Pedro Almeida, 19 JAN 2019, Ushuaia, Argentina O projecto LATA já chegou a Ushuaia, após as peripécias do costume quando se transporta um gravímetro como bagagem de mão e se resolve carregar o dito no meio do chão no aeroporto de Buenos Aires a altas horas da madrugada... Enfim, a polícia e os outros passageiros vão passando e o gravímetro vai aquecendo. O LATA este ano começou os trabalhos em Ushuaia e que com a ajuda do Gustavo Lezcano (o antártico) do governo fueguino, antártica argentina e das ilhas do atlântico sul que nos acompanhou aos locais de medição dos valores de gravidade absoluta no CADIC e no porto de Ushuaia. Como o projecto PERMANTAR ainda não começou as medições, o Mohammad teve o azar de acompanhar as do LATA, pelo que lhe calhou também ter de carregar com o gravímetro, o Scintrex CG3M. Depois de nos termos tornado na equipa mais famosa do porto de Ushuaia, devido ao constante entra e sai para efectuarmos medições, vamos agora deixar repousar o equipamento até à base Primavera. No entanto o trabalho não abranda, dando uma mãozinha à logística a bordo do BIO Hespérides com o material de diversos projectos PROPOLAR e conseguindo mesmo uma audiência protocolar com o comandante para apresentarmos o apreço pelo apoio da Armada Espanhola às missões portuguesas, em particular pelo seu navio de investigação oceanográfica (BIO) Hespérides. E pela noite, quando o vento acalmou, lá seguimos pelo canal afora até ao vasto oceano, onde nos esperam as ondas....
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Cármen Sousa, 18 JAN 2019, Ilha Antártica de King George O nosso voo de chegada foi tranquilo e demorou cerca de 2h desde Punta Arenas (figura 4) à Península Antártica na ilha de King George (figura 5). A base que nos acolheu para esta campanha, foi a base chinesa denominada “Great Wall”. Fomos muito bem recebidos e reencontramos o nosso colega de equipa, Pedro Guerreiro, que partiu de Portugal no dia 1 de janeiro. “Great Wall” é dividida em vários edifícios, sendo os principais: o do laboratório, o da cozinha e refeições, o do banho e ginásio e o dormitório. Em cada entrada dos edifícios é obrigatório descalçarmo-nos e calçarmos uns chinelos/pantufas para poder circular dentro dos mesmos. Há um local próprio, à entrada, para guardar o calçado e equipamento/casacos, de acordo com o número do quarto que nos foi atribuído (figura 6). Na ilha King George, na Península Antártica, o fuso horário é o mesmo que no Chile, no entanto na base chinesa é menos 1h que o horário chileno, para que a diferença horária em relação à China seja exatamente 12h (não sabemos qual a relevância mas, a justificação que nos deram foi essa). Portanto, aqui na base são menos 4h que em Portugal continental e aqui todos temos de seguir os horários estabelecidos. A hora do pequeno-almoço é às 7h30, o almoço às 11h30 e o jantar às 17h30. O horário do banho é das 19h às 21h para as mulheres e para os homens é o restante horário.
