A CAMPANHA
PROPOLAR 2011-2012
Novembro de 2011 a Abril de 2012
PROPOLAR 2011-2012
Novembro de 2011 a Abril de 2012
Voo Santiago do Chile - Punta Arenas 9 de Fevereiro de 2012 Novamente no ar. Cerca de 24h depois de sair de casa, de passar por Madrid e Santiago do Chile, sigo novamente para sul. Estou a iniciar mais uma campanha antártica, depois de 10 dias em Lisboa. Foi uma pausa pesada, com muito trabalho acumulado. Passei longas horas a corrigir relatórios e exames dos meus cerca de 230 alunos deste semestre no IGOT. Ainda ontem em Madrid passei 3 horas a fazer as revisões finais nas pautas. Está quase tudo terminado, mas ainda me resta uma disciplina de mestrado, que espero encerrar neste fim-de-semana. Em Lisboa, foi muito bom aproveitar o tempo livre com a familia. Essencial interrupção entre duas campanhas. Agora sigo novamente para a Antártida. Desta vez, mais para sul, para a Península Antártica, uma região onde ainda nunca estive, e numa colaboração com a National Science Foundation e com o Programa Antártico Norte-americano. Os obrigatórios símbolos com pinguins do USAP que trazemos nas nossas malas, assim o comprovam. Voltamos a atacar o estudo do solo permanentemente gelado - o permafrost - na sequência dos trabalhos iniciados no ano passado. Trata-se de uma colaboração entre o projecto PERMANTAR-2, financiado pela FCT e que coordeno, e do projecto... Da NSF coordenado por James Bockheim da Universidade de Wisconsin-Madison. Mas quanto aos trabalhos do projecto, voltarei a eles mais tarde. Hoje, em Punta Arenas, espera-me ainda uma reunião com os restantes membros americanos da campanha e mais à noite, reune-se a nós o Alexandre Trindade, meu estudante de doutoramento que tem também já muita experiência antártica. Os próximos dois dias serão passados em Punta Arenas a tratar da logística da campanha. Rever o equipamento enviado através dos E.U.A. Em Novembro, selecionar vestuário e comida e, arrumar tudo num contentor que seguirá no domingo, conosco no navio LM Gould. 8 de Janeiro de 2012, Decepcion
Después de las ansias por llegar al destino final pero a la vez disfrutando del paisaje antártico, desembarcamos en isla Decepción, más precisamente en la Base Argentina Decepción. Hemos tenido la suerte de llegar unos días antes de un acontecimiento muy especial, que es el festejo del 64 aniversario de inauguración de la base. El mismo se realizó el día 25 de enero, en el cual participaron tanto el personal científico como militar de nuestra base y de la Base Española “Gabriel de Castilla” ubicada a escasos kilómetros, donde degustamos unas buenas pizas y empanadas junto a los ya conocidos vinos argentinos. Vivir este acontecimiento es parte de todo lo que uno se lleva como aprendizaje de este lejano continente. Uno no solo viene a hacer ciencia sino también a vivir la experiencia de convivir junto a personas desconocidas. En mi caso personal es mi segundo año consecutivo aquí, pero cada vivencia es totalmente diferente ya que el personal se renueva todos los años. Junto a Antoine y Miguel hemos formado un grupo muy bueno de trabajo, donde no solo trabajamos sino que nos divertimos haciendo los que nos gusta, estudiar el permafrost. Esta campaña está presentando muchos contratiempos con el tema equipos, pero afortunadamente nos está sirviendo para plantear nuevas áreas de trabajo dentro de la isla y para conocer aún más en detalle la geomorfología presente y la interacción que existe entre la actividad del volcán y la distribución del permafrost. Así también es una buena oportunidad para ir ganando tiempo en el tratamiento de los datos adquiridos para volver al continente con los modelos ya realizados y poder así dedicarnos exclusivamente a su análisis y discusión. Es un honor para mí poder participar en este proyecto bajo la dirección de Gonçalo, como así también poder difundir a través de este blog las tareas que vamos realizando. Por ello, nos encontramos a su entera disposición para realizar discusiones, recibir consejos o aclarar sus