Lourenço Bandeira
Península Hurd, ilha de Livingston, Base St. Kliment Ohridski Dia 26 acordámos para um dia de pouco vento e por isso corremos para o campo na expectativa de captar imagens com o drone da área de estudo “Papagal”, onde ano após ano temos efectuado medições. Aproveitámos para levar connosco os sensores que tínhamos recolhido dias antes, para os voltar a colocar a registar temperaturas a diferentes altitudes e profundidades. O trabalho decorreu bem, mas o vento começou a acelerar e quando estávamos finalmente prontos para voar, o vento já estava forte demais, e tivemos que cancelar o voo. Contudo, conseguimos instalar diversos tipos de sensores da temperatura em quatro postes e duas perfurações antes de regressarmos para a base, gelados, para uma sopa quente de lentilhas. A parte da tarde foi passada com os nossos colegas à espera da chegada do Hesperides, que levaria 9 dos 22 elementos da base Búlgara. À hora marcada chegou um bote de borracha e toda a gente apressou-se a carregar as bagagens e a descer até à praia rochosa e gelada. O pequeno barco teve que fazer três viagens para concluir o embarque de todos, e as despedidas alargaram-se por horas. Sentia-se a mistura de sentimentos nas pessoas que iam partir, entre a alegria de regressar às suas famílias e amigos, e a pena de largar esta experiência. A certa altura a neve começou a cair, lentamente a princípio, e apesar do frio, ninguém mexeu um músculo até todos terem partido. Ontem (dia 27) esteve um dia espectacular: praticamente sem vento, céu azul com nuvens muito altas e rápidas, e um Sol quente. Montámos a base do D-GPS no topo de um monte perto da base onde conhecemos as coordenadas com precisão, e a Ana começou a registar as coordenadas cartesianas de pontos marcados com o objectivo de monitorizar o movimento do solo e georeferenciar as imagens captadas com o drone. Ao mesmo tempo, eu realizei três voos a cerca de 100 metros de altitude das mesmas zonas, e as imagens que resultaram ficaram magníficas. Para conseguirmos ir carregando as baterias do drone à medida que estas se iam gastando, levámos connosco um pequeno gerador de campo. Foi um dia em cheio, e só regressámos à base ao pôr-do-sol. Hoje o dia não esteve nada agradável: muito vento, frio e totalmente encoberto. No entanto, com tantos dados recolhidos no dia anterior, tínhamos muito trabalho para fazer no laboratório. Além do mais, fomos convidados a realizar uma apresentação do nosso trabalho para os restantes cientistas da base, pelo que aproveitámos para a preparar durante a tarde. Os comentários estão fechados.
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