Não sei ainda precisar quantos somos no total mas, rondamos os 45 e apenas 5 são mulheres (4 chinesas e 1 portuguesa). A equipa aqui na base é constituída pelo chefe da base, pessoas responsáveis pela manutenção da base e pelo manuseamento da maquinaria, nomeadamente barcos “zodiac”, pelo cozinheiro e seu ajudante e pelas pessoas ligadas à investigação em diversas áreas, tais como geologia, sociologia, ecologia, etc. O nosso contentor já está colocado junto ao cais e praticamente todo o sistema está montado no seu interior, tarefa realizada pelo Pedro Guerreiro antes de cá chegarmos!! Há material e reagentes que ainda não chegaram e vêm a bordo do navio espanhol “Hesperides”. Por isso, temos de aguardar a chegada do navio oceanográfico, mas, já poderíamos começar a pescar, não fosse o tempo estar a condicionar a saída de campo, pelo que temos de aguardar mais uns dias. Algum material de laboratório (figura 8) já foi desmontado das caixas e organizado e, o material para a pesca também já está pronto para ser usado (canas, anzóis, chumbos e afins)!!! Parte deste material ficou cá, em consequência da campanha antártica realizada em 2017 e, outra parte veio a bordo do navio espanhol “Sarmiento” que cá chegou na altura em que o Pedro Guerreiro já cá estava (inícios de Janeiro de 2019). Cármen Sousa, 16 JAN 2019, Punta Arenas, Chile Punta Arenas é uma cidade de ligação para a Antártida e por aqui pode-se ver que há imensas pessoas de várias nacionalidades com o mesmo interesse comum: fazer investigação neste continente de condições extremas!!! Já conseguimos descansar da viagem, a diferença horária não é muita relativamente a Portugal continental, menos 3h. Ontem fomos jantar a um restaurante “LaLuna” e constata-se essa diversidade de nacionalidades que há pouco mencionei. Aqui cada pessoa deixa um “pouco de si”, seja uma dedicatória, um emblema, uma moeda, uma bandeirinha, etc., o que torna este local bastante acolhedor e cativante, para além da boa comida (figura 2). Não fotografei o jantar mas, o que pedi foi “Chupe de Marisco” que é bem típico aqui no Chile!! Entretanto o material em falta, já foi comprado e o Programa Polar Português (Propolar), responsável por toda a logística, informou-nos que o nosso voo para a Antártida ía ser antecipado 1 dia. Os voos para a Antártida são programados, no entanto os dias e horas são sempre susceptíveis de alterações devido a diversas condicionantes, nomeadamente as condições climáticas. Aproveitamos para passear um pouco pelo centro da cidade e conhecer um pouco mais da cultura chilena (figura 3). Apesar de no Chile ser verão e a maior parte dos chilenos estar a usufruir das férias, aqui no sul a temperatura durante o dia é relativamente amena, sendo que à noite desce drasticamente. Até já continente branco!!!!!! Cármen Sousa, 14-01-2019 Hoje dá-se início, a mim e ao Adelino Canário, a mais uma campanha pelo continente gelado!! Longas horas de viagem nos esperam e várias escalas pelo caminho… Começamos esta viagem de Faro até Lisboa pelo Comboio Intercidades (CP), de seguida, um voo de Lisboa até Madrid (Espanha), de Madrid até Santiago (Chile), de Santiago até Punta Arenas (Chile). Aqui vamos ficar duas noites e aproveitar para descansar um pouco e comprar o material em falta para a nossa campanha Antártica.
REIMUNE_#06: Por estes caminhos de Great Wall, ele há tanta coisa linda, tanta coisa sem igwall!12/1/2019 Pedro M Guerreiro, 12-01-2018, KGI As experiências em Escudero estão em pausa, pois ontem foi dia de visita do diretor do INACh, e hoje visita KGI o Presidente da República do Chile. Em Great Wall também não podemos montar as nossas coisas pois estão a ser descarregados contentores… Assim acabo por ser desafiado para fazer um passeio off-road pelo meu colega de quarto, Justin Sentian, da Universidade da Malasia no Borneu e que estuda a composição atmosférica da Antárctica. Justin terminou as suas amostragens, pois chegou antes do Natal e sairá de KGI no voo que trás o Adelino e a Cármen. Apesar de esta zona da Antárctica não ser tão cénica como as ilhas e as baías da Península mais ao sul, as paisagens não deixam de ser cativantes. A água que corre para