dudas. GABRIEL GOYANES Lic. en Ciencias Geológicas UBA – CONICET (Argentina) 06 Janeiro 2012 Para mim esta expedição Antártica está sendo bem diferente das outras cinco vezes em que estive aqui no continente gelado. Pela primeira vez participo de uma expedição fora do Programa Antártico Brasileiro. Logo fui me sentindo à vontade, percebendo o alto nível de organização do Propolar e toda a sua equipe. Já em Punta Arenas, eu e minha colega brasileira Katia Karoline, nos integramos à equipe do Propolar, aos cuidados da Ana Salomé sempre preocupada em nos manter informados sobre a programação. Ali também começamos já a planejar as atividades de campo junto com o Coordenador de campo e do projeto HOLOANTAR, Marc Oliva, e os demais integrantes da nossa equipe internacional – João Agrela (Portugal), Dermot (Canadá), Marc Oliva (Catalunha), Eu e Karol (Brasil). Assim que embarquei no vôo comercial da DAP já não tinha saudades do vôo do Hércules brasileiro (que é muito bom, sem dúvida!). Mas na DAP foi padrão comercial, com direito a check in, controle de bagagens e, o melhor, serviço de bordo de alto nível, com direito a vinho chileno. O vôo foi fantástico, durou menos de 2 horas. Ao tocarmos na velha conhecida pista de Frei os nossos anfitriões Coreanos estavam à nossa espera e logo fomos para a praia embarcar nos Zodíacs. Começava agora o meu maior motivo de preocupação – atravessar a Baía Maxwell nos botes coreanos sob um mar gelado no qual o tempo de vida de um ser humano na água não chega a 5 minutos.... Dia bom, pouco vento, botes gigantes, travessia tranquilia, chegamos à Seoul da Antártica. Estação moderna, confortável e organizada. A parte da dificuldade de comunicação, são muito simpáticos porém reservados. Estamos alojados em camarotes muito confortáveis, um laboratório só para nós e com toda condição de trabalho. Primeira semana de campo, estranho como o tempo está bom! Sol, pouco vento, nenhuma chuva, praticamente todos os dias, coisa rara nesta parte da Antártica. Após o reconhecimento do terreno no primeiro dia, feito por todos nós em conjunto, Oliva e os demais preocupados com os lagos, eu e Karol observando os diferentes solos, cuja caracterização e mapeamento é nosso objetivo principal. Aos poucos fui convencendo a todos, com evidências de campo, que SIM! Existem solos na Antártica, quase sempre muito pedregosos aqui nos materiais vulcânicos da Ilha Rei George mas são solos – camada superficial da crosta, produto da alteração das rochas que suportam a vida. Nos dias seguintes, cada equipe seguiu seu caminho. Encontramos solos muito interessantes, sítios com turfeiras, extensas superfícies aplainadas densamente vegetadas cujo verde dá uma beleza singular à paisagem, contrastando com o azul do mar, ao sol da Antártica. Em um dos dias pude acompanhar os demais nas coletas dos lagos, carregando um bote morro acima desde a praia até próximo dos 100 metros de altitude. Coisas da Antártica...! Até aqui já coletamos muito material, muito trabalho para o laboratório no Brasil. Ainda instalamos mais um sítio de monitoramento de temperaturas do solo até 80 cm de profundidade. Restam agora 04 dias para sairmos de King Senjong. A equipe se integrou muito bem e está sendo uma experiência cultural fantástica, com destaque para o aspecto gastronômico, conhecendo a culinária Coreana e suas comidas bem apimentadas! Do ponto de vista científico está campanha consolida cada vez mais a parceria entre o TERRANTAR (grupo brasileiro que estuda ecossistemas terrestres da Antártica) e o ANTECC de Portugal. Uma grande honra poder participar da primeira expedição Antártica do Propolar e espero que esta parceira continue forte por muitos anos! Felipe Simas, Ilha de King George. Sexta-feira, 3 de Fevereiro
