Pedro Guerreiro e Bruno Louro Hoje foi o aniversário do Bruno! Após um dia de monitorização e manutenção nos nossos tanques decidimos caminhar um pouco pelo sul da península de Fildes, a região mais meridional da Ilha do Rei Jorge, e aquela que não está coberta por glaciares. Mesmo assim o terreno é acidentado e ao deixarmos Great Wall para trás é sempre a subir pelo solo pouco firme ou pelos afloramentos rochosos que mantêm firmes as encostas, ou pela neve fofa nuns locais que passa a gelo e depois a zonas alagadiças onde é possível ficarmos “atascados quase até ao joelho”... Foi por esta zona que o Pedro Ferreira e o João Mata andaram a fazer o seu último corte geológico desta campanha. Mas vale a pena a caminhada. Os declives acentuados das vertentes e os pequenos vales entre colinas formam pequenos ribeiros e lagos, rodeados de musgos, e dos pontos mais altos as vistas são impressionantes. Chegando ao extremo sul podemos avistar a Ilha Nelson, separada desta por um pequeno estreito e quase toda ela coberta pelo glaciar do mesmo nome. Caminhando de volta ao interior, mais do mesmo tipo de terreno... um longo e largo vale conduz-nos agora ao oeste da ilha, para a costa que fica para o lado da Passagem de Drake, o trecho do Oceano que separa a Antarctida da América do Sul, e onde convergem os Oceanos Atlântico, Pacífico e Antarctico. Ao aproximarmo-nos da costa as pequenas colinas rochosas cobertas de musgos e líquenes são o território das skuas, umas grandes aves aparentadas com as gaivotas, e elas defendem-no atacando os invasores com voos picados. Tentamos sempre passar o mais longe possível dos locais de nidificação para não perturbar a vida selvagem, mas por vezes é inevitável não ser ameaçado pelos locais. Da costa vêm-se vários icebergs que pontilham o oceano como pequenas ilhotas em direção ao Drake. Mais perto, uma praia verdejante e nela, o que viemos ver – um grupo de elefantes-marinhos. Guardamos a distância mas o tempo começa a fechar e não conseguimos apreciar melhor estes enormes pinípedes... são todos fêmeas ou machos juvenis... impressionantes mas ainda longe das três toneladas e meia que pode atingir um macho adulto. São quase 18 horas e temos de voltar para o jantar e para a celebração do aniversário! Há prendas – uma T-shirt CHINARE e um envelope comemorativo dos 30 anos da base, já com selo – um item de colecionador. Não há bolo mas há uma bela tijela de noodles com ovos, e há tempo... toca a comer isso até ao fim com pauzinhos!
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