os vales desde as colinas cobertas de neve propicia o crescimento de musgo, que cobre grandes áreas quase até às praias de areia escura. Nestes vales, por vezes a grande distância do mar, agregam-se grupos de elefantes-marinhos jovens. É impressionante o esforço que fazem para arrastar as suas centenas de quilos estas centenas de metros, um processo capaz de deixar marcas permanentes na orografia. Ali ficam por dias, por vezes a degladiarem-se vocalmente, mas na maior parte do tempo a dormitar, encostados uns aos outros. Mais perto do mar encontrámos algumas focas de Weddel, pinguins de barbicha e pinguins papúa. Mas o mais impressionante, por ser incomum, foi o cadáver, já bastante decomposto, de uma foca-leopardo juvenil. No crânio, bem conservado, podemos ver as fileiras de dentes que fazem desta espécie de foca um predador temível, e o maior exclusivamente antártico, pois também por cá andam orcas. A volta à base foi feita através da meseta sul, entre planaltos rochosos, colinas cobertas de líquenes, e zonas de neve. Dos pontos altos avista-se praticamente toda a península Fildes, o Glaciar Collins, e o Glaciar Nelson, na ilha adjacente. Podemos seguir a costa agreste do lado oceânico, com o impressionante rochedo, e do outro a ilha Ardley, protegida devido à sua colónia de pinguins. E ali, os edifícios azuis, brancos e vermelhos de Great Wall, com o lago que fornece a base com água doce, alimentado pelos pequenos regatos que correm das colinas circundantes. Justin, rápido ou perdemos o jantar. Pedro M Guerreiro, 10-01-2018, KGI Finalmente neva para cobrir de branco esta parte da ilha. As ilhas Shetland do Sul são na sua maioria cobertas por glaciares, mas a Peninsula Fildes, no sudoeste de KGI, é uma zona descoberta, apenas com algumas zonas cobertas por neves permanentes no verão. Assim de branco, esta Antarctica parece mais Antarctica, e até o Barcelito quis ver a paisagem. Percebeu no entanto que afinal não era a única ave não voadora da zona – já o pinguim parece recear o número de espécies invasoras… como se já não bastassem as que cá começam a aparecer como consequência das alterações climáticas.
Infelizmente está bastante calor e seguramente esta capa de neve não estará cá amanhã… as temperaturas estão altas, oscilando entre os -1 e 3°C, com previsões de até 5°C nos próximos dias… com todo este calor até os elefantes-marinhos vieram fazer praia perto de Great Wall. Chegam também a Great Wall 13 checos, que estão de passagem. Esperam para embarcar no navio de transporte da marinha chilena Aquiles. Vão abrir a base Antárctica Gregor Mendel, da Republica Checa, situada em James Ross Island, do outro lado da Peninsula Antarctica, a um dia e meio de navegação. Uma oportunidade de ter novos interlocutores em inglês. Daniel Nyitt, coordenador do programa far-nos-á uma apresentação das atividades. Dia 15 será a minha vez, para variar das várias palestras e reuniões em chinês a que devemos assistir… Pedro M Guerreiro, 07-01-2018, KGI Os peixes antárticos vêm em muitas formas! Mas 90% só existem nas águas a sul da convergência antártica. Cerca de 25 milhões de anos de evolução neste ambiente frio e estável selecionaram um conjunto de características únicas. Mas essas características que os faz adaptados a este ambiente podem ser as que os impedem de se ajustar às alterações previstas para os próximos 100 anos. É nessa premissa que trabalham muitos dos investigadores e se assim for é necessário conhecê-los o quanto antes. Tal como os tentilhões das Galápagos, os peixes antarticos, e mais especificamente os nototenídeos, sofreram uma radiação adaptativa que os levou a ocupar muitos nichos. De um ancestral comum existem agora cerca de 200 espécies, desde o Antartic silverfish, pelágico e do tamanho de um biqueirão ao tootfish, de grandes profundidades e dois metros de comprimento. Aqui em KGI estudamos principalmente Notohenia rossii e N.coriiceps, mas este ano queremos também avaliar as respostas de Harpagifer antarticus, um peixe que vive no subtidal e que só conseguimos capturar na maré vazia – fazê-mo-lo com os colegas da UACh. A técnica é simples, mas demorada, cansativa e desconfortável. Consiste