Arctowski - O tempo passa depressa. Estamos aqui praticamente há uma semana e tem sido um período intenso a preparar o sistema de tanques e a pescar para poder começar as experiências, o que aconteceu a partir de hoje. Na segunda-feira conseguimos convencer o matulão Artur, o comandante da estação a fazer uma saída de zodíaco para experimentar-mos a pesca mais ao largo. O convencer é aos poucos, ele sorri sempre, faz uma pausa e marca uma hora. No final do pequeno almoço combinámos para a seguir ao almoço. A seguir ao almoço é mais rigoroso e diz 16:00 horas. Um pouco antes já estava o zodíaco a ser aparelhado. O barco está em terra em cima de um atrelado, é preciso verificar que o motor arranca, e é preciso que vestamos os fatos de sobrevivência. Saltámos para o barco, que é rebocado pelo trator, conduzido pelo próprio Artur, até à água. O atrelado entra na água de marcha atrás e o motor do zodíaco encarrega-se de o libertar. Vamos para uma zona a umas centenas de metros da praia, desliga-se o motor e é só largar os anzóis. O barco vai derivando com o vento e correntes e temos de voltar a ligar o motor para o trazer de volta. Numa hora apanhámos uma dúzia de peixes e tivémos de parar pois só tínhamos um contentor para manter os peixes vivos. As nototenias, ou bacalhau da rocha, gostam de algas e deve ser em zonas de algas que as apanhamos mais, pois são mais frequentes nalguns locais. O barco foi retirado da água pelo processo inverso, nunca temos de colocar os pés na água, que está a 2ºC. Com os fatos de sobrevivência aguentávamo-nos talvez uns 15 minutos. Na terça-feira, voltamos a fazer pesca à linha na costa e tornámos a perder material. A conclusão é que a pesca no barco é que nos permitiria conseguir o que queríamos. Experimentámos armadilhas, uma espécie de murjonas, e lá se vai apanhando ocasionalmente, 1 peixe na primeira noite, 3 na segunda. É impressionante a quantidade de anfípodes de grandes dimensões, parecem camarões, que cobrem o isco, a digeri-lo nas armadilhas! O Artur ficou semi-entusiasmado e acedeu a mais uma pesca no barco, pela manhã a seguir ao pequeno almoço. Na quarta-feira, mais uma pescaria de barco desta vez com uma equipa reforçada. O Conrad ao leme e mais dois tripulantes, pelo menos um chamado Marjec (há 3 pessoas na base com este nome), além de mim e do Pedro. Só o piloto não pescava. Desta vez levámos 3 bidões para colocar os peixes e no espaço de 2 horas apanhámos mais de 30. Com isto, tínhamos o que precisávamos para já. No final ainda oferecemos 3 dos peixes maiores à cozinha que foram o almoço hoje, na forma de uma espécie de pasta em bolinhos de batata fritos, acompanhados de puré de batata com ervas aromáticas e uma salada de couve e cenoura avinagradas! Durante a tarde substituimos parte da água dos tanques para garantir que a qualidade se mantém. A substituição da água implica colocar uma bomba de imersão eléctrica na praia com um tubo de uns 40 metros e carregar a água para o contentor. De cada vez é preciso carregar com uns 500 litros de água salgada. Daí para cá foi vigiar o sistema, verificar que o aquecimento funciona, e que os peixes estão bem. Ontem foi um dia de temporal. Rajadas de ventos de 100-150 km por hora acompanhadas de chuva e flocos de neve. A temperatura ronda os 0ºc mais ou menos 2º. Foi assim um dia dedicado à escrita e a actividades de escritório. Hoje ainda está ventoso mas muito mais calmo e claro, mas o suficiente para impedir que a Internet funcione.A alimentação é imaginativa mas monótona. Baseia-se muito em porco, nos seus diferentes componentes, lombo, pernil, chispe, paios, chouriços, salame, fritos ou numa espécie de guisados de caçarola, quase sempre com batata cozida frita ou na forma de puré. Por vezes massa - macarrão para os brasileiros - e esta noite, ao que parece, pizza. Os pequenos almoços têm quase sempre ovos. Nada mal no conjunto mas a única fruta são umas maças já enrugadas. Muita tentação de doces e há sempre o sabor do café em pó! Adelino Canário & Pedro Gurreiro, Ilha King George, http://www.facebook.com/note.php?note_id=10151247812435384. 02-01-2012, Penisula de Barton, ilha de King George
