POLAR LODGE: Chegamos enfim à Antartida

Não há como ficar indiferente à ideia de ir para a Antártida. Embarcar rumo ao continente branco é rumar ao desconhecido, ao inesperado, ao misterioso. Se trata da última fronteira terrestre a ser conhecida. A história da Antártida é antiga. Iniciada com navegadores ousados e destemidos, como Fernão de Magalhães, que por ali navegaram, foi só no início do século vinte que o Pólo Sul foi de fato conquistado pelo norueguês Amundsen, para decepção e desespero de Scott que ali chegou com quase um mês de atraso. Foi apenas na segunda metade do século vinte que as bases de alguns países começaram a surgir. Essa falta de contato, de “civilização ”, torna tudo mais insólito, inusitado e ao mesmo tempo mais saboroso.

Já no voo, os primeiros sinais de gigantismo branco indicam que este cenário é único. Icebergs flutuando despreocupados e inconsequentes, picos esguios, brancos e fortes, lançados para fora da água como garfos ao vento. A ansiedade acumula-se com a expectativa do que pode estar por vir.

E não demora para o coração acordar. O pouso do avião já é por si só uma experiência incrível. O avião mergulha rapidamente em direção ao vasto oceano gélido. A adrenalina salta aos olhos. Quando parece que vamos atravessar a água como um albatroz atrás de sua presa, eis que se ergue do inesperado e de maneira muito bem-vinda o escuro solo rochoso. 

Chegamos enfim à Antartida.

Gustavo Cantuária (Univ. Brasília), 21 Janeiro 2015, Ilha Antártica de King George

Equipas POLAR LODGE e COSMOANTAR à cegada ao aeródromo de Fildes, na Ilha Antártica de King George.