em procurar os peixes debaixo dos seixos maiores, entre 10 e 40cm de profundidade. Removemos as pedras e observamos. Estão lá, mas conseguir vê-los é outra história. Estes pequenos peixes – os adultos não ultrapassam os 15cm – são mestres da camuflagem, e conseguir distingui-los através da superfície da água é como olhar para uma daquelas imagens… estereogramas? Depois, quando finalmente os vemos, apanhamo-los com as mãos, pois têm relutância em mover-se. Ao fim de umas três horas que conseguimos, para além de uma dor de costas, mão geladas e água nas botas? Cerca de 30 espécimes, incluindo alguns juvenis de Notothenia sp., que serão agora mantidos em caixas cobertas de gelo, para manter a temperatura perto dos seus 2 graus ambientais, e alimentados com anfípodes, até serem utilizados nos ensaios experimentais. Nos próximos dias mais do mesmo pois há que aproveitar estas marés baixas… outras como estas só lá para o fim de Janeiro. Acabo por jantar por Escudero, aceitando a hospitalidade chilena. Da janela do refeitório vêem-se os restos queimados do edifício da capitania de Fildes, gerida pela Marinha do Chile, e que ardeu durante o inverno, rodeada de gelo e neve, sob ventos fortes. Felizmente sem fatalidades, mas entre estruturas e viaturas nada se salvou, à exceção de dois botes. Não alastrou aos restantes edifícios, mas deixou danificada a estação de tratamento de águas, e agora os banhos estão racionados em Escudero… Pedro M Guerreiro, 04-01-2018, KGI 9.00 am no aeroporto de Punta Arenas. Vou através da colaboração com o INACh, o Instituto Antártico Chileno, que me arranjou a possibilidade de seguir neste voo. Check in, segurança, policia alfandegária (é preciso voltar a carimbar o passaporte – KGI tem bases permanentes de oito países: China, Chile, Russia, Uruguai, Coreia do Sul, Argentina, Polónia e Brasil, mais uma ou outra sazonal), esperar. Neste voo segue também uma equipa de geólogos da Universidade de Granada que deve tomar lugar a bordo do Sarmiento de Gamboa, um dos dois navios oceanográficos espanhóis que faz serviço na Antarctica este ano, e que justamente acaba de descarregar os nossos equipamentos e materiais em Escudero, a base científica chilena de KGI, e hub para muitos dos cientistas em transito. Estão também alguns cientistas chineses, mas a maioria dos passageiros são turistas que iniciarão um cruzeiro em KGI. O voo está atrasado e pela porta 1, a que utiliza a DAP-Antarctic Airways, sucedem-se outros embarques… Santiago! Porvenir! Ushuaia! São 12.00 e informam-nos que afinal esperamos por uma aberta no tempo, pois parece que as nuvens baixas em KGI não permitem a aterragem… é sempre algo mau para se ouvir, mas sabendo que esta situação pode durar dias é ainda pior - será que ainda saímos hoje? Terei de procurar hotel? E os espanhóis temem que o navio não possa esperar… mas por enquanto isso é tudo o que podemos fazer. Isso e ver outros embarcarem: Puerto Montt! outra vez Santiago! Puerto Williams!... São 14.30 e parece que sempre vamos – sim! Saímos… se podemos aterrar ou se voltamos para trás vemos depois. Agora escolher um lugar à janela para ver KGI do alto. Deixamos para traz Punta Arenas e as planícies Patagónicas. Entre as nuvens vêm-se algumas montanhas do fim do mundo que ladeiam o Canal Beagle, e depois só oceano, a temível Passagem de Drake. São cerca das 16.30 quando conseguimos ver, por entre as nuvens as colinas nevadas de KGI à esquerda e o glaciar da Ilha Nelson à direita. O avião faz uma longa aproximação e durante alguns minutos seguimos no meio das nuvens – espero que lá à frente alguém esteja a ver alguma coisa!!! Sim! Ali vemos King Sejong, a base coreana e mais a frente do outro lado a ilha Ardley com os seus pinguins. Estamos perto… agora Escudero, a vila Las Estrelas, Bellingshausen, e touchdown! Rolamos na gravilha e pés na Antártica. Sou rapidamente escoltado por uma delegação vinda de Great Wall que me esperava com uma placa com o meu nome – deve ser impronunciável! Recuperamos a bagagem e ai vamos nós – perdi o almoço mas cheguei a horas do jantar! O projeto PERMANTAR 2018-19 enquadra-se no programa de monitorização do permafrost da Península