O nosso trabalho baseia-se em transportar um pequeno (mas pesado) bote de lago em lago na península e tirar amostras dos sedimentos do fundo do lago. Este bote foi complicado de encontrar mas felizmente tem uma boa combinação entre resistência e peso que conseguimos transportar. Tirar amostras é demorado e pode ser trabalhoso, pois os instrumentos que estamos a usar pesam mais de 11 quilos e tem de ser puxados do fundo dos lagos à força de braços. O conjunto dos instrumentos mais amostras cheias de água pode chegar perto dos 18 quilos que têm de ser puxados via corda fina que entra pelos dedos dentro. Transportar o barco também não é tarefa fácil, no primeiro dia tivemos de o fazer enquanto nevava e os nossos braços ficaram bem doridos. Somando a isto o frio e o vento e ao fim do dia percebe-se porque estamos sempre cansadíssimos. Mas a recompensa é boa! Já temos 4 cores de 3 lagos diferentes, um dos cores tem mais de um metro de comprimento! A vida na base tem sido surpreendente. A comida mantêm-se arroz e algas, mas os níveis dos molhos picantes têm subido espectacularmente. Eu já tive de fazer reparações de emergência à minha bota, pois as rochas aqui são bem afiadas. O Marc já fez uma viagem de Zodiac muito especial para mais tarde recordar, o Dermot regressa sempre com a roupa encharcada e os colegas brasileiros chegam à base sempre com vários quilos de amostras às costas. Hoje infelizmente estamos presos na base, pois o vento e a chuva impedem-nos de sair em segurança. Segundo a previsão o mau tempo mantêm-se até amanhã, mas estamos prontos para sair assim que pudermos. João Agrela. 31 de Janeiro de 2012
O projecto COOPANTAR chegou ao fim. Foram cerca de 21 dias de aprendizagem e de vivência numa realidade completamente diferente da minha. Conheci pessoas muito amáveis e acessíveis, que me ajudaram muito e aprendi a importância da cooperação entre programas/países - aliás, sem ela, não teria estado em Artigas! Recordam-se de que tive o apoio do Programa Polar Português, do INACH, viajei num navio chileno e fiquei instalada numa base uruguaia, com o apoio do Instituto Antártico do Uruguai! E como se não bastasse, presenciei um acontecimento de alto nível no que respeita à cooperação bilateral na Antártida, entre os Presidentes do Uruguai e do Chile! Recebemos também em Artigas elementos das bases vizinhas para um almoço em que se difundiu a qualidade da carne de vaca uruguaia e se celebrou a cooperação em King George. Assim, à mesa, juntaram-se uruguaios, chilenos, russos, coreanos e chineses! Conheci igualmente as bases russa e chilena e enviei correspondência a partir de uma estação de correios antártica. Resumindo: esta minha viagem não poderia ser mais preenchida, creio que cumpri os objectivos do projecto. Posso dizer que termino esta aventura conhecendo bastante melhor a realidade antártica e as diferentes dinâmicas de cooperação entre países, que podem passar tanto por compromissos políticos como por emprestar uma viatura à base vizinha. Agora resta-me deitar mãos à obra e começar a redigir a tese de doutoramento, aplicando e desenvolvendo todos estes ensinamentos! Last but not least, obrigada a todos os que me ajudaram na concretização deste projecto, e aos que me fizeram sentir sempre em casa. Sem vocês teria sido muito mais complicado! Vanessa Rei, Ilha King George 31 Janeiro 2012 Já devidamente instalados nas camaratas e laboratório da Base Armada Argentina de Deception, iniciámos prontamente as tarefas que tinhamos deliniado. Os nossos primeiros dias de trabalho, que, em geral, coincidiram com boas condições atmosféricas, foram bastante atarefados. O frio Antárctico nesta zona que nos encontramos é facilmente suportável, o nosso pior inimigo é o vento gélido forte, que por mais que se tente tapar descobre sempre por uma pequena fresta. Outra dificuldade adicional está intrisecamente ligada às características da ilha, que por ser vulcânica, os solos são contituídos essencialmente por piroclastos e cinzas, e com decllives bastante acentuados, dificultando a nossa locumução de site para site. Apesar de tudo, visitámos as 5 áreas de estudo que pretendiamos e realizámos as