Pedro Pina, Tuktoyaktuk, Northwest Territories – Canadá, 23 de Julho de 2019 Depois de uma viagem de carro de 150 km desde Inuvik até à costa norte canadiana em Tuktoyaktuk, a que abreviada e vantajosamente falando nos referimos como Tuk, instalamo-nos os quatro (eu, Gonçalo Vieira, Pedro Freitas e Daniel Pinheiro) numa das casas alugadas pelos Natural Resources Canada com quem estamos a colaborar nesta campanha. Permitiu-nos rever ou conhecer novos colegas, bem como saber os seus interesses de investigação e áreas de trabalho. Os levantamentos com drone nesta primeira estadia aqui em Tuk foram feitos com o ebee clássico, que conseguimos adquirir em 2014 no âmbito da campanha de crowdfunding 3D Antártida (link: https://www.facebook.com/3dantartida/) e que continua ainda a dar muito boa conta de si. O outro drone que também trouxemos (ebee plus) teve uma avaria e ficou a reparar em Edmonton, esperando que ainda o consigamos utilizar nesta campanha, pois consegue identificar com precisão a localização das fotos que tira sem necessitar de ter pontos de controlo no solo (designa-se esta técnica por rtk) e também de fazer voos de maior duração. O ebee clássico precisa mesmo desses pontos de controlo, obrigando-nos a colocar marcas no solo que serão sobrevoadas pelo drone e cujas localizações são medidas com GPS diferencial. Os vários voos efectuados permitiram-nos cobrir a região mais a sul de Tuk e completar os levantamentos que tínhamos feito no verão de 2018 somente na área urbana. As áreas sobrevoadas desta vez são sobretudo áreas industriais na periferia sul de Tuk. Antes da abertura da estrada desde Inuvik em finais de 2017, estas áreas ficavam nos seus confins, pois o acesso era somente efectuado mais a norte por barco ou por avião. Agora são o primeiro contacto para quem entra em Tuk por estrada, sobretudo auto-caravanas e motas, mas também bicicletas! São, no entanto, poucas, mas há mesmo quem venha a pedalar, sabe-se lá de onde, até ao oceano Ártico. Como os vários sítios em que nos fomos instalando ao longo dos dias para voar o drone ficavam relativamente perto da estrada, e também porque o relevo aqui é praticamente todo plano, verificámos que o movimento motorizado, em relação ao ano passado, aumentou bastante. Estes primeiros dias de trabalho foram intensos e sobretudo extensos. Os dias aqui perto dos 70º de latitude, nesta altura do ano, não têm praticamente noite, ou seja, as 24 horas de luz permitem-nos ficar na rua bastante mais tempo do que se estivéssemos por exemplo em Portugal. No entanto, não abusamos totalmente dessa oferta luminosa, pois o sol ao baixar no horizonte ao longo do dia começa a criar sombras cada vez maiores. Como não nos interessa nada que elas possam mascarar zonas de interesse nas imagens, acabamos por ter de parar. E obviamente porque também precisamos de ir recarregar as nossas baterias.
Foi um bom início de campanha, na maioria dos dias com vento aceitável para voar o drone, com muitos novos dados. Mas as nossas expectativas estão a aumentar, pois iremos em seguida de avião até Paulatuk, uma aldeia costeira situada a cerca de 400 km a Este de Tuk, para nos próximos dias continuarmos as nossas actividades voadoras.
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