A CAMPANHA
PROPOLAR 2011-2012
Novembro de 2011 a Abril de 2012
PROPOLAR 2011-2012
Novembro de 2011 a Abril de 2012
14-02-2012
Estes últimos dias têm sido movimentados. Finalizámos o trabalho em Barton e despedimo-nos dos nossos colegas coreanos que tão bem nos receberam. Por questões de logística tivemos de parar duas noites na base uruguaia Artigas antes de chegar à base Argentina Jubany, onde temos estado a trabalhar nos últimos dias. Em Artigas conseguimos fazer algum reconhecimento para campanhas futuras e ainda tivemos tempo de auxiliar os colegas brasileiros na manutenção de um sensor deles. A estadia em Artigas, apesar de curta, foi muito boa e também fomos muito bem recebidos. Quase parece haver uma competição não escrita entre bases para ver qual consegue ser mais hospitaleira. Chegamos a Jubany (base argentina na península de Potter, ilha King George) depois de uma curta viagem no navio brasileiro Maximiano. O desembarque foi quase à meia-noite, com ondulação forte, ventos fortes e visibilidade reduzida. Podemos dizer que sentimos emoções fortes quando a água começou a entrar a jorros pelo zodiac dentro, mas chegámos vivos e sem problemas. Os nossos colegas brasileiros Filipe Simas e Karoline Delpupo já seguiram para casa, mas foram substituídos por dois outros colegas brasileiros, o André (Geógrafo) e o David (montanheiro) que tem trabalho a fazer em Potter. Temos tido dias com algum mau tempo, tempestades, chuva, neve e ventos fortes, mas continuamos a seguir até aos lagos destas penínsulas para recolher testemunhos do passado, com o nosso mini Beagle ao lado. Os sedimentos desta península têm-se mostrado terríveis de trabalhar, pois são muito argilosos e conseguem fazer muita sucção no nosso equipamento e quase não o conseguimos recuperar. Mesmo assim já conseguimos 3 cores de diferentes lagos. A vida na base Jubany é bastante diferente da vida na base coreana. Não há algas na alimentação e os horários são mais maleáveis para poder acomodar o trabalho de mais de 40 cientistas que aqui trabalham. O facto de todos falarmos um pouco de espanhol ajuda a transpor as diferenças culturais e à mesa temos sempre boas conversas. Hoje estivemos em campo a movimentar o mini Beagle (o nome de baptismo do nosso querido bote), mas os ventos obrigaram-nos a parar o trabalho. Mesmo com mochilas de 13 quilos o vento empurrava-nos e forçava-nos a caminhar dobrados. Se em terra não conseguimos estar quietos seria impossível estabilizar o barco nos lagos. Mas seremos persistentes! Conseguimos ainda passar perto de um sector com permafrost exposto. O permafrost ao descongelar fica exposto pois o terreno fica saturado em água e desliza sobre a parte ainda sólida, o que resulta numa lenta escoada de lamas. Foi uma visão inesperada, mas muito apreciada pelo grupo. João Agrela, Ilha King George Os comentários estão fechados.
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Março 2012
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