tarefas que tínhamos idealizado em cada um deles. Sendo o nosso objectivo final estudar o permafrost e a sua dinâmica, as nossas actividades principais prendem-se em recolher temperaturas do ar, solo e subsolo através de sensores instalados previamente em campanhas anteriores, e medir a espessura da camada activa (camada de solo que se congela e descongela sazonalmente e que se encontra sobre o permafrost) através de uma sonda graduada que se insere na camada activa até atingir o permafrost. Todos os dados recolhidos são depois processados no laboratório, e são derivados modelos anuais de evolução da temperatura da camada activa, que nos indicam a existência ou não de neve ao longo do ano e por comparação dos modelos anteriores inferir padrões de evolução. Miguel Cardoso, Antoine Marmy & Gabriel Goyanes, Ilha Deception Cientistas do PROPOLAR reencontram-se na pista do aérodromo de Frei. Em pé, da esquerda para a direita: José Xavier, Pedro Pina, Teresa Firmino, Carla Mora, Marc Oliva, Julio Martín, Adelino Canário, Pedro Guerreiro. Em baixo, da esquerda para a direita: Ana Salomé David, Gonçalo Vieira, António Correia, João Pedro Rocha, Vanessa Rei e José Seco. _Os últimos dias na Península Fildes foram passados a terminar as actividades que estavam pendentes. Recolha de amostras de sedimentos próximo de neveiros; recolha de sedimentos sobre os neveiros; abertura de novos perfis, mas desta vez, em neveiros perenes; varrimento com a camera hiperespectral a partir do solo; cartografia geomorfológica de pormenor; e preparação das amostras em laboratório. O dia 25 de Janeiro foi passado a arrumar a carga e a organizar o voo português do dia seguinte. Fizemos vários contactos com as várias bases e navios parceiros, de modo a que todos os passageiros estivessem a postos no dia 26. Do lado de lá da Passagem de Drake, em Punta Arenas (Chile), estava a Ana Salomé, a fazer os contactos e a preparar tudo para que os investigadores pudessem partir para a Antártida no mesmo dia.
Ambos os voos portugueses de 26 de Janeiro correram muito bem! O avião saíu de Punta Arenas um pouco antes das 12h e, pelas 14h estava a aterrar no aerodromo de Frei. Havia já uma enorme azáfama de cientistas na pista, que rapidamente se preparavam para embarcar. O avião ficou na pista durante cerca de 1h. Foram momentos de alegria! Saudar os colegas que acabavam de chegar, reencontrar uma série de companheiros de outras campanhas vindos de programas parceiros e, ainda, verificar que tudo estava a correr como previsto. No total, o PROPOLAR apoiou, com estes dois voos, a deslocação de 72 cientistas e técnicos enquadrados nos programas antárticos da Argentina, Bulgária, Chile, Espanha e Republica da Coreia. O voo chegou a Punta Arenas pelas 17h30 e assim terminou, por este ano, a componente de campo do projecto SNOWCHANGE. O trabalho correu muito bem, com alguns percalços típicos do trabalho na Antártida, mas o balanço foi extremamente positivo. A equipa vai agora passar os próximos meses a analisar os dados recolhidos, contando apresentar os resultados preliminares na Conferência de Ciências Polares que se realizará na Primavera no IPIMAR em Lisboa. Quanto a mim, depois de um curto regresso a Portugal, regressarei à Antártida no dia 8 de Fevereiro enquadrado no projecto PERMANTAR-2, desta vez integrado nas actividades do Programa Antártico Norte Americano na ilha Anvers e Península Antártica. Conto contar neste site as actividades que formos desenvolvendo. A equipa SNOWCHANGE agradece todas as mensagens de apoio que nos foram enviadas e o interesse pelo nosso Diário de Campanha. Gonçalo Vieira, 30 de Janeiro de 2012, Lisboa. O BLOGUE DO PROPOLAR CONTINUARÁ ACTIVO COM POSTS DOS VÁRIOS PROJECTOS ATÉ AO INÍCIO DE ABRIL. Domingo, 29 de Janeiro
