Depois de duas tentativas falhadas, devido as condições de visibilidade, de chegada à ilha de King George a terceira foi bem sucedida como costumamos dizer “à terceira é de vez”. Assim que chegámos, depressa fomos direcionados para a praia perto da base de Escudero para embarcar no Aquiles rumo a Yelcho. Já no barco foi atribuído um quarto para cada pessoa sendo que eu e o Mário tivemos a sorte de ficar com os nossos colegas portugueses Ana Padeiro e João Canário tornando a viagem um pouco mais “caseira”.
Os chilenos receberam-nos calorosamente e logo no primeiro dia foi-nos explicado as medidas de segurança, a configuração do barco e qual seria o plano de rota. A viagem tem sido cheia de paisagens inigualáveis compensando a minha dificuldade de me adaptar a esta ondulação. De momento aguardamos a chegada a Yelcho para prosseguir ao trabalho de campo. Inês Girão, Navio da Armada chilena Aquiles, 2 de Fevereiro de 2015 El día 26 de enero, después de varios días de retraso sobre el calendario previsto y un intento fallido de descargarnos en Byers, por fin estábamos pisando suelo de la península. Esa tarde la dedicamos a preparar el campamento, integrado por 12 personas (el grupo de biólogos liderado por Angélica Casanova, Pablo, el técnico de campo del INACH, Antonio, Marc y yo mismo). Por delante teníamos apenas 4 días para acometer todas las actividades científicas previstas inicialmente para el doble de jornadas, a lo que hubo que añadir el mal tiempo que nos tocó en esos días. Pese a estos inconvenientes logramos todos los objetivos planteados a base de hacer jornadas de trabajo de hasta 13 horas. El resultado fue el sugiente: se descargaron los datos de temperaturas tomadas por los dataloggers instalados el año pasado en las cuencas de los lagos Domo, Cerro Negro y Escondido, y se volvieron a instalar; se tomaron 16 muestras de suelos para aplicar varios tipos de análisis a lo largo de un transecto entre el glaciar Rotch y la terminación W de Byers; se colectaron también 17 muestras de diferentes puntos de la península para datar por nucleidos cosmogénicos; finalmente, se pudo hacer un perfil geoeléctrico en el sector de terrazas marinas contiguo al Sealers Hill. El análisis preliminar del perfil obtenido es prometedor, pues los datos. parecen sugerir la existencia de permafrost esporáfico sobre los niveles de terrazas marinas elevados. En la mañana del día 31 de enero recogimos el campamento y transportamos conjuntamente toda la carga hasta la playa para embarcar de nuevo en el buque Aquiles mediante zociacs y una barcaza, pero la operación no se pudo completar a causa del escaso calado del borde costero de Byers en marea baja. Finalmente nos transportaron al buque en helicóptero. Atrás quedaron duros días de cansancio y mal tiempo. Sin embargo, estábamos satisfechos por el trabajo realizado, y felices de disfrutar de la comodidad del Aquiles. Prestes a iniciar a descida para Santiago o comandante do Airbus 321 da Lan Chile anuncia que nos estamos a aproximar dos Andes e que os passageiros deverão manter-se sentados, com os cintos de segurança apertados devido à possibilidade de turbulência. É sabido que o vento soprando sobre áreas montanhosas pode originar uma turbulência chamada ondas de montanha, turbulência severa que em alguns casos pode atingir a estratosfera. Olho de cima a cordilheira dos Andes que nesta região tem picos que ultrapassam os 6.000 metros e recordo que é no seu prolongamento que fica a Península Antárctica, o destino final desta viagem. Parti de Lisboa no dia 30 de Janeiro com destino a São Paulo, onde após umas horas de espera segui noutro voo em direcção a Santiago do Chile onde finalmente apanharei outro voo que me irá levar à cidade de Punta Arenas na América do Sul. A região do mundo mais perto do continente antárctico. O meu nome é João Branco, sou aluno de doutoramento em Geografia do IGOT, na ULisboa, e estou integrado no projecto de investigação HISURF 3 do Programa Polar Português. Acompanhado pelo meu colega Lourenço Bandeira, investigador do Instituto Superior Técnico, a quem me juntarei na Antárctida, pretendemos, essencialmente, recolher imagens de alta resolução das áreas livres de gelo na península de Barton (King George Island) com o objectivo de produzir cartografia temática com detalhes da ordem dos centímetros. Para isso contamos com um eBee, um pequeno Avião Não Tripulado (UAV), que nos permitirá efectuar voos de recolha de imagens com grande detalhe. Os problemas maiores com que nos iremos deparar serão os ligados às condições atmosféricas que são extremamente variáveis nesta área da Antárctida marítima e por vezes originam dias seguidos de mau tempo com chuva, neve e tectos das nuvens baixos, impedindo as actividades ligadas à aquisição de imagens e afectam as operações logísticas, como por exemplo as aterragens e descolagens dos aviões de transporte. Esperemos que o Verão austral nos seja propício e nos permita ajudar a conhecer este território imenso e ainda grandemente inexplorado. João Branco, Punta Arenas 31 Jan 2015.
|
BLOGS DAS CAMPANHAS
|