A CAMPANHA
PROPOLAR 2012-2013
Novembro de 2012 a Março de 2013
PROPOLAR 2012-2013
Novembro de 2012 a Março de 2013
O tempo voa quando estamos a....trabalhar! E quando se gosta que se faz, o tempo voa... Esta viagem de trabalho à Nova Zelândia tem sido muito intensiva cientificamente. Desde reuniões com os responsáveis do programa científico Neozelandês, à aulas na Universidade de Christchurch e às numerosas semanas passadas no laboratório do instituto NIWA, tudo tem sido sempre a uma velocidade assustadoramente rápida. Wellington, tal como a Antártica em anos anteriores, foi um local perfeito para desenvolver projetos, recolher e analisar amostras, e estabelecer colaborações. O que se aprendeu nesta “expedição” à Nova Zelândia: - Lição número 1. Cientificamente, os resultados (ainda estou a terminar as análises das últimas amostras) foram super interessantes. Com os “meus” albatrozes a cobrir diferentes áreas do oceano Pacifico, desde a Antárctica a águas tropicais, e alimentam-se muito de cefalópodes (lulas, potas e polvos), não sabia o que esperar. Será que se vão alimentar de espécies diferentes? Na verdade ambas se alimentam das mesmas 40-50 espécies de lulas, mas em quantidades totalmente diferentes. Analisou-se 132 amostras e 21 641 bicos de cefalópodes dos últimos 10 anos. O albatroz Diomedea exulans antipodensis, que se reproduz na Ilhas Antipodas (a sul da Nova Zelândia) vão à procura de comida em todo o Pacifico Sul, entre a Nova Zelândia e o Chile, e alimentaram-se mais de uma espécie de águas frias (por exemplo, Moroteuthis knipovitchi) do que nos outros locais. O albatroz Diomedea exulans gibsoni, que se reproduz nas Ilhas Aukland (particularmente nas ilha Adams), explora a outra parte da Nova Zelândia até à Austrália, alimentam-se de espécies de águas mais quentes (Moroteuthis ingens). Ambas as espécies continuam a alimentar-se abundantemente de espécies de águas intermédias (Histioteuthis atlantica, Taonius sp. B (Voss)). Muito interessante pois isso releva o papel das lulas, não só na dieta destes albatrozes mas também a sua importância nas cadeias alimentares dos Oceanos. - Lição número 2. A Nova Zelândia é lindíssima. As pessoas, as cidades, o seu modo alegre e feliz de viver no meio da Natureza, é cativante. Possuem uma linda história, e o povo Maori está bem integrado. Sente-se que estamos numa ilha. Pode estar sol de manhã e à tarde pode estar a chover torrencialmente. Gostei de notar a resiliência das pessoas em Christchurch em continuar a voltar a pôr a cidade de pé (no dia 22 de Fevereiro faz 2 anos que o terramoto destruiu literalmente a cidade). As pessoas são educadas, humildes e trabalhadoras, similar a todos os países de pequena dimensão mas de alma grande. A Nova Zelândia tem uma ligação forte com a Austrália e com o Reino Unido (nota-se pelos programas da televisão) e o râguebi o cricket e surpreendentemente o nosso futebol, imperam . A última notícia mais alarmante, além do possível tsunami e o terramoto nas ilhas Salomão, foi o ataque fatal de um tubarão branco a norte de Auckland (já não ocorria assim desde 1976). Logicamente que quando dei o meu último mergulho, após o jogo de futebol das Terças-feiras ao almoço com a equipa do instituto, não nadei para muito longe. E subir a “montanha” todos os dias de bicicleta foi o meu ir às colónias de pinguins... - Lição número 3. O desafio pessoal existe sempre. Além da ciência, do muito trabalho e de conhecer um novo país, é importante evidenciar os desafios pessoais destas “expedições”. Estar longe mais 2 meses da nossa família, dos nossos amigos e das pessoas que nos são queridas é sempre duro. As longas horas no laboratório, ou no campo, fazem-nos estar super focados no trabalho e sempre atarefados. A equipa que me recebeu foi sempre muito profissional e facilitou ao máximo o meu trabalho. Quanto as coisas correm bem, tudo parece mais fácil...e percebe-se quando estamos perante uma boa equipa. Tudo é aparentemente fácil. Só depende de ti para teres bons resultados. E isso é fantástico. A paciência de todos dos que nos são queridos é surpreendente... e como estou agradecido a todos vocês por isso. São 12 ou 13 horas de diferença. Engraçado ouvir o futebol às 9 ou 10 da manhã, receber telefonemas no meio da noite, ou abrir a minha caixa do correio electrónico e ter 40-50 emails como eu tivesse estado