![]() Já é um lugar comum dizê-lo mas as condições meteorológicas são mesmo a principal condicionante de qualquer trabalho nesta região do planeta. Ontem fomos para o campo, acompanhar um pouco do trabalho dos investigadores portugueses Pedro Ferreira e Patrícia Azinhaga, que estão alojados, como nós, na base chilena de Julio Escudero na ilha do Rei Jorge. Das janelas da base o dia estava lindo. O azul dominava sobre o branco de algumas nuvens. A luz prometia excelentes imagens. Conseguimos até uma boleia num todo-o-terreno - uma "limusine da Antártida" nas palavras do motorista - que, a custo de muitos solavancos e algumas cabeçadas no tejadilho, nos conseguiu levar até uma zona próxima da Meseta Norte, que é a área de estudo dos geólogos Pedro Ferreira do LNEG e Patrícia Azinhaga da Universidade de Coimbra. Tudo parecia correr bem. O vento forte e frio vieram, contudo, dificultar muito o nosso trabalho. Mesmo com a câmara em cima do tripé, com ventos de cerca de 70 Km/h, é difícil que as imagens não tremam. E encontrar um local abrigado para fazer as entrevistas, de forma a que se ouça bem, é um enorme desafio. Carregados com o equipamento de reportagem, o vento quase nos derrubava. Agradeci ao repórter de imagem Filipe Ferreira ter insistido em trazer uma câmara e um tripé mais leves do que aqueles com que trabalhamos habitualmente em Portugal. Aqui cinco quilos a menos - quando se caminha na neve ou em terreno enlameado, irregular e por vezes muito íngreme, durante vários quilómetros - fazem a diferença. Chegamos cansados ao fim do dia, mas conseguimos fazer percursos que com outro equipamento, muito mais pesado, seriam praticamente impossíveis. Os comentários estão fechados.
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