José Xavier e José Seco Primeiros resultados| First results Uma das grandes diferenças entre o meio marinho e o meio terrestre, é que em terra é relativamente fácil de ver e contar os animais e plantas, enquanto no oceano é bastante mais difícil. Se desconhecemos o que se encontra debaixo de água, o que podemos fazer? Primeiro é preciso saber as caraterísticas da água (se é quente, se é densa, se é muito ou pouco salgada). Para isso faz-se um CTD. Este instrumento é usado para determinar a condutividade (C), temperatura (T) e profundidade (do Inglês Depth; D) do oceano, em que garrafas são fechadas a determinadas profundidades e recolhem amostras de água dessa região. Para o nosso estudo de metais pesados, estamos a usar água onde a quantidade de clorofila (que se encontra dentro das plantas) é maior e aos 500 metros de profundidade, onde os valores de clorofila serão muito baixos. Assim, ao filtrar estas amostras vamos poder saber a quantidade de metais pesados nas amostras, quando há muita ou pouca clorofila. Depois de sabermos as caraterísticas da água, o próximo passo é conhecer que animais marinhos vivem na água. Assim, usamos diferentes tipos de redes para apanhar diferentes tipos de animais. Por exemplo, para apanhar pequenos organismos na coluna de água usa-se MAMOTH. Este instrumento é um conjunto de 9 redes com uma malhagem muito fina (de 300 microns) usada verticalmente. As nossas primeiras redes apanharam maioritariamente larvas de camarão do Antártico, salpas, muito fitoplâncton, e alguns crustáceos (copépodes, anfípodes) em pouca quantidade. Estes organismos foram guardados para futuras análises. Estamos agora exatamente a 60° Sul e 47° Oeste. Várias espécies de predadores de topo alimentam-se nesta região. Diz-nos isto com toda a certeza pois temos colegas nossos nas colonias de algumas espécies (Otárias do Antártico, pinguins gentoos e pinguins de Barbicha) a colocar GPS nos animais. As viagens de alguns pinguins de Barbicha está abaixo. A nossa colegas Claire Waluda está a coordenar um website (www.bas.ac.uk/project/krill-hotspots) e um twitter (@clairewaluda and @BAS_News) da expedição, particularmente relacionado com os predadores. O nosso objetivo é assim comparar o que encontramos no oceano com o que os nossos colegas estão a encontrar na dieta dos predadores. Temos também alguns colegas a bordo de um barco Norueguês que esta a pescar camarão do Antártico nesta região do oceano austral, o que nos ter outro termo de comparação para os nossos resultados.
Com esta intensidade de trabalhos passámos a trabalhar 12 horas seguidas, das 6 da tarde às 6 da manhã, horário da noite. Sim, aqui apesar de estarmos a 60° Sul, há algumas horas de noite (entre as 10 da noite às 3 da manhã). E porquê lançar as redes a estas horas? Porque no período da noite muitos animais vêm das profundezas para se alimentar junto à superfície (< 200 metros de profundidade), o que nos permitirá aumentar as nossas probabilidade de os apanhar nas redes. Estamos a falar particularmente de peixes, lulas e o zooplâncton (como o camarão da Antártida). Assim, com estes pequenos passos estamos a conhecer melhor a biodiversidade Antártica. O nosso próximo objetivo é usar redes maiores para apanharmos organismos marinhos maiores, como peixes e lulas, além do camarão do Antártico em quantidades significativas…estamos ansiosos! Os comentários estão fechados.
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