Pedro Guerreiro e Bruno Louro Artigas é uma base de poucos edifícios numa grande área descoberta. Percebe-se que tem alguns anos e menos investimento que as restantes. No entanto, apesar de modesta, parece muito bem organizada, e o principal edifico de habitação tem uma pintura curiosa, com as cores do país. Ao entrarmos no ”comedor”, o edifício que é ao mesmo tempo cozinha, sala de refeições, sala de estar, sala de jogos e bar somos espetacularmente bem recebidos. A sala é relativamente ampla, mas o revestimento de madeira cria um ambiente acolhedor. À mesa... Prato! Talheres! Depois de duas semanas a comer de pauzinhos numa tijela foi um bom exercício. Carne com legumes, sopa e sobresema, e sumo de laranja recem-espremido- um luxo por estas paragens! Depois, dois dedos de conversa com o mais velho membro da expedição, que está na sua 32ª época seguida!!!! Perto de Artigas vamos até junto do Glaciar Collins. Ao invés do que acontece na Baía do Almirantado aqui em Fildes não há propriamente glaciares e é uma rara oportunidade vir até aqui e ver estas grandes paredes de gelo a debruçarem-se sobre o mar. Um grupo de pinguins de barbicha descansa sobre o galciar. Quando nos veem ficam em alerta e começam a movimentar-se. Curiosamente parecem ser comandados por um pinguim papua, um pouco maior, já que o seguem para todo o lado. O tempo urge e há que voltar. Até Great Wall são pelo menos uma hora e três quartos a caminhar. O tempo começa a fechar e ainda queremos parar em Escudero para visitar a base e tentar encontrar o Pedro Ferreira e o João Mata, que iam fazer um corte no Sul mas deveriam estar por volta a meio da tarde. De caminho paramos na igreja ortodoxa russa e espreitamos. Lá dentro vários ícones num painel dourado. Muito interessante algo assim neste canto do mundo. Juntam-se a nós um inglês, um neo-zelandês e uma francesa, membros da tripulação do Australis, um veleiro que faz cruzeiros para turistas entre Ushuaia e a Peninsula Antartica, e que está hoje fundeado na Baía de Maxwell junto a Fildes. Chegados a Escudero conhecemos Jorge Gallardo, o responsável pela base neste turno, que nos convida a visitar a base. Entretanto chegam o Pedro e o João e sentamo-nos para um café, bolachas e uma amena conversa na sala de estar de Escudero – e uma foto com a bandeira nacional – é sempre óptimo encontrar colegas portugueses e fala-se muito em pouco tempo. Eles partem amanhã e estiveram a fazer as últimas explorações... nós ainda temos um mês por cá. Estamos em Great Wall à hora do jantar... de Fildes aqui gastámos 40 minutos mas ganhámos uma hora... já que passámos a barreira virtual do fuso horário imposto por Pequim. Connosco jantam militares do aeroporto Teniente Marsh, responsáveis pelo controlo do vôo que amanhã levará pelo menos vários chineses, dois tailandeses e dois portugueses.
Depois do jantar... algumas bebidas, blurred karaoke e... enfim... what happens in Antarctica stays in Antarctica! Os comentários estão fechados.
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