parado no tempo (na verdade são os emails dos colegas que trabalham na Europa)...e vale a pena todo este trabalho? Espero que sim.... Felizmente o tempo voa... Flying Para quebrar a rotina de bombear água entre pinguins e elefantes marinhos e da limpeza e manutenção dos tanques, ontem fomos visitar os vizinhos da base americana Pieter J. Lenie, a.k.a. Copacabana. A desculpa oficial foi a comemoração dos 28 anos da instalação daquela pequena base sazonal. Na realidade fomos captados, juntamente com a Sylwia, o Radek e a Agata, aqui de Arctowski, para os ajudar na marcação de crias de pinguins gentoo com anilhas nas asas/barbatanas. Estas juntam-se em creches e rodea-las com uma rede não é complicado. Já apanhá-las quando decidem correr na lama e guano é outra conversa. A nossa tarefa foi recolhe-los e pesá-los enquanto que colocar a anilha ficou para os especialistas Wayne, Kathleen, Matt, Brette e Ana. Outra diferente actividade desenvolvida em Copa foi a monitorização de moleiros, ou skuas. Acompanhá-mo-los também a capturar os membros de alguns casais com crias para recolher os aparelhos de GPS anteriormente colocados, que lhes vão permitir saber por onde se deslocam para recolher alimento para as crias. Infelizmente, tal como no ano anterior, esta época de reprodução não foi das melhores. Todas estas actividades terminaram com um belo "barbecue" Antárctico (mas nada de espécies locais!!!!) e uns gulosos brownies...
A saída de Livingston estava complicada pois por questões técnicas o barco que era suposto vir-nos apanhar já não o poderia fazer e ficamos todos muito apreensivos.
Entre emails e imensos contactos de articulação com a base JCI (Juan Carlos I), lá foi possível conseguir uma transporte para o dia 17, com o navio oceanográfico da armada argentina Puerto Deseado. Dia 17 amanheceu muito intempestivo e a inviabilizar qualquer possibilidade de subirmos a bordo do navio. Foi por isso com imensa alegria que, ao fim do dia, já na base espanhola JCI, recebemos a notícia de que iriam esperar por nós até à manhã do dia seguinte. Estamos imensamente gratos pelo grande apoio. Dia 18 de Janeiro, por volta das 8h00 da manhã, já estávamos a bordo, que alívio! Fomos muito bem recebidos e durante a curta viagem de cerca de 4h até à ilha Deception tivemos as nossas forças reforçadas com um ligeiro pequeno almoço, recebemos uma visita guiada pelo navio, incluindo uma explicação das várias actividades científicas levadas a cabo a bordo do barco, saboreamos um simpático almoço, e assistimos ainda ao resultado de um trabalho de arraste do fundo marinho com um grupo de investigadores biólogos. A ilha Livingston é impressionante e a ilha Deception é maravilhosa, mas ambas verdadeiramente mágicas. Rapidamente desembarcámos na base espanhola Gabriel de Castilla (GdC) que fica no interior do anel vulcânico que estrutura a ilha. Tem por vizinha a base argentina de Deception, onde ficaram hospedados os nossos colegas do grupo PERMACHANGE A, Alice Pena e Gabriel Goyanes. Estava previsto trabalharmos todos juntos estes últimos dias mas as alterações inesperadas na agenda logística obrigou-os a aproveitar o navio em que chegámos para sair de Deception. Tivemos por isso apenas cerca de 15 minutos para trocar algumas ideias e nos despedirmos. Estávamos todos muito cansados mas ainda era necessário articular as nossas actividades com a logística da base GdC. Os próximos 3 dias previam-se de bastante intensidade de trabalho, saída para o campo dia 19 de Janeiro às 9h30 da manhã, ponto de encontro na praia, junto da zodiac, e já devidamente vestidos com os fatos de sobrevivência! Ana Salomé, Ilha Livingston, Arquipélago das Ilhas Shetaland do Sul, Antártida, 18-01-2013 Como é possível uma lula ser confundida por um pedaço de plástico? Pois é, os albatrozes que passam a grande maioria do seu tempo no mar, confundem plásticos por comida. Os tamanhos, as cores e feitios são muito variados. Podem ser fitas, cordeis, partes de sacos de plástico, tampas de garrafas, tudo o que seja de plástico. Já encontrei azuis, brancas, vermelhas e até cor de rosa. Sim, nas amostras da dieta de albatrozes, tenho encontrado isto tudo, entre os milhares de bicos de lulas e polvos que tenho estado a analisar...e fico bastante triste! Como é possível uma lula ser confundida por um pedaço de plástico? Pois é, os albatrozes que