DIÁRIOS DE CAMPANHA PROPOLAR 2017-18 |
Pedro Pina, Base King Sejong, Península Barton, Antártida, 7 de Fevereiro de 2018 Pois é, círculos também há muitos, seu… Vasco Santana! Algo que o drone nos vai ajudando a descobrir voando baixinho. É que todos os que por aqui em Barton pululam, e são mesmo muitos, são bastante variados no seu aspecto. A dimensão média destas formas circulares naturais deverá rondar 1 metro de diâmetro, a dos mais pequenos é da ordem da meia dezena de centímetros, a dos maiores raramente ultrapassa os 2 metros. Formam-se durante dezenas a centenas de anos em zonas relativamente planas ou com declives pouco acentuados, em conjuntos de pequenas unidades (uma dezena, por vezes) ou de várias centenas ou talvez mesmo de milhares de unidades (pode ser que ainda antes da campanha fechar ainda consigamos fazer as contas sobre o maior campo de círculos daqui...). Alguns são muito perfeitos e circulares, outros mais elípticos e por vezes incompletos. Alguns são constituídos por material rochoso mais grosseiro, outros por material mais fino. Alguns estão totalmente ‘limpos’, ou seja, não estão cobertos nem rodeados por vegetação. Outros há em que os líquenes são tantos e tão densos que quase não se vêm as pedras que os constituem. E os que mais gosto são os que estão rodeados por belos tapetes verdes de musgo (suspeito que também é por depois ser mais fácil para qualquer algoritmo delinear o seu contorno na imagem…). Mas há claramente padrões espaciais de localização dos diferentes tipos de círculos aqui na Península de Barton, consoante o tipo de material rochoso, da altitude, da quantidade de água ou de humidade no solo, entre outros factores. Mas isso é o que iremos depois tentar perceber quando regressarmos a casa com as bagagens atafulhadas de novos dados. Mas para já, e depois de voltarmos à base no fim de cada saída, começamos a ‘montar’ os mosaicos de cada local, com mais de 500 imagens em cada um e com cerca de 2 mm de resolução. E não deixo de ficar espantado com os pormenores que conseguimos ver agora e que complementam as imagens captadas durante a campanha de 2016, desenvolvida pelo Gonçalo Vieira e pelo João Branco. Mas tanto umas como outras são muito importantes para os nossos objectivos científicos, as de menor resolução cobrem áreas maiores, as de maior resolução só conseguem cobrir áreas mais pequenas. Mas beneficiamos sempre de cada tipo de imagens, extraindo o melhor de cada um deles!
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