A CAMPANHA
PROPOLAR 2012-2013
Novembro de 2012 a Março de 2013
PROPOLAR 2012-2013
Novembro de 2012 a Março de 2013
Hoje fomos recolher os dados da sondagem de temperatura do solo no refúgio chileno com a nova equipa de investigadores (um espanhol e uma alemã) que estuda a actividade vulcânica na ilha aos seus vários locais de medição. Houve alguma actividade anómala há umas 2 semanas no entanto de momento os registos estão normalizados, sem se verificar anomalias. Neste local de trabalho é extremamente importante não nos esquecermos que se trata de um vulcão activo e que por isso devemos estar atentos a qualquer actividade fora da norma.
Alice Pena, ilha Deception No dia 2 realizámos as primeiras medições de monitorização de solifluxão de elevada precisão com o GPS diferencial nas proximidades da base Argentina, no leque aluvial. No dia seguinte, com a ajuda de dois elementos da armada Monica e Esteban fizemos todas as medições tanto de solifluxão como do local CALM na rechã Irizar e um dia depois a mesma equipa voltou a Crater Lake para terminar o trabalho com o GPS diferencial.
Alice Pena , ilha Deception No dia 30 de Janeiro, fomos até Irizar realizar as medições de camada activa do local CALM que são realizadas várias vezes ao longo do Verão, de forma a monitorizar a sua evolução. No dia 1 de Fevereiro executámos as mesmas medições no outro local CALM que monitorizamos em Crater Lake nas proximidades da Base Gabriel de Castilla. Aguardávamos a chegada de equipamento bastante importante para a campanha com a chegada do navio Hespérides e fomos até à base espanhola recolhe-lo. Assim poderíamos avançar com a monitorização da solifluxão em Decepcion. Ficámos também a saber que tinha corrido tudo bem no inicio da campanha antartica portuguesa em Livingston com a chegada de Gonçalo Vieira, António Correia e Ana Salomé.
Alice Pena , ilha Deception Dia 29 visitaram-nos alguns elementos da marinha inglesa que estão a bordo do navio HMS Protector e que trabalham com investigadores British Antarctic Survey. Uma vez que na Base Argentina poucas pessoas falam inglês tive o prazer de ser a tradutora oficial. Assim que terminassem o trabalho científico na ilha Decepcion partiriam visto que se aproximava um temporal forte. À tarde começou a soprar um vento sul bastante forte e hoje já nevou bastante, sendo que em alguns locais se acumulou cerca de 70cm de neve, de modo que não se pode fazer trabalho no campo.
Alice Pena, ilha Deception
Dia 23 e 24 as condições meteorológicas não eram favoráveis de modo que permanecemos na base a realizar trabalho de laboratório e a ajudar nos preparativos para o aniversário da base. ![]() Faz hoje 65 anos que a base argentina de Decepción foi construída e é sem dúvida motivo de celebração. Os festejos começaram cedo com a cerimónia da armada juntamente com os militares e científicos da Base Gabriel de Castilla. Fomos brindados com o melhor dia de sol que eu até agora vi na Antárctica; quase não havia vento, estavam cerca de 7 graus e a neve no solo nas proximidades da base é escassa. Aproveitámos para jogar à bola e preparar o resto da festa para noite, nomeadamente o tradicional assado argentino. Para jantar chegaram grande parte dos militares e científicos e assim foi um dia de excelente celebração entre amigos. Alice Pena, ilha Deception ![]() Dia 18 de Janeiro durante a manhã estivemos no laboratório a realizar o tratamento de dados de temperatura recolhidos nesta campanha. Fomos convidados pela Base Gabriel de Castilla para jantar e cada base cozinhou algo típico das suas nações; de Espanha uma variedade de tortilhas e da Argentina pizzas. O convívio foi bastante agradável e reencontrámos alguns investigadores que conhecíamos de outras campanhas e novos investigadores recém chegados à Base. Visitei o laboratório da equipa de dos biólogos espanhóis que realiza mergulhos para recolher espécies (sobretudo ouriços e estrelas do mar) e aí realiza experiências. No dia seguinte concluímos a instalação de sensores de temperatura da superfície do solo nos locais mini-CALM, além das habituais medições da camada activa. Finalmente conseguimos ver as estacas do mini-CALM localizado numa vertente exposta a sul que anteriormente estava coberto de neve. Do navio Hespérides chegaram à Base argentina dois biólogos búlgaros que realizam trabalho em algas terrestres microscópicas. No domingo todos os investigadores e a maioria da dotação da base visitaram a pinguineira Irizar. Inicialmente havia um pouco de neblina o que impossibilitava ver a pinguineira em toda a sua beleza mas após tomarmos à beira mar o tradicional mate argentino, pudemos ver a magnitude desta colónia de barbichos e tirar belas fotos aos pinguins bebé sendo que alguns já estavam bastante crescidos. O acesso dos pinguins à colónia é bastante difícil de modo a evitar os predadores, sobretudo as focas leopardo, e por isso para ingressar os pinguins têm de apanhar ondas de grande magnitude de encontro às rochas e tentar subir. Alguns magoam-se nesta tarefa mas eles fazem tudo para que as suas crias estejam protegidas. Ontem realizámos trabalho no laboratório de preparação para ir o mais longe possível a pé para terminar a cartografia geomorfológica nesse sector, de modo que hoje eu, o Gabriel e os biólogos búlgaros, levantámo-nos bem cedo para tentar alcançar a Caleta Pendulo. Aproveitámos a maré baixa para caminharmos pela costa o máximo que pudemos. A paisagem é magnífica; gelo coberto por cinzas, lagos, pinguins (Papua e Barbichos), focas weddel e a elevada dinâmica de vertentes que expressa a morfologia típica desta ilha. Chegámos até Pêndulo e aproveitámos as águas termais para tomarmos um banho antárctico. Aí visitámos as ruínas da base chilena destruída na última erupção de 1970.
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