O calendário aqui não manda quase nada, isso cabe a outro tempo. Não há voos ainda, não houve ainda lugar para o tempo o permitir. Chuva e muito vento, céu bem nebulado e nevoeiro baixo. Tudo isto se consegue num sopro numa única tarde. Pelo menos não tem nevado e a cobertura branca tem começado a desaparecer com os pingos de chuva e a temperatura ligeiramente positiva.
Mas nem por isso os dias aqui deixam de ser bem preenchidos. Temos andado a reprocessar todas as imagens da campanha do passado. Apesar de estarmos no laboratório na base, o andar aplica-se mesmo literalmente, pois sempre que necessário vamos ao campo verificar determinados ‘objectos’ e a sua posição geográfica para validar o resultado do processamento das imagens que estamos a fazer. Podermos fazer isso numa região de difícil acesso como é a Antártida é uma vantagem enorme para a qualidade do nosso trabalho. Hoje tivemos aqui em King Sejong a visita do João Canário e do Eduardo Amaro que vieram do lado de lá de Fildes com París Lavín e outros chilenos da base de Escudero para uma muito proveitosa reunião de trabalho com os coreanos para preparar futuras colaborações e campanhas antárticas entre os programas polares de todos estes países. A visita teve de ser mais curta do que o previsto pois a rápida alteração das condições de navegabilidade do mar estava a pôr em risco o regresso deste grupo a Fildes. Depois, eu e o Lourenço acabámos por gravar entrevistas para um projecto do INACH liderado por um antropólogo que está a avaliar a forma como as poucas pessoas que regularmente têm acesso à Antártida se relacionam com esta região inóspita e de difícil e restringido acesso, mas também como perspectivam o seu relacionamento e o modo de acesso para as próximas décadas. Pedro Pina, base de King Sejong Os comentários estão fechados.
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