A CAMPANHA
PROPOLAR 2012-2013
Novembro de 2012 a Março de 2013
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O tempo voa quando estamos a....trabalhar! E quando se gosta que se faz, o tempo voa... Esta viagem de trabalho à Nova Zelândia tem sido muito intensiva cientificamente. Desde reuniões com os responsáveis do programa científico Neozelandês, à aulas na Universidade de Christchurch e às numerosas semanas passadas no laboratório do instituto NIWA, tudo tem sido sempre a uma velocidade assustadoramente rápida. Wellington, tal como a Antártica em anos anteriores, foi um local perfeito para desenvolver projetos, recolher e analisar amostras, e estabelecer colaborações. O que se aprendeu nesta “expedição” à Nova Zelândia: - Lição número 1. Cientificamente, os resultados (ainda estou a terminar as análises das últimas amostras) foram super interessantes. Com os “meus” albatrozes a cobrir diferentes áreas do oceano Pacifico, desde a Antárctica a águas tropicais, e alimentam-se muito de cefalópodes (lulas, potas e polvos), não sabia o que esperar. Será que se vão alimentar de espécies diferentes? Na verdade ambas se alimentam das mesmas 40-50 espécies de lulas, mas em quantidades totalmente diferentes. Analisou-se 132 amostras e 21 641 bicos de cefalópodes dos últimos 10 anos. O albatroz Diomedea exulans antipodensis, que se reproduz na Ilhas Antipodas (a sul da Nova Zelândia) vão à procura de comida em todo o Pacifico Sul, entre a Nova Zelândia e o Chile, e alimentaram-se mais de uma espécie de águas frias (por exemplo, Moroteuthis knipovitchi) do que nos outros locais. O albatroz Diomedea exulans gibsoni, que se reproduz nas Ilhas Aukland (particularmente nas ilha Adams), explora a outra parte da Nova Zelândia até à Austrália, alimentam-se de espécies de águas mais quentes (Moroteuthis ingens). Ambas as espécies continuam a alimentar-se abundantemente de espécies de águas intermédias (Histioteuthis atlantica, Taonius sp. B (Voss)). Muito interessante pois isso releva o papel das lulas, não só na dieta destes albatrozes mas também a sua importância nas cadeias alimentares dos Oceanos. - Lição número 2. A Nova Zelândia é lindíssima. As pessoas, as cidades, o seu modo alegre e feliz de viver no meio da Natureza, é cativante. Possuem uma linda história, e o povo Maori está bem integrado. Sente-se que estamos numa ilha. Pode estar sol de manhã e à tarde pode estar a chover torrencialmente. Gostei de notar a resiliência das pessoas em Christchurch em continuar a voltar a pôr a cidade de pé (no dia 22 de Fevereiro faz 2 anos que o terramoto destruiu literalmente a cidade). As pessoas são educadas, humildes e trabalhadoras, similar a todos os países de pequena dimensão mas de alma grande. A Nova Zelândia tem uma ligação forte com a Austrália e com o Reino Unido (nota-se pelos programas da televisão) e o râguebi o cricket e surpreendentemente o nosso futebol, imperam . A última notícia mais alarmante, além do possível tsunami e o terramoto nas ilhas Salomão, foi o ataque fatal de um tubarão branco a norte de Auckland (já não ocorria assim desde 1976). Logicamente que quando dei o meu último mergulho, após o jogo de futebol das Terças-feiras ao almoço com a equipa do instituto, não nadei para muito longe. E subir a “montanha” todos os dias de bicicleta foi o meu ir às colónias de pinguins... - Lição número 3. O desafio pessoal existe sempre. Além da ciência, do muito trabalho e de conhecer um novo país, é importante evidenciar os desafios pessoais destas “expedições”. Estar longe mais 2 meses da nossa família, dos nossos amigos e das pessoas que nos são queridas é sempre duro. As longas horas no laboratório, ou no campo, fazem-nos estar super focados no trabalho e sempre atarefados. A equipa que me recebeu foi sempre muito profissional e facilitou ao máximo o meu trabalho. Quanto as coisas correm bem, tudo parece mais fácil...e percebe-se quando estamos perante uma boa equipa. Tudo é aparentemente fácil. Só depende de ti para teres bons resultados. E isso é fantástico. A paciência de todos dos que nos são queridos é surpreendente... e como estou agradecido a todos vocês por isso. São 12 ou 13 horas de diferença. Engraçado ouvir o futebol às 9 ou 10 da manhã, receber telefonemas no meio da noite, ou abrir a minha caixa do correio electrónico e ter 40-50 emails como eu tivesse estado parado no tempo (na verdade são os emails dos colegas que trabalham na Europa)...e vale a pena todo este trabalho? Espero que sim.... Felizmente o tempo voa... Flying Os comentários estão fechados.
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Julho 2013
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