ao encerramento, em meados de Março. São 3 meses num ambiente hostil sem ver família e amigos e, por isso, há que fazer uma manutenção mental e restabelecer energias. Inclusivamente os cozinheiros ficaram de descanso, e o almoço e jantar foi feito por investigadores. Comemos mais, porque sobrou imensa comida por falta de experiência nas proporções, mas também comemos comida mais requintada, isto porque a pressão de agradar é grande. Durante o almoço, o convite foi lançado: no próximo domingo teremos para almoço feijoada antártica à portuguesa, cozinhada pela equipa CONTANTAC2. Já que somos investigadores, investigámos se havia aqui em Escudero bacalhau para preparar o já famoso bacalhau à brás antártico, cozinhado por nós o ano passado na base espanhola de Gabriel de Castilla na ilha de Deception. Não há bacalhau. Feijoada será, e a expectativa é alta. O nevoeiro cerrado não deu tréguas e por questões de segurança não pudemos adiantar mais trabalho para além da amostragem do rio. Este foi o último dia de 8 dias consecutivos de amostragens num curso de água que nasce no lago Kitiesh, a cerca de 800 metros da base chilena Escudeiro, onde nos encontramos. Para além do lago, o rio é alimentado pelas bancadas de neve adjacente, forma um outro pequeno lago perto da base Russa que serve atualmente para abastecimento e, finalmente, desagua na baía de Fildes. Neste dia recolhemos também sedimento e neve nas 4 estações de amostragem. Os resultados destas amostras, integrados com as amostras de água recolhida diariamente e das amostras de sedimento e dos dispositivos DGT instalados na baía de Fildes, além de permitirem caracterizar alguns contaminantes importantes, vão indicar quais os mecanismos de transporte nestes compartimentos ambientais. Estamos muito curiosos para saber os resultados das análises, que serão feitas em Portugal.
Equipa Contantarc 2, 20 Janeiro 2013, Ilha King George, Antártica Caiu um nevoeiro cerrado sobre a Baía de Fildes que impossibilitou saídas por questões de segurança. Tínhamos planeado ir resgatar uns DGT’s mas como era relativamente longe da Base o chefe não autorizou. Fomos apenas amostrar o rio que é relativamente perto e seguro. Mesmo assim foi uma tarefa árdua pois o vento cortante gelava até aos ossos apesar de irmos preparados para o efeito.
Chegados ao laboratório, tratar as amostras e só isso. Foi um dia “perdido”, mas que deu para retemperar forças. Equipa Contantarc 2, 19 Janeiro 2013, Ilha King George, Antártica Aproveitámos a manhã para adiantar trabalho de laboratório e peneirámos algumas amostras de sedimento. Entretanto o wifi, que já era muito debilitado, deixou de funcionar de todo. O único meio de comunicação com o resto do mundo é feita a partir de dois antigos computadores de secretária que estão no laboratório de microbiologia. Têm ligação por cabo e felizmente funcionam, ainda que a velocidade de ligação relembra os anos 90. Depois de fazer login na conta de email sobra perfeitamente tempo para ir fazer chá, para bebe-lo e para devolver a caneca na cozinha antes que a conta de email abra finalmente. Tal como mais vale tarde que nunca, neste caso, mais vale pouca internet que nenhuma. À tarde fomos amostrar o rio novamente e logo de seguida fomos em direcção à baía de Fildes para retirar os dispositivos DGT que foram colocados 2 dias antes. Graças ao INACH que nos emprestou umas botas de borracha, ou melhor, umas jardineiras de borracha (são botas até à barriga presas com suspensórios), conseguimos entrar na água e retirar os dispositivos facilmente. Contudo, não conseguimos localizar um dos dispositivos que colocámos porque surgiram dois obstáculos que nos dificultaram a missão: a maré baixa está 30cm mais alta que há 2 dias atrás, e as pilhas do GPS pifaram e não sabemos a localização exata dos locais de amostragem. Será escusado dizer que, apesar do aparato de bases aqui em Fildes, não há uma loja de conveniência. Aparentemente, aqui na base existem pilhas recarregáveis, mas o chefe de base já nos tirou o cavalinho da chuva porque o carregador das ditas cujas ficou em Punta Arenas a modos que, a partir de agora, a localização será feita à antiga: olhar para o mapa em papel, procurar pontos de referência no terreno e anotar mais tarde. O velho ditado em Inglês diz que, por vezes, the old way is the best way. Este foi também o mote de inspiração do novo filme de 007 Skyfall, que entretanto foi visto aqui na base num projetor. Bond faz a barba com navalha e sabão, anda num carro dos anos 70, combate os bad guys com a velha caçadeira do pai, e tem como gadget mortífero um transmissor rádio. Aqui na antártida, os velhos computadores com ligação por cabo e os mapas em papel estão a fazer as delicias da casa.
Equipa Contantarc 2, 18 Janeiro 2013, Ilha King George, Antártica Tivemos uma agradável visita para o almoço dos tripulantes do veleiro argentino “Antartikos” que quase todos os anos viajam pela Antárctica marítima e que nos contaram as suas maravilhosas histórias de passagem pelas paisagens geladas e de companheirismo nas bases antárcticas. Zodiac brasileira transportando cientistas que recolheram amostra de gás da fumarola No dia 16 de Janeiro aproveitámos um dia de sol intermitente e cedo partimos a caminhar até ao lago escondido para continuar o trabalho de cartografia geomorfológica e monitorização da dinâmica actual. Encontrámos alguns locais que o Gabriel ainda não tinha tido a possibilidade de cartografar (pyroclastic ripples e lag surface) modo que foi bastante produtivo. Ao almoço do dia seguinte, recebemos na Base com bastante gosto alguns tripulantes do navio Maximiano e o jantar fomos convidados para ir para o navio onde conhecemos alguns investigadores de várias disciplinas (biólogos, geólogos, meteorologistas, etc.). Como partia nessa noite foram convidados também alguns investigadores e militares da base de Gabriel de Castilla e houve festa pela noite fora. Alice Pena, Ilha Deception, Antártida, 17 Janeiro 2013 No dia 12 à noite o tempo piorou (vento forte de cerca de 70-80 nós e precipitação de neve) e mantivemos-nos na base, a realizar trabalho de laboratório no dia seguinte. Gabriel tentando encontrar a sondagem de temperatura do solo coberta de neve Fomos de zodiac com os colegas de vulcanologia e geofísica da base espanhola até vários pontos onde eles têm sismógrafos que monitorizam a actividade deste estrato-vulcão activo e até ao antigo refúgio chileno recolher os dados de uma sondagem de temperatura do solo. Infelizmente não conseguimos recolher os sensores por estarem cobertos por neve e gelo, todavia foi excelente conhecer melhor a ilha sendo que alguns locais são apenas acessíveis de zodiac. Alice Pena, Ilha Deception, Antártida, 14 Janeiro 2013 |
Consulta de posts por projeto
Tudo
Consulta de posts por ordem cronológica
Julho 2013
|