Pedro Guerreiro e Bruno Louro Na terça feira iniciámos a montagem dos tanques. Levamos algum atraso e é necessário apressar o passo. As 12 caixas de arrumação, com cerca de 150 litros cada, que adquirimos em Punta Arenas serão os nossos seis tanques, com circulação em circuito fechado assegurada por uma bomba que eleva a água da caixa inferior para a superior que depois cai por gravidade o que ajuda a oxigenar a água, bastante saturada em O2 nestas temperaturas. Os termostatos que nos construiu o Dr. Joâo Reis (muito obrigado João) medem a temperatura e põem em marcha as resistências que serão utilizadas para aquecer a água, enquanto que nos tanques controlo a temperatura baixa é mantida pela passagem numa serpentina colocada dentro de água e gelo. Sem acesso a uma câmara refrigerada a 4°C, que se avariou antes da nossa chegada, é preciso mais alguma imaginação para ter tudo a funcionar. Nessa mesma tarde o Zodiac está na água e parece boa oportunidade para pescar. No entanto os sistemas ainda não estão cheios de água. Assim, enquanto o Bruno e um grande contingente chinês vão à pesca, eu fico a fazer exercício braçal para encher a balde, desde o cais, quatro tanques a tempo de receber os peixes. Felizmente no dia seguinte pudemos calmamente montar a bomba e renovar a água nos tanques passa a ser uma tarefa bem menos complicada. Indo directamente ao local definido, em cerca de uma hora 25 peixes são capturados e há que ser expeditos a trazê-los para terra e colocados nos tanques. A bordo são mantidos em dois contentores com renovação de água para manter a temperatura baixa e o oxigénio alto mas apenas é suficiente para um certo número de animais. No contentor tudo a postos para os receber e a mortalidade é zero. Na tarde do dia seguinte há nova sessão de pesca. De manhã alguns membros da base visitaram a base coreana de King Sejong e voltaram perto da hora do almoço. O processo de colocar os barcos na água é aqui bem mais complicado que aquele que conhecíamos na estação polaca de Arctowski. Aqui, apesar da praia de fácil acesso e dos reboques, os Zodiacs são levantados por uma escavadora que os transporta para dentro de água, o que mobiliza mais meios humanos e maquinaria e por isso de cada vez que os barcos estão na água há que aproveitar. Desta vez ambos vamos a bordo, mas a maioria da pesca fica a cargo dos chineses, que o fazem com grande entusiasmo, excessivo até. Aparentemente encontraram um novo hobby, o que nos serve perfeitamente. Quase libertos dessa função podemos controlar se os animais vêm em bom estado, retirando cuidadosamente os anzóis, mantendo a qualidade da água e definindo o número de animais a pescar. Outros 25 peixes, que são distribuídos pelos seis tanques e estamos prontos para iniciar o período de aclimatação às condições de cativeiro.
No fim do dia todos querem visitar o contentor e ver os peixes... um sucesso diplomático! Os comentários estão fechados.
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