passam a grande maioria do seu tempo no mar, confundem plásticos por comida. Os tamanhos, as cores e feitios são muito variados. Podem ser fitas, cordeis, partes de sacos de plástico, tampas de garrafas, tudo o que seja de plástico. Já encontrei azuis, brancas, vermelhas e até cor de rosa. Sim, nas amostras da dieta de albatrozes, tenho encontrado isto tudo, entre os milhares de bicos de lulas e polvos que tenho estado a analisar...e fico bastante triste! Os albatrozes que estou a trabalhar são excelente exploradores do mar, cobrindo áreas do oceano Pacifico, desde a Antárctica a águas tropicais, alimentam-se muito de cefalópodes (lulas, potas e polvos). O albatrozDiomedea exulans antipodensis, que se reproduz na Ilhas Antipodas (a sul da Noza Zelândia) vão à procura de comida em todo o Pacifico Sul, entre a Nova Zelândia e o Chile. O albatroz Diomedea exulans gibsoni, que se reproduz nas Ilhas Auckland (particularmente nas ilha Adams), explora a outra parte da Nova Zelândia até à Austrália. Isso é simplesmente magnifico!!! Como é interessante que estas duas espécies de albatrozes, muito similares, exploram áreas quase totalmente diferentes dos Oceanos. E ambas comem plásticos (tal como o albatroz viajeiro Diomedea exulans, que estudo na Geórgia do Sul), por engano! E isso tem consequências na sua vida e nos seus filhotes. Em vez de estarem a digerir alimento, têm algo que é poluente, que ocupa espaço, pode obtruir a sua respiração ou acesso ao estomago, pode os levar a morrer de fome, diminuir o apetite, reduzir o seu crescimento e que lhes pode afetar (por exemplo um pedaço de plástico bicudo poderá perfurar o estômago do albatroz; outro exemplo é assimilar elementos polutentes). Basta ver o video (em inglês sobre o que se passa no Havaihttp://www.midwayfilm.com/). É conhecido que a ingestão de plásticos por albatrozes poderá levar à sua morte, mesmo que a eficiência de assimilação de comida com a presença de plásticos no seu sistema digestivo não diminua. Este é um dos nossos resultados indiretos desta expedição. Por isso, quando virem alguém a tirar coisas para o chão, pensem nos albatrozes que confundem plástico por comida... How a squid can be confused with a piece of plastic? Well, albatrosses spend most of their time in the open Ocean and they do confuse them. The sizes, colours and shapes of the plastic can vary widely. They can be tape, bottle taps, pieces of plastic ropes, literally anything that is made of plastic that floats. I already found them blue, white, red and even pink. From the food samples that I have been analyzing in the last couple of months, I have found it all, between thousands of beaks of squid and octopods I have been studying...and makes me really sad! These albatross species are brilliant sea explorers, covering huge areas of the Pacific Ocean, from the Antarctic to the tropical waters. The albatross Diomedea exulans antipodensis, that reproduce in the Antipodes Islands (south of New Zealand), forage in all the Pacific Ocean, from east of New Zealand to Chile. The other species of albatross, Diomedea exulans gibsoni, that reproduces in the Auckland Islands (particularly in Adams Island) forage on the other side of New Zealand, mostly between the West of New Zealand to the East coast of Australia. This is AMAZING!!!! It is so fascinating how these albatross species, very similar morphologically, do cover so different areas of the Ocean for food. And both confuse squid with plastic, just like the other albatross species I study, the wandering albatross Diomedea exulans. Instead of eating proper food, they have something else that occupies space and can obstruct breathing or food access to the stomach. Furthermore, it can decrease appetite, reduce growth and even causing death. This is one of indirect findings of our studies this year. Do see the example of what has been happening in a large scale in the albatrosses in Hawaii ( see http://www.midwayfilm.com/). Therefore, is you see someone throwing something on the ground, say something (telling then to put it in a bin) and think of the albatrosses that confuse plastic for food... The Southernmost carnival is over. The icy rain coming from the west made us seek refuge at home. Not a big catch today – we had one interview in Oficina Antarctica with Valeria who is doing her Licenciatura in Tourism.
