El día 27 de enero cruzamos el glaciar Rotch, que en su extremo SW separa Punta Elefante de Byers, donde se centrará la segunda parte de la campaña de investigación. Nos acompañó en el cruce Ricardo Leizer, alpinista responsable del campamento de Punta Elefante, y también Mike, uno de los arqueólogos de grupo brasileño, para acompañar a Ricardo en el regreso hacia el campamento.
Pese a la impagable ayuda de Ricardo y Mike, el cruce del glaciar fue muy exigente desde el punto de vista físico, pues había que transportar todas nuestras pertenencias personales y el material de trabajo. Además, fue necesario que todos estuviéramos encordados para minimizar una posible caída en alguna grieta del glaciar. Afortunadamente éste presentaba muy buenas condiciones, sin grietas salvo en los frentes que descienden hacia la costa. El tramo final fue especialmente duro, pues la nieve superficial estaba muy blanda y nos hundíamos continuamente. Tras tres agotadoras horas de travesía sobre hielo y nieve y muchos kilos a cuestas, por fin estábamos pisando tierra firme de la Península Byers. Después de despedirnos de Ricardo y Mike y recuperar fuerzas, nuestra mente ya estaba centrada en los nuevos objetivos científicos que debíamos desarrollar en Byers. Un fuerte abrazo para nuestros amigos brasileños de Punta Elefante y… bom trabalho! Jesus Ruíz Preparava-se uma grande festa para dia 26 de Janeiro para recepção dos vizinhos espanhóis da base Juan Carlos I – para despedida de 7 membros da equipa búlgara que partiriam no dia seguinte. Devido a mau tempo que entretanto se instalou julgámos que se daria por cancelada a visita dos nossos vizinhos mas estes aproveitaram uma pequena aberta ao meio da tarde para vir ao nosso encontro. Estes momentos de reunião, que se seguem a uma grande azáfama de todos na preparação, são sempre uma alegria, e funcionam também como um prolongamento do convívio passado por muitos de nós durante 7 dias e meio a bordo do navio Aquiles. Os colegas de trabalho espanhóis (Miguel Angel de Pablo e Juan Blanco) trouxeram-nos o DGPS que estava com a equipa PERMANTAR-3 que está a trabalhar na ilha Deception (Gonçalo Prates e Gabriel Goyanes).
Dia 27, o dia da despedida de 7 companheiros búlgaros – Christo Pimpirev, Coco, Nicolay Tzenkov, Stoian Anadoliev, Yakup, George Toshev e Rumen Vasilev – recebemos a visita de cerca de 80 turistas que seguiam a bordo do navio e foi necessária a colaboração de todos para formar pequenos grupos que seriam conduzidos rotativamente a visitar os principais locais da base, incluindo a nova igreja ortodoxa – nestes momentos, carimbar o passaporte com a estampa da base Búgara de St. Kliment Ohridski é imperativo para qualquer visitante, e nós também não nos podemos esquecer de carimbar os nossos! Após 6 dias a bordo do navio da armada chilena AP-41 “Aquiles”, pudémos finalmente desembarcar na ilha Deception e instalar-nos na Base Espanhola “Gabriel de Castilla”. Dia 21 de Janeiro seria o nosso primeiro dia de trabalho. Com urgência havia que medir as posições relativas de conjuntos de estacas em 3 locais distintos para comparar com aquelas medidas em campanhas anteriores. O par de receptores de sinais GNSS (Global Navigation Satelite Systems) que iriamos utilizar tinha que viajar até à ilha Livingston dentro de 3 a 4 dias num transito já previsto, para ser utilizado pelos investigadores do projecto instalados na Base Bulgara “St. Kliment Ohridski”.
