24 de Fev, Meseta Norte, Ilha de King George Já lá vão 4 dias de trabalho de campo. Kms não faço ideia, mas foram muitos! Sei que ontem estivemos na meseta 9 horas. É um pouco louco mas quando as condições climatéricas estão agradáveis há que aproveitar. Tivemos uma manhã solarenga e sem vento o que é raro por estas bandas. Depois dos primeiros kms o calor já se fazia sentir e o casaco de penas teve de saltar para a mochila. Foi apenas por duas horas mas é um feito a registar. Infelizmente na maioria dos dias não é assim e já fomos brindados com muito vento (hoje de manhã apanhamos vento na ordem dos 75 km/h) chuva e neve. A conjugação do vento com a neve é agreste. Quando estas nevasças tocadas pelo vento nos atingem a face parecem agulhas. Fez-me lembrar a areia da praia da Claridade na figueira da Foz quando levanta devido ao vento e nos pica a pele. Fazer cartografia geológica nestas condições não é fácil e o nosso espírito de aventura tem de estar ao rubro para que seja possível fazer o trabalho necessário. Posso dizer que cada vez tenho mais respeito pelos grandes exploradores polares da história que enfrentavam estas intempéries sem qualquer recurso à tecnologia que hoje se usa, por exemplo no vestuário. Qual goretex? Tinham umas camisolas de lã e umas peles e era só! Homens com H maiúsculos e uma grande dose de loucura... O relevo da área não facilita e o caminho até lá também não. Não se consegue ir de jipe pois está um lamaçal que origina fossos por onde os rodados não conseguem passar. Há que andar mais de 3km antes de conseguir chegar à área em estudo. Dificuldades à parte as paisagens são fabulosas e o silêncio também! Patrícia Azinhaga e Pedro Ferreira Os comentários estão fechados.
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