Pedro Guerreiro e Bruno Louro Combinámos com o pessoal de Great Wall que na falta de camara frigorífica o melhor seria colocar um contentor de transporte, daqueles utilizados nos navios, mesmo sobre o cais para aí instalarmos os tanques. Assim, com a bomba elevatória e as mangueiras que comprámos em Punta Arenas poderemos obter água do mar à temperatura correcta sempre que for necessário, mantendo os grupos controlo o mais perto possível do meio natural e utilizar os termostatos e resistências para subir a temperatura nos grupos experimentais. No entanto tem sido impossível ter o contentor instalado devido às outras actividades da base, e assim estamos algo atrasados em relação ao que havíamos planeado. Para além das contingências do clima, também os calendários das bases e das várias tarefas de manutenção a realizar no verão podem ser um problema, pois para estas experiências necessitamos de algum apoio, que nem sempre está disponível. E assim, sem tanques, também é irrelevante pescar, apesar dos vários “convites” feitos por alguns membros da equipa da base. Já foi até proposta uma competição de pesca, entre nós, os chineses e os tailandeses. Parece que ao menos há alguma motivação para colocar o barco na água mas a questão do atraso na instalação do espaço começa a ser preocupante. É sexta-feira e a previsão é de ventos fortes até segunda o que pode condicionar a utilização da grua. Aproveitámos o tempo para outras actividades como montar e testar algum equipamento no laboratório, monitorizar os parâmetros ambientais na água, escrever relatórios, ler e preparar estes relatos. No entanto a ligação com a internet não é das melhores, sobretudo quando o tempo está algo tempestuoso como hoje, e passamos algumas horas a tentar receber ou enviar emails ou encontrar informação online – Google e Facebook são off limits! Por outro lado a base tem cobertura para rede de telemóvel por uma operadora na China… mas o roaming é proibitivo para nós! Apenas emergências sff! Já as raparigas não largam o telemóvel, que ao menos serve de auxílio na tradução. Também tentamos perceber o que fazem os vários cientistas chineses que estão na base. Concentram-se aqui várias áreas de investigação, como meteorologia, geologia, oceanografia e química do oceano, avaliação por satélite dos níveis de clorofila e produção primária, toxicologia de águas e sedimentos, microbiologia, etc. Há também que se dedique à produção de cartografia com fotos de alta resolução com recurso a drones, alguns bastante sofisticados e outros, mais simples, como uns aviões esculpidos em esferovite, cuja dificuldade é manter intactos na aterragem. A interacção à refeição ganhou um novo membro. Para além dos tailandeses também temos à mesa o chefe, mais reservado, e o médico da base, que é muito extrovertido, e passamos o tempo a traduzir entre inglês, chinês, português e espanhol. Uno Quatlo! Vamos a la playa!
Ontem após o jantar, fomos convidados para participar no inicio das actividades desportivas que irão marcar o Ano Novo Chinês no início de Fevereiro. Mais que um evento desportivo, foi uma forma de colocar praticamente todos os elementos da base na mesma sala, um pavilhão com marcas de badmington e cestos de basquetebol, para algum “team building” supervisionado pelo chefe da base. Acabou por ser um “concurso” de lançamentos ao cesto e outro de penáltis (com bola e sem copo) e depois um cada um por si com a bola! Os comentários estão fechados.
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