Adicionalmente teríamos que começar a instalar as novas perfurações. Dia 26 concluímos a primeira perfuração e instalação de sensores térmicos. A perfuradora tem tido alguns problemas devido ao desgaste de outras campanhas. Temos tido ajuda imprescindivel dos especialistas em motores que cuidam das instalações e veiculos da base. Apesar de termos ocupando grande parte do tempo com as várias tentativas de concluir a perfuração e das condições meteorológicas bastante duras nestes primeiros dias, vamos cumprindo os objectivos previstos nesta campanha. Gonçalo Prates Depois de três dias para a organização do acampamento, as actividades de campo avançam.
O Jesús e o Marc aproveitam o seu local de trabalho na península Elefante, a apenas 3 km da península Byers, para descobrir a geomorfologia nesta parte da ilha Livingston que ainda não foi estudada. Ponta Elefante é uma pequena península de apenas de ~2 km2 livres de gelo. O domo glaciar Rotch limita a área sem gelo do norte da península e o mar forma três baías no margem sul de Elefante. Na área livre de gelo os processos periglaciários são muito activos e o permafrost e quase continuo até o nível do mar. As evidências da actividade periglaciária incluem solos estriados, debris flows, lóbulos de solifluxão, mudflows, etc. Na península há uma sequência de cinco níveis de praias levantadas. Os terraços marinhas mais elevados são aproveitados pelos elefantes marinhos para fazer as suas colonias. Nos terraços mais recentes há colonias de pinguins. Para amanha está prevista a primeira travessia do glaciar em direcção a Byers. Marc Oliva i Franganillo, Univ Lisboa e Jesus Ruiz, Univ. Oviedo No dia 23 foi o nosso primeiro dia de trabalho de campo; Subimos até aos nossos locais de monitorização e verificou-se que apesar de nos encontrarmos no Verão Austral, a neve ainda permanecia no solo com elevada espessura e área. Foi para mim extremamente interessante voltar após 4 anos de ausência à Península de Hurd e encontrar estas diferentes condições da cobertura nival. Recolhemos todos os sensores que temos instalados em 3 locais distintos, em gradiente altitudinal, onde são monitorizadas as temperaturas do solo, do ar e da neve. Todos os sensores efectuaram medições durante todo o ano, sem problemas o que é bastante positivo.
No dia seguinte, fomos fazer perfis de neve entre o Kurum e a Base Búlgara, com a ajuda do Andy e da Aga, para calibrar e validar as imagens TerraSar. O perfil consiste em identificar diferentes tipos de neve até cerca de 1 metro de espessura medindo a densidade da neve de cada camada assim como o tamanho e forma dos grãos de neve. A análise das imagens permite estudar as características da cobertura nival, trabalho desenvolvido pela investigadora Carla Mora no âmbito do projecto Permantar-3, sendo de extrema importância para compreender a dinâmica térmica do solo em ambiente periglaciar. Neste dia as condições meteorológicas não eram as mais adequadas, o vento forte e a precipitação de neve foram constantes durante todo o tempo em que realizámos o perfil, tendo-se intensificado no final. Desta forma, à tarde já não conseguímos sair da base e por isso dedicamo-nos a continuar o trabalho de leitura e reprogramação dos sensores. Alice Pena Ferreira Chegámos finalmente ao nosso destino, dia 22 de Janeiro de 2014, por voltadas 11 horas locais (14h em Portugal). Levamos 4 dias de atraso em relação aos planos iniciais, o que nos fez perder já um primeiro trabalho de amostragem de perfil de neve agendado para o dia 19.