Last week we met Lorane Kriwoken, a Univesity of Tasmania social scientist who just finished the season as a scientist in residence on one of the Quark Cruiseships. Saturday – I had a fast hike up 1200m. for a lookout of the Darwin range in the west and the Drake Passage far in the South. This evening we met two girls who were about to go on a cruise to Antarctica. Amazing how young the Antarctic-faring “expeditioners” are. Well, it is not only rich American pensioners going for a trip below the 60th south. In fact “cheap” Antarctic trips (cheap means 3000 euros for a ten day trip) are possible if you get one of the last-minute offers in Ushuaia. We met several young Europeans who have hitched all the way to Ushuaia sleeping in tents and eating rice with beans, just to have their ultimate Austral experience: icebergs, wildlife, isolation, “Drake shake” and scientists living in containers (some of them Portuguese....). A rumour went that Tom Cruise came a few days ago on one of the cruiseships. And excited Peruvians came in the Antarctic Office asking if their president was in town. The cruiseship “Celebrity Infinity” with its 2000 on-board residents just called in for a few hours of pinguin-related souvenir snatching before sailing to Paradise Bay. Ushuaia resembles a beehive when the ships come in and it is deserted when they are gone. Internet has shown no signs of life for four days. Today it woke up in the morning and died by lunch. Otherwise we have a wonderful house with a kitchen, excellent heating (a bit exaggerated though), and a vista over the Ushuaia Bay. We take turns to cook and do the everyday chores. We go shopping in a supermarket which we christened Continente and the other one is called La Anonima. One day it is snowing in the mountains, another day it is windy and sunny. And then suddenly we have a proper summer day. Yesterday we met Daniel Martinioni, a geologist from Buenos Aires, who moved to CADIC in 1990s and spent 11 seasons in Antarctica in the field. Since 2008 he is an Assistant Expedition Leader and lecturer on the “Ushuaia”, which is the only Argentinian Antarctic cruiseship. But not the first: during the 1980s Argentina's national Antarctic hero Gustavo Giro Tapper and his wife Maria Edelia started a tour-business called “Antartur”. Chartering transport vessels of the Argentinian navy they organized trips to the Antarctic Peninsula to visit stations and organize snowcat and dog-sleigh excursions. The first ship was lost in the Malvinas war. The second sunk near Palmer station. We met Maria Edelia yesterday evening at her house over tea and biscuits and she told us about her husband's passion for Antarctica and their joint projects. In the beginning of the Antarctic tourism tourists spent most of their time during the landings at the scientific bases while today landscape and wildlife are the main attractions. Yet many stations - Port Lockroy, Vernadsky, Brown, Esperanca and even Palmer – are regularly visited by the cruiseships and yachts. We are curious to talk to our “hard-science” colleagues about their experiences of touristic visits. You are stars:) Now we are waiting for “our” expedtioners to return to Ushuaia and “see” in their eyes the reflections of Deception Island, Neko Harbor, Kodak Alley and Iceberg Cemetery. Dennis Zuev and David Picard Aproveitámos o convite dos vizinhos espanhóis para ir visitar Hanna Point, um local de nidificação de colónias de pinguins barbichos e gentoos (os pinguins polícia, como lhes chama a Gueri), de petréis e também de repouso de grupos de gigantes elefantes marinhos. Consegui ainda fotografar um jovem lobo-marinho, uma doçura de criatura! Apesar de sermos todos muito conscienciosos, confesso que me incomoda o facto de estarmos a impor a nossa presença num espaço que não nos pertence, mesmo que por breves instantes. E nota-se que estes animais já estão de alguma forma habituados à presença humana, pois este é um local visitado anualmente por imensos turistas. Retirando a parte da imprescindível viagem de Zodiac, o nosso primeiro dia de descanso foi mágico! Nessa tarde de dia 12, preparámos um bacalhau à brás ligeiramente improvisado pois tivemos de substituir a ausência de salsa por outras ervas mas ficou delicioso, e o chefe Jordan até rapou aquele torradinho do fundo do tacho, também a minha parte preferida. O Gonçalo preparou uma animação com os 9 protagonistas que neste momento ocupam a base búlgara de
