A CAMPANHA
PROPOLAR 2012-2013
Novembro de 2012 a Março de 2013
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Ontem, sexta-feira, dia 8, fomos numa comitiva polaca até à base sul-coreana King Sejong. Às 17.00 fomos recolhidos em Arctoweski por dois semi-rígidos da base argentina Carlini... os zodiacos de Arctowski não estão equipados para mar aberto e a distancia ainda é alguma, mas os 300 cavalos das lanchas fizeram com que lá chegássemos numa hora, não sem os dedos quase congelados apesar das luvas e o nariz e bochechas martirizados pelo granizo. Havia já vários anos que não existia qualquer intercâmbio entre Arctowski e as bases da zona oeste da Ilha do Rei Jorge, e fomos recebidos efusivamente, e com a famosa hospitalidade asiática.
Mas antes de por pé em terra firme, houve que transpor um obstáculo comum nestas paragens. Chegar com o barco ao pequeno porto da base foi uma demonstração de perícia e capacidade tecnológica. É que num raio de cerca de cem metros em redor da base o mar estava coberto de blocos de gelo. Aí coube ao piloto e marinheiros argentinos conseguir ziguezaguear entre aqueles para nos fazer chegar o mais perto possível até que a 20 metros de distancia o gelo quase compacto parecia impedir o acesso à base... foi então que os coreanos trouxeram uma enorme escavadora que com o braço articulado e balde removeu o gelo mais próximo e criou uma corrente e uma passagem que nos permitiu chegar finalmente a King Sejong, e cumprimentar Mink Yu Park e Donnie Young, o primeiro e segundo comandantes da 27ª expedição sul-coreana. A base é das maiores e mais modernas da Ilha, e como ficou claro, cheia de maquinaria pesada. O barbecue que preparam teve lugar num hangar monstruoso, onde normalmente guardam camiões e gruas. Parrillada argentina, churrasco e sopa coreana, vinho chileno e vodka polaco. Infelizmente não temos nada portugues para partilhar, a não ser boa disposição, e isso é suficiente para um alegre convivio entre nacionalidades, seguido de uma animada sessão de karaoke... os coreanos dominam e os argentinos desafinam... e nós... enfim... é melhor nem contar. Ficamos a dormir na base. Neste momento já todos os cientistas partiram e restam apenas os dezoito membros da equipa invernante, pelo que os cerca de trinta quartos duplos das camaratas estão diponíveis. E hoje, pelas 7 da manhã saímos. Mais uma travessia do gelo, uma primeira paragem em Carlini para deixar os argentinos e mais uma hora no Estreito de Bransfield. No meio de algum nevoeiro vemos grupos de leões-marinhos e alguns icebergs “habitados” por pinguins. A lancha não pode aportar em Arctowski e o transbordo é feito com o zodíaco. Às 9 e 30 da manhã estamos de volta, molhados, ensonados mas contentes. Pedro M Guerreiro e Bruno Louro, Arctowski 09/03/2013. Os comentários estão fechados.
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