Dia 21 Janeiro, verificou-se uma ligeira alteração nas condições meteorológicas, com um aumento significativo da velocidade do vento, que segundo informação do navio, chegou a atingir os 35 nós, atrasando o desembarque na ilha Deception e consequentemente o desembarque na maravilhosa praia da base Búlgara de St. Kliment Ohridki, onde vamos ficar alojados até ao fim da campanha (por volta de 22 Fevereiro). Somos no total 19 pessoas: 4 do projeto Permantar-3 (Alice Ferreira, Ana Salomé, Andrew Hodson e Aga Nowak); o chefe de base (Jordan); o gestor do Instituto Polar Búlgaro (Christo Pimpirev); o cozinheiro de serviço Nicola Petcov (Coco); os médicos (Martin Lyubomirov e Nicolay Tzenkov); o operador de zodiac (Roman Vasilev); o mestre de obras e professor de natação na Bulgária (Nicolai Chaluvov); o especialista em alpinismo e geólogo (Kamen Bonev); o especialista em mecânica e electricidade (Stanco Stanimir Modev); o operador de skydoo e mecânico (Konstantine Nedev - Cotse); o filologista (Stoian Anadoliev) e presidente do Centro Cultural Kardjali; o engenheiro geólogo turco (Yakupdo) do departamento de geologia da Universidade de Istambul, que desenvolve trabalhos de recolha de sedimentos glaciários e fluvioglaciários para medições de química de contaminantes através de técnicas xrd e xrf; os 2 elementos da reportagem da bTV, que estão a fazer um documentário (espécie de reality show) com 11 episódios que iniciará a transmissão a 2 de Março de 2014, sob o título UNKNOWNS; e uma pintora (Ganka Pavlova), que está a preparar a decoração interior da nova igreja ortodoxa na Antártida. Instalada na base da vertente norte da Baía Sul, a este de Punta Hespérides, Península de Hurd, Ilha Livington, a base Búlgara de St. Kliment Ohridki é composta por 3 módulos principais em madeira: próximo da praia e de cor avermelhada, está o módulo de sobrevivencia, onde se concentram a cozinha, sala de jantar, espaço de comunicação e alguns dormitórios; mais acima, de cor branca e em forma triangular, está o modulo baptizado de “Casa España”, onde dormimos as 3 meninas no 1.º piso e em baixo concentramos o nosso laboratório de trabalho, ao qual se junta o Andy (diminutivo de Andrew), que dorme num quarto do 3º e último modulo o qual tem também uma forma triangular e concentra a Oficina, o posto médico e mais dormitórios. Há ainda um 4º módulo que se encontra soterrado na neve, que constitui a antiga base, também de madeira, e que faz as delicias da nossa imaginação, quer pela disposição dos pequenos espaços, quer pela quantidade e variedade de objetos, alguns dos quais já antigos. A igreja ortodoxa, encontra-se um pouco mais acima, e foi construída durante a campanha Antártica de 2011-12, tendo na altura recebido a colaboração dos investigadores portugueses José Xavier, João Agrela, José Seco, António Correia e João Rocha. Ana Salomé David Nosso trabalho aqui está terminado. Vários dias com baixo nevoeiro espesso e chuva que molhava o chão nos tiveram bloqueados na base, mas fomos capazes de ir para o campo vezes suficientes para obter todas as medidas que precisávamos. A maioria do nosso trabalho foi feita na área mais distante da península Barton, onde a biodiversidade é maior. Isso exigiu longas caminhadas, mas também nos permitiu desfrutar das belas vistas sobre Potter Cove, e o avistamento de muitas baleias a passar pela costa sul. Finalmente a nossa estadia no Barton terminou, e tivemos que dizer adeus (ou até mais ver) aos nossos amigos coreanos da King Sejong, que tão bem nos trataram em sua magnífica base todos estes dias. A travessia de Fildes foi um pouco complicada, devido à quantidade de gelo à deriva na baía, mas se passou sem qualquer problema.
Julio Martín e Maria Calviño, Universidade de Vigo A travessia do Drake foi tranquila, com bom tempo e muito pouca ondulação. Contudo, a inquietação começa já a notar-se em muitos de nós - por enquanto não há muito para fazer além de comer, dormir, tirar fotos, conversar e tentar ler qualquer coisa sem enjoar (apesar do pouco balançamento sentido a bordo do Navio Aquiles da armada Chilena). Conhecer novas pessoas, seus projetos e experiências, é o que mais me tem entretido.