St. Kliment Ohridski, e foi assim um serão muito divertido. Dia 13 começamos a preparar-nos para mudança para a ilha Deception, onde iremos continuar os trabalhos de campo. Está previsto virem-nos buscar por volta do dia 15 mas nestas circunstâncias temos de estar sempre preparados para eventuais adiantamentos ou atrasos de datas. Dia 14 estávamos a postos para qualquer situação e comecei a preparar a nossa despedida com uns pastelinhos de bacalhau, com a mesma mistura de ervas improvisada para o bacalhau à brás, mas até que ficaram bastante apetitosos! Por ordem médica do Ivan, fiquei de castigo, pois a minha vesícula começa já a acusar os abusos acumulados pelas deliciosas comidas com que me tenho literalmente "alarvado". Shame on me! A meio da tarde, tivemos notícias de que afinal a mudança só se dará possivelmente dia 17, esperemos que sim ou então a nossa campanha de Deception fica comprometida! Ana Salomé, Ilha Livingston, Arquipélago das Ilhas Shetaland do Sul, Antártida, 15-02-2013 ANATOCU, Ushuaia 2013 No dia 30 de Janeiro 2013, os investigadores do projeto ANATOCU, David Picard e Denis Zuev, chegaram a Ushuaia no extremo sul da Argentina do Sul para começar o seu trabalho sobre as culturas turísticas da Antártica. Considerando que Ushuaia é o mais importante porto mundial para cruzeiros antárticos (mais de 30,000 partidas por ano), a equipa vai passar três semanas nesta cidade para falar com operadores turísticos e líderes de expedições antárticas, guias e lecturers trabalhando nos barcos turísticos, e turistas de volta das suas viagens da Antárctica. O objectivo deste trabalho é explorar as praticas da viagem turista, o seu quadro institucional e logístico produzido pela industria turística e o sistema do tratado da Antártica, e também o “poder atrativo” de diferentes sítios e atrações visitados durante a viagem (o mar, paisagens antárticas, fauna e flora, traças arqueológicas das atividades históricos de caça de baleias e de exploração geográfica, estacões científicas, sítios da guerra das Malvinas, e também sítios fantasmagóricos inscritos no imaginário turístico: bases secretas alemães, aeroportos de Óvnis, entradas no dentro da terra, etc.). A equipa trabalha em estreita colaboração com os investigadores do Centro Austral de Investigações Científicas (CADIC), uma delegação do Centro Argentino de Investigação Científica e Tecnológica (CONICET), a Universidade Federal de Terra del Fuego, e a Oficina Antárctica do governo provincial de Terra del Fogo. David Picard e Denis Zuev Eram 6 da tarde e estava prestes a sair de casa para uma corrida de fim de tarde. Tinha passado um Domingo como eu gosto, a tentar recuperar as forças após uma semana super intensiva de trabalho. O meu colega de casa liga a TV e a senhora do noticiário anuncia que temos um alerta de Tsunami. Achei estranho o modo como a senhora apresentadora o disse, como esta notícia fosse o mesmo que mais uma derrota do Sporting (ou seja, já não é anormal). E eu a julgar que fazer ciência na Nova Zelândia era mais seguro do que na Antártica. Segundo o meu colega de casa, o alemão Arnie, parece que alertas de tsunamis e terramotos, são coisas que já são levadas “à Nova-Zelandesa”, com naturalidade. Aliás, segundo o Arnie, nós já tivemos vários terramotos em Wellington, o maior foi de noite quando estavamos a dormir (magnitude 3.2; coisa pouca).
