Sem que demos por isso chegamos ao primeiro fim-de-semana na Antárctida. Para nós que temos um tempo limitado para a realização dos trabalhos planeados pouca diferença faz, são dias de trabalho como os outros. Infelizmente o tempo não tem ajudado para podermos efectuar os voos com ebee, o nosso UAV, baptizado Suzanne Daveau, e por isso aproveitamos para fazer outras tarefas. Hoje, levámos o DGPS para um ponto que tínhamos escolhido e marcado a posição, anteontem. Trata-se de fazer migrar uma posição de GPS conhecida, e corrigida de erros, para outro local, a partir de onde podemos estender o raio de acção da base receptora que corrige os erros dos sinais enviados pelos satélites. Foi um dia cheio, mas com o desapontamento de ainda não termos conseguido fazer voar o nosso pequeno avião não tripulado e obter as imagens de alta resolução que pretendemos.
Como o Lourenço já contou, chegámos, à base coreana King Sejong na terça-feira dia 3. Para mim que estou na Antárctida pela primeira vez é uma grande emoção o momento em que desembarco do BA146 da companhia chilena DAP, a única que faz voos regulares de Punta Arenas para a Ilha King George, nas Ilhas Shetland do Sul, a maior parte destes voos ao serviço dos programas polares dos vários países que levam a cabo investigação científica nesta região. Estamos nesta base como convidados do KOPRI, o Instituto de Investigação Polar da Coreia. A base King Sejong fica na Península de Barton no lado sudoeste da Ilha King George e pode albergar até um máximo de sessenta pessoas entre investigadores e trabalhadores técnicos. Até anteontem, havia oito estrangeiros convidados através dos intercâmbios dos programas científicos de vários países (incluindo nós os dois). Ontem, Sábado, a base amanheceu com a agitação da chegada de mais cinco investigadores desembarcados do navio polar brasileiro Almirante Maximiano. Mais três chilenos que estudam a presença de bactérias resistentes aos antibióticos nos pinguins e dois brasileiros que estudam vegetação antárctica, musgos e líquenes. Neste momento a lotação da base está quase completa. Noutro post o Lourenço já descreveu algumas das rotinas da base: por exemplo, hoje coube à equipa portuguesa a lavagem dos pratos do jantar de toda a população da base. É uma tarefa para a qual são esperados voluntários regularmente. João Branco, Base King Sejong, Península de Barton, Ilhas Shetland do Sul, Antárctida, 08.Fev.2015 Os comentários estão fechados.
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