Estão aqui presentes várias nacionalidades - chilenos, portugueses, espanhóis, polacos, ingleses, búlgaros, peruanos, argentinos e alemães (não sei se me escapa alguma mais) - uns ligados à investigação, outros à logística e manutenção das bases, turistas (entre os quais duas meninas chilenas que ganharam uma viagem à Antártida no âmbito de um concurso de pintura), ... Chegámos a Fildes dia 18 ás 7h30 da manhã (em Portugal 10h30), e desde cedo que se apressam as manobras de descarga de contentores com equipamento e víveres, para depois se dar lugar ao desembarque e embarque de passageiros, para as bases Chilena e Polaca. Finalmente, se houver tempo e disponibilidade, talvez consigamos desembarcar para uma rápida visita. Ao nosso lado permanece um navio, que julgo ser turístico, de seu nome "Ocean Nova", e um veleiro lindíssimo, de casco preto, "Vivid", com uma bandeira muito inquietante para todos nós pois não conseguimos perceber se era inglês ou se de outra nacionalidade (em breve saberemos pois estão a preparar-se para nos visitar) Ana Salomé David, equipa PERMANTAR-3 Às 13h do dia 14 de Janeiro de 2013, enquanto entregávamos os passaportes para timbrar a saída do Chile, a qual supostamente estava agendada para dia 15 ao início da tarde, recebemos a informação de que embarcaríamos nesse mesmo dia às 21h30 para passar já a primeira noite no navio Chileno Aquiles, o qual acabaria por zarpar por volta das 5:30h da manhã de dia 15 de Janeiro do porto Mule Mardones. Ponto de encontro no hotel Diego de Almagro às 21h00 já com tudo pronto.
Integrados no Programa Polar Português estávamos no total 8 pessoas em Punta Arenas, Chile: – duas do projeto Holoantar (Marc Oliva e Jesus Fernandez), os quais deveriam já ter saído de Punta Arenas no dia 12, mas por razões climáticas que causaram o atraso/cancelamento de alguns voos, esperam ainda por uma janela temporal que lhes permita ingressar na Antártida. O tempos começa a encurtar e a preocupação destes dois investigadores é já bastante grande pois há risco de comprometer toda a sua campanha; – Seis pessoas do projeto Permantar-3, Alice Pena, Aga Nowak, Andrew Hodson e Ana Salomé, que irão para a ilha Livingston com alojamento na Base Búlgara de St. Kliment Ohridski, e Gabriel Goyanes e Gonçalo Prates, que irão para a a Ilha Deception instalados na base espanhola Cabriel de Castilla. Estamos agora a percorrer o canal Beagle e a próxima parágem será em Puerto Williams, uma pequena vila chilena na ilha Navarino, Tierra del Fuego. Estamos sem qualquer comunicação mas para já a impressionante paisagem permite-nos uns bons momentos de entretenimento a tirar fotos e estabelecer os primeiros contactos com outros investigadores e tripulação do navio. Adicionalmente estamos também bastante cansados com toda esta azáfama o que nos obriga a algumas horas de sono adicionais. Ana Salomé David Os investigadores que participam na campanha dos projetos HOLOANTAR e PERMANTAR-3, ambos coordenados pelo CEG/IGOT - Universidade de Lisboa, encontram-se a caminho da Antártida. O projeto HOLOANTAR tem como objetivo principal reconstituir as condições ambientais nas Shetlands do Sul nos últimos 7-8 mil anos, ao passo que o PERMANTAR-3, tem como objetivo compreender a influência das alterações climáticas no permafrost do ocidente da Península Antártica. O HOLOANTAR desenvolverá as atividades na Península de Byers (ilha Livingston), enquanto no PERMANTAR-3, haverá duas equipas de campo, uma na Península Hurd (ilha Livingston) e outra na ilha Deception. A campanha destes projetos decorrerá até ao início de Fevereiro no caso do HOLOANTAR e até meados de Fevereiro no caso do PERMANTAR-3.
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