A maior parte dos terramotos de magnitude menor que 3 são apenas registados por observatorios locais. Tudo superior a esse valor poderá causar problemas e devastação. A magnitude deste terramoto foi de 8.0 (para terem uma escala, o nosso terramoto que destruiu Lisboa em 1755 foi de 8.7), na Ilha de Santa Cruz, que faz parte das Ilhas Salomão (Pacifico Sul) por volta do meio-dia locais. O terramoto causou um tsunami e numerosos mini-terramotos. O tsunamis matou pelo menos 10 pessoas e devastou casas em várias aldeias. O epicentro foi exatamente a 81 km de Santa Cruz das Ilhas Salomão. Por volta das 6 da tarde, aquando do noticiário o alerta de tsunami para várias ilhas do Pacifico e Nova Zelândia já tinha ocorrido. O tsunami já vinha a caminho... Os receios por parte das autoridades Nova-Zelandesas eram bastantes, daí os noticiários terem passado toda a tarde a anunciar para as pessoas sairem das praias, particularmente East Cape, New Plymouth e Wellington (esta última é onde estou!). A primeira onda causada pelo tsunami das ilhas Salomão estava prevista chegar à Nova Zelândia às 6 da tarde, exatamente quando eu estava prestes a sair para uma corrida. Felizmente, o tsunami nunca se fez notar na Nova Zelândia...após já saber que não havia perigo, fui correr junto à marina e a normalidade imperava. No entanto, descobri outra coisa. Wellington está numa falha sismica, o que é propícia a grandes terramotos. Um novo estudo de 2012 evidencia que a probabilidade de uma grande terramoto em Wellington não é tão grande quando se julgava. As probabilidades de ter uma grande terramoto em Wellington nos próximos 100 anos é menos de 10% , em vez dos 30 % que se julgava anteriormente...eu bem sabia que na Antártica está-se bem mais seguro! Boa semana! It was 6pm and I was about to go for a run. I has spent the Sunday just like I like it, trying to recover from a very busy working week in the lab. My housemate turns on the TV and there it was. “Good afternoon, we have a Tsunami alert for New Zealand.” The news lady said it in such a casual way that it came as a surprise. According to my housemate Arnie, these Tsunami alerts are taken in a “New Zealand way”, calmly and responsibly. Actually, according to Arnie, there has been various earthquakes in Wellington, since I arrived. They were just too small to notice or were at night while we were asleep. The great majority of earthquakes are of a magnitude of 3 or less. Anything higher than that, it can cause problems. This one announced on TV was of 8.0, that occurred in the Salomon Islands. With such a earthquake, it caused a local Tsunami and it was moving across the Pacific. It was due to arrive in New Zealand around the time I heard the news, 6pm. The reservations of the New Zealand authorities were quite high, so that they have been broadcasting the alert all afternoon, informing people to leave the beaches, particularly from East Cape, New Plymouth and Wellington, where I am. Happily, the Tsunami was not noticed in New Zealand...I even went for the run to double check if there were any chances in the water level. Nothing....but I did find out one thing. Wellington is on a seismic fault. A new study in 2012 has shown that the probabilities of a big earthquake in Wellington are not as high. In the next 100 years, the probabilities of having a big earthquake in Wellington are less than 10%, instead of the 30% thought previously... of course these news did not make me feel better. I always felt that Antarctica was safer;) Have a great week! Jose Xavier The C130 The departure. The campaign is almost finished. On 4th February at 7:00, we (a group of 26 researchers and technicians) start our returning trip from MZS. We went to McMurdo (1:30 hours with the twin-otter); at 10:30 we embarked on an American C130. Christchurch airport by night After ‘only’ 9:30 hours of fly we reached Christchurch (NZ)….and finally the first real night after 1 month. For this year the work in Antarctica is finished…now we have to start to think to the 2013/14 expedition…maybe I’ll take part also to the next to install more devices to improve the measurements capabilities of the new instrument. Daniele Bortoli Consegui ontem concluir praticamente o meu trabalho de campo, UFA!!!. Ainda tenho alguma margem de manobra em termos de tempo caso necessite de fazer mais alguns ajustamentos. Estou bastante satisfeita! Dia 10 fomos todos convidados para um banquete na base espanhola vizinha de Juan Carlos I. A expetativa era tanta que não havia viagem de Zodiac que nos demovesse. Foram momentos muito bem passados, obrigada a todos. O isolamento destes locais, sem rádio, sem televisão, e escasso contacto com o resto do mundo, aproxima-nos imenso uns dos outros e todos os pretextos são excelentes oportunidades para um bom convívio, uma boa conversa, uma boa partida de xadrez, etc. São assim alguns dos nossos serões, quando o trabalho o permite.
Imaginem o que é não conseguir repartir com a família e amigos mais chegados a beleza e imponência da paisagem que os nossos sentidos vivenciam a cada instante! Quando chegar a casa, não encontrarei de certo vocabulário suficiente para traduzir toda esta magia. Obrigada ao Programa Polar Português por ter acolhido generosamente a minha candidatura, obrigada à Caixa Geral de Depósitos pelo imprescindível apoio financeiro, obrigada à Base Búlgara e seus anfitriões pela alegria, carinho e pronta disposição, e um especial obrigada ao Gonçalo sobretudo pela paciência e confiança. Está quase a chegar ao fim a nossa estadia aqui na Ilha Livingston e já começo a sentir alguma nostalgia no aproximar da despedida da Baía Sur! Ana Salomé, Ilha Livingston, Arquipélago das Ilhas Shetaland do Sul, Antártida, 12-02-2013 |
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