Adriana Rego A campanha de amostragem do projecto ARTICOMICS iniciou-se após um ano de espera, a dia 24 de junho de 2022, em Svalbard, um arquipélago norueguês situado em pleno Oceano Árctico.
Este projecto foca-se no estudo de biofilmes de cianobactérias de ambientes polares. As cianobactérias são um grupo de bactérias fotossintéticas, que estão envolvidas em vários processos essenciais a nível do ecossistema, como a produção de oxigénio e fixação de azoto, assim como a produção de compostos naturais para a sua própria protecção, os quais são chamados de metabolitos secundários. Estes metabolitos secundários possuem recorrentemente propriedades bioactivas e novidade química. Neste projecto pretendemos estudar as cianobactérias e os seus metabolitos secundários, usando metagenómica, a partir de amostras ambientais enriquecidas, recolhidas na região de Svalbard. O plano de amostragem inclui 4 regiões distintas, incluindo o vale Sassendalen, o glaciar Foxfonna, e ainda as regiões de Adventdalen e Bjørndalen. Com a colaboração da Lise Øvreås (https://www.uib.no/en/persons/Lise.%C3%98vre%C3%A5s), a primeira semana da campanha foi realizada na região de Adventalen, nas proximidades da lagoa Pingo. No total 8 amostras de biofilmes de cianobactérias foram recolhidas, as quais foram posteriormente observadas ao microscópio no centro universitário de Svalbard (https://www.unis.no/). As próximas semanas serão dedicadas à continuação das amostragens pelos locais referidos!
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Catarina Magalhães, Eva Lopes e Miguel Semedo Após uma curta viagem até à estação KB3, começámos o trabalho a bordo para recolher amostras de água a seis profundidades diferentes, desde a superfície até ao fundo (5 m, 15 m, 25 m, 50 m, 150 m, 300 m). As primeiras amostras são recolhidas com as garrafas de Niskin. A água recolhida é separada no local para as diferentes análises a ser feitas posteriormente no laboratório, nomeadamente medições de carbono inorgânico dissolvido, matéria orgânica dissolvida, isótopo de 18O, nutrientes, e análise taxonómica de fitoplâncton. Para além destas amostras, também é recolhida água para posterior filtração e análise de clorofila-a, carbono e nitrogénio orgânico particulado, e análise genómica da comunidade microbiana. De forma a aproveitar ao máximo os recursos e ter uma visão integrada da cadeira trófica planctónica, também são efetuados lançamentos de uma rede WP2 para capturar zooplâncton e posterior análise taxonómica e genómica em três camadas de profundidade (0-50 m, 50-100m, e 100-300m). Para além de todas estas amostras, é também feito um perfil de CTD ao longo de toda a coluna de água para registar a temperatura e salinidade. São também efetuadas medições de luminosidade nas camadas superficiais.
Catarina Magalhães, Eva Lopes e Miguel Semedo No dia 20 de Junho chegou a Ny-Ålesund a 1º investigadora do CIIMAR “Eva Lopes” e a 27 de Junho o 2º investigador do CIIMAR “Miguel Semedo”. Depois da chegada a Longyearbyen, a Eva e o Miguel embarcaram num voo da “Lufttransport”, numa pequena avioneta que transporta um pequeno grupo de investigadores de Longyearbyen para a estação científica. Durante este voo as paisagens são deslumbrantes e é possível ver alguns dos glaciares cuja dimensão tem diminuído nas últimas décadas, embora o voo seja de curta duração, cerca de meia hora entre Longyearbyen e Ny-Ålesund. Após a chegada a Ny-Ålesund o trabalho teve logo início com a preparação de todo o material para as amostragens nos dias seguintes. Devido a constrangimentos das condições do tempo, a primeira campanha aconteceu apenas no dia no dia 24 de junho, onde a investigadora do CIIMAR Eva Lopes, juntamente com o investigador do NPI, Dr. Philipp Assmy, fizeram a recolha de amostras de água, sendo este o primeiro transect realizado da temporada. As estações (KB8, KB5 e KB4), são as mais próximas dos glacieres, de avistam inúmeros icebergs à deriva. A estação científica de Ny-Ålesund está muito bem equipada com tudo o que é necessário para que os investigadores consigam desenvolver todas as atividades de investigaçã. A estação inclui laboratórios equipados, barcos científicos com equipamento oceanográfico, bem como áreas de trabalho. Temos ainda acesso a uma cantina com todas as refeições diárias incluídas, ginásio, e quartos com o conforto necessário para passarmos umas noites tranquilas de descanso. Para além de tudo isto, a presença simultânea de investigadores polares de todo o mundo, de diversas áreas de investigação, permite trocas de conhecimento constantes e enriquecedoras. Não há uma refeição na cantina comum em que não se aprenda algo de novo, quer seja sobre pássaros do ártico, ciência atmosférica, fitoplâncton, zooplâncton, ecologia microbiana, etc. Para além disso, às terças-feiras à noite, quem está presente na base, investiagadores ou não, são convidados a assistir a um seminário sobre os trabalhos desenvolvidos pelos investiagador que se encontram na estação cientifica, onde se verifica um grande interesse da comunidade pelos trabalho uns dos outros.
Catarina Magalhães, Eva Lopes e Miguel Semedo A Campanha do Projeto TINYARCTIC “Decifrar o Microbiome Planctónico e as suas Funções num Ártico em Mudança” já está a decorrer com investigadores do CIIMAR a desenvolver atividades de campo na estação científica de Ny-Ålesund localizada no arquipélago de Svalbard. As atividades do projeto TINYARCTIC estão integradas no programa semanal de monitorização do Kongsfjordanque, que está a decorrer durante o período de Maio a Agosto de 2022, liderado pelo Programa Polar Norueguês (NPI). No âmbito do projeto TINYARCTIC os investigadores do CIIMAR estão a participar nas campanhas de monitorização planctónica semanais, sendo responsáveis pela colheita e processamento de todas as amostras de genómica para os estudo da diversidade e função dos microbiomas planctónicos utilizando técnicas de sequenciação de nova geração. A campanha de 2022 irá adicionar mais um ano de dados dos microbiomas planctónicos na região de Kongsfjordan sujeita a alterações drásticas causadas pelas alterações climáticas. Os dados da campanha de 2022, juntamente com os que foram obtidos nos outros anos do programa de monitorização (Desde 2016) estão a gerar um conjunto único de dados do microbioma do Oceano Ártico a uma escala temporal alargada, fornecendo novos conhecimentos acerca da resposta do microplâncton do Ártico ao aquecimento global. |
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