Chegámos finalmente ao nosso destino, dia 22 de Janeiro de 2014, por voltadas 11 horas locais (14h em Portugal). Levamos 4 dias de atraso em relação aos planos iniciais, o que nos fez perder já um primeiro trabalho de amostragem de perfil de neve agendado para o dia 19.
Dia 21 Janeiro, verificou-se uma ligeira alteração nas condições meteorológicas, com um aumento significativo da velocidade do vento, que segundo informação do navio, chegou a atingir os 35 nós, atrasando o desembarque na ilha Deception e consequentemente o desembarque na maravilhosa praia da base Búlgara de St. Kliment Ohridki, onde vamos ficar alojados até ao fim da campanha (por volta de 22 Fevereiro). Somos no total 19 pessoas: 4 do projeto Permantar-3 (Alice Ferreira, Ana Salomé, Andrew Hodson e Aga Nowak); o chefe de base (Jordan); o gestor do Instituto Polar Búlgaro (Christo Pimpirev); o cozinheiro de serviço Nicola Petcov (Coco); os médicos (Martin Lyubomirov e Nicolay Tzenkov); o operador de zodiac (Roman Vasilev); o mestre de obras e professor de natação na Bulgária (Nicolai Chaluvov); o especialista em alpinismo e geólogo (Kamen Bonev); o especialista em mecânica e electricidade (Stanco Stanimir Modev); o operador de skydoo e mecânico (Konstantine Nedev - Cotse); o filologista (Stoian Anadoliev) e presidente do Centro Cultural Kardjali; o engenheiro geólogo turco (Yakupdo) do departamento de geologia da Universidade de Istambul, que desenvolve trabalhos de recolha de sedimentos glaciários e fluvioglaciários para medições de química de contaminantes através de técnicas xrd e xrf; os 2 elementos da reportagem da bTV, que estão a fazer um documentário (espécie de reality show) com 11 episódios que iniciará a transmissão a 2 de Março de 2014, sob o título UNKNOWNS; e uma pintora (Ganka Pavlova), que está a preparar a decoração interior da nova igreja ortodoxa na Antártida. Instalada na base da vertente norte da Baía Sul, a este de Punta Hespérides, Península de Hurd, Ilha Livington, a base Búlgara de St. Kliment Ohridki é composta por 3 módulos principais em madeira: próximo da praia e de cor avermelhada, está o módulo de sobrevivencia, onde se concentram a cozinha, sala de jantar, espaço de comunicação e alguns dormitórios; mais acima, de cor branca e em forma triangular, está o modulo baptizado de “Casa España”, onde dormimos as 3 meninas no 1.º piso e em baixo concentramos o nosso laboratório de trabalho, ao qual se junta o Andy (diminutivo de Andrew), que dorme num quarto do 3º e último modulo o qual tem também uma forma triangular e concentra a Oficina, o posto médico e mais dormitórios. Há ainda um 4º módulo que se encontra soterrado na neve, que constitui a antiga base, também de madeira, e que faz as delicias da nossa imaginação, quer pela disposição dos pequenos espaços, quer pela quantidade e variedade de objetos, alguns dos quais já antigos. A igreja ortodoxa, encontra-se um pouco mais acima, e foi construída durante a campanha Antártica de 2011-12, tendo na altura recebido a colaboração dos investigadores portugueses José Xavier, João Agrela, José Seco, António Correia e João Rocha. Ana Salomé David Os comentários estão fechados.
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