Arctowski - Estamos em Arctowski há 2 dias. Não nos esperavam, pensavam que viéssemos lá para fevereiro, mas fomos extremamente bem recebidos. A estação de Henry Arctowski fica na baía de Admiralty, numa zona quase sempre de rocha nua, vulcânica, e próximo de locais de interesse científico especial - turfeiras de musgo e pinguineiras. A estação tem várias unidades habitacionais de madeira, pintadas a amarelo, e com capacidade para umas 60 pessoas. Nesta altura devem estar talvez umas 40 pessoas das quais metade são cientistas. Os outros são pessoal de manutenção, alguns dos quais ficam cá todo o ano.O dia começa às 8 horas com um pequeno almoço a que ninguém pode faltar. É nesta altura que se verifica se estão todos presentes, embora não haja uma chamada. O pequeno almoço polaco é também uma das principais refeições, assim como o almoço que é às 14 horas. O jantar é uma refeição ligeira, por vezes alguns restos das outras refeições e faz-se às 20:00. A comida é muito à base de porco: carne, fumados, enchidos, tripa, acompanhados de massa, batatas, pepinos em conserva, couves em vinagrete e coisas do género. A sala de das refeições funciona como o centro social da base. E uma mesa está permanentemente cheia de chocolates, bolachas e frutos secos. É preciso de ter muito cuidado com a linha... A cozinheira é uma senhora próximo dos 60 cheia de vida. Só fala polaco e consegue ir fazendo alguns milagres à base de comida congelada e desidratada e praticamente sem vegetais. Só vai havendo vegetais quando algum barco de turistas vem visitar e oferece alguns - trouxe vitaminas... A vida selvagem é razoavelmente abundante: pelo menos 3 espécies de pinguins, alguns nidificando, skuas, petréis, foca de Weddel, foca elefante, leão marinho, baleias.Ontem começámos a montar os tanques para as experiências e o sistema pareceu ficar razoavelmente bem. Foi também dia de festa - comida, bebida e dança. Tivémos como visitantes os vizinhos brasileiros da base de Ferraz, os peruanos da base Pichu e os americanos do abrigo Copacabana, que estão a estudar os pinguins. As bases brasileira e peruana, assim como a argentina e chilena, são comandadas pela tropa, ao contrário das restantes são que são civis. Estas últimas reinvidicam o território antárctico como deles, numa linha que vai até ao pólo. Hoje, domingo, é dia de folga. Não se cozinha (é cada um por si) e a maior parte do pessoal dedica-se a actvidades de ar livre (barco, fotografia). O Pedro foi visitar a base brasileira de zodíaco. Comecei a pesca à linha. Perdi vários estralhos nas rochas, o que me preocupa pois a esta velocidade não chegam. Apanhei cinco peixes, o que não foi mau, mas não é suficiente. vamos ver amanhã. Adelino Canário & Pedro Guerreiro, Ilha King George, http://www.facebook.com/note.php?note_id=10151223441220384. 28-01-2012
A vida na base Coreana é atípica para os padrões antárcticos. Nesta base há confortos que normalmente só encontramos num hotel, como banhos quentes regulares e ligação à internet. Temos um rígido horário de refeições que nos foi entregue logo à chegada e a comida é, como seria de esperar, muito baseada em arroz e algas. Curiosamente, nenhum de nós se queixa. Excepto o Marc que não consegue dominar a arte de comer com pauzinhos. Somos cinco nesta equipa, Marc Oliva (Geógrafo), Dermot Antoniades (Paleolimnólogo), Felipe Simas (Agrónomo), Karoline Delpupo (Geógrafa) e João Agrela (Geógrafo). Os nossos objectivos de projecto são a colheita de cores de sedimentos do fundo de lagos nas penínsulas de Barton, Weaver e Potter para fazer a reconstrução de ambientes do passado, mapeamento de solos e monitorização de permafrost e da camada activa. Muita coisa para pouco tempo mas faremos o nosso melhor. No nosso primeiro dia aqui, fizemos um reconhecimento a quase toda a península de Barton a pé, guiados por dois companheiros coreanos, um deles é o Dr. Hong, muito simpático e prestável. Hoje conseguimos ir até ao nosso primeiro lago e testar o aparato de extracção de cores. Conseguimos dois cores curtos, mas sentimo-nos bem por atacar imediatamente o trabalho, pois o estado do tempo tem sido bom e ficar na base é proibido. Vejamos o que nos reserva o futuro. João Agrela, Ilha King George |
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