Gutten morgen!!! Os crustáceos têm um papel importante na cadeia alimentar do Oceano Antártico. Existem várias centenas de espécies de crustáceos no Oceano Antártico. Só em camarões (família Euphausiacea), possui 85 espécies nesta região. Destas, o camarão do Antártico Euphausia superba, conhecido por krill, é o elemento chave da cadeia alimentar. Isso deve-se a haver muitos seus predadores a depender direta- ou indiretamente do krill. No Oceano Antártico, desde peixes, lulas, albatrozes, petréis, baleias, focas e até pinguins, muitas espécies de predadores adoram o krill. Então o que acontece se faltar o krill? Bem, estudos recentes revelaram que o krill na Península Antártica tem estado em declínio há cerca de 40 anos. Daí ser previsível que alguns predadores que se alimentam de krill poderão vir a ser afetados no futuro. No que estou a trabalhar agora, a identificação correta do krill na dieta de predadores como pinguins, focas e albatrozes é fundamental para avaliar criticamente do que está a acontecer no Oceano Antártico. Das 85 espécies de camarões no Oceano Antártico, 5 delas são particularmente abundantes e importantes na dieta de predadores: o krill já mencionado acima, o Euphausia crystallorophias, Euphausia frígida, Euphausia triacantha e Euphausia vallentini. Todas estás espécies estão distribuídas no Oceano Antártico mas é interessante notar as diferenças nos seus habitats. Por exemplo, E. crystallorophias é uma espécie que vive junto ao continente, com águas a 0 graus Célcius (incluindo debaixo do gelo marinho) e a baixa profundidade, enquanto E. frígida vive em águas acima dos 0 graus Célcius e nunca foi encontrada debaixo do gelo marinho. Euphausia triacantha não se encontra em cardumes, é conhecida pro fazer migrações verticais mas é rara nas dietas de baleias. Por fim, Euphausia vallentini distribui-se em águas mais quentes a norte (2-10 graus Célcius), forma cardumes e encontra-se na dieta de vários predadores, incluindo os pinguins gentoo, albatrozes de cabeça cinzenta e peixes. Engraçado notar como cada espécie tem uma maior abundância numa região diferente. Mais, cada espécie possui caraterísticas físicas (os cientistas dizem morfologia) diferente. O krill chega a tamanhos maiores do que qualquer outra espécie de camarão... tudo isto conta para identificar cada espécie na dieta dos seus predadores e daí o valor do trabalho que se está a realizar agora... Gutten morgen! Os comentários estão fechados.
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