Antártica Ocidental (http://permantar.weebly.com). Iniciámos os nossos trabalhos na Antártida há 18 anos, em janeiro de 2000, com a instalação das primeiras perfurações para a monitorização do permafrost na região, feitas num projeto coordenado pelo Prof. Miguel Ramos da Universidade de Alcalá em Espanha. Mais tarde, em 2006, instalámos os primeiros observatórios da rede PERMANTAR, que viram a luz do dia em 2008 com as perfurações realizadas na ilha Livingston pelo Alexandre Nieuwendam e pelo Patrick Blètry, Andreas Hassler e Vanessa Batista. Hoje, a rede PERMANTAR conta com vários locais de monitorização instalados entre o arquipélago de Palmer e a ilha Dundee, ao longo de cerca de 450 km no setor noroeste da Península Antártica. É a mais completa rede de monitorização de permafrost da região e tem sido um enorme desafio mantê-la a funcionar todos os anos. A campanha de 2018-19, mais uma vez apoiada pelo Programa Polar Português (FCT), dividir-se-á em duas equipas de campo: – na ilha Deception, o Mohammad Farzamian (IDL-ULISBOA) e o Miguel Angel de Pablo (UAH), vão realizar observações de resistividade elétrica do solo para mapear o permafrost, bem como manter os observatórios PERMANTAR da ilha. A campanha inicia-se em meados de Janeiro e decorre até ao início de fevereiro. – na ilha do Rei Jorge, península Barton, uma equipa composta por mim próprio, por Carlos Neto (CEG/IGOT-ULISBOA), Joana Baptista (estudante de mestrado do IGOT) e Daniel Vonder Muehll (PERMOS), vai tentar instalar um novo observatório de permafrost em colaboração com o Instituto Polar Coreano. Contaremos ainda com o apoio da equipa do projeto LATA-2019 da UBI (Pedro Almeida), para fazer a manutenção dos equipamentos instalados em Cierva Cove, na Península Antártica. Os últimos meses foram passados a preparar a campanha antártica, o que implica rever todos os equipamentos e adquirir equipamentos novos, enviá-los para a Antártida, mas também tratar de toda a documentação relativa à certificação ambiental dos trabalhos a realizar, bem como às nossas inspeções médicas, sem as quais não poderíamos participar na campanha. Felizmente, toda a equipa foi dada como apta e daqui a poucas semanas, estaremos a caminho da Antártida, sendo o Mohammad, o primeiro a partir, já em meados de janeiro. 2019/JAN/04, Gonçalo Vieira, CEG/IGOT-ULISBOA Pedro M Guerreiro, O3-01-2018, Punta Arenas - Chile Após um processo algo caótico no aeroporto de Santiago – inicio das ferias de verão e check ins lotados, eis que chego a Punta Arenas. A cidade do Estreito de Magalhães e capital da Patagónia chilena, é o nosso ponto de partida para o continente branco. Por alturas do verão austral é uma cidade movimentada: por um lado porque serve de plataforma logística aos programas antárticos de vários países – no porto estão ancorados os dois navios antárticos brasileiros, o Almirante Maximiniano e o Ary Rongel, e também o britânico James Clark Ross, e por outro porque é a porta de entrada para os turistas que procuram os parques naturais do sul do Chile – montanhas, lagos e glaciares fazem as delícias dos amantes das caminhadas – os cruzeiros pelos canais do estreito, ou até a experiência de um dia na Antárctica, através dos voos da Antartic Airways!
Esta pausa na viagem serve também para os ajustes de última hora e para encontrar os colegas com quem vamos trabalhar “lá em baixo” e que saem amanhã. Tomamos um pisco sour e umas cervejas patagonicas, em volta de uma chimichanga – um pica-pica chileno de carnes variadas e batatas fritas! Curiosamente, a região deve muito a dois portugueses que a puseram no mapa geográfico e económico – Fernando de Magalhães, que por aqui passou em 1520, e José Nogueira, que cerca de 350 anos depois impulsionou a criação e o comércio de gado ovino, as trocas comerciais com a Europa e a economia portuária. O seu nome figura na rua comercial da cidade e a riqueza da época é visível nos vários palacetes de sua família. Confirmação partida amanhã às 10.30. Pode ser que ainda chegue a horas para o almoço – é que Great Wall tem o melhor restaurante chines de toda a Antártica Marítima! |
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