A CAMPANHA
PROPOLAR 2011-2012
Novembro de 2011 a Abril de 2012
PROPOLAR 2011-2012
Novembro de 2011 a Abril de 2012
04-01-2012
Chegámos a Livingston pelas 24h na passagem de 3 para 4 de Janeiro. A ilha é bastante maior do que eu e o João prevíamos. E consideravelmente mais branca e bastante azul, quando a vimos pela manhã. Pelo caminho ficou o Drake e entre nós não fez vítimas graves. Deu-nos uma sova considerável e conseguiu fazer-nos agarrar aos beliches para não cairmos deles abaixo nas vagas (5 metros, coisa pouca para o Drake). Os comprimidos para o enjoo foram nossos valiosos aliados. De manhã aguardamos em frente à base espanhola Juan Carlos I, onde o Las Palmas tinha ancorado para “pernoitar” e pouco tempo depois chegou um Zodiac com dois alegres Búlgaros dentro. Eram eles o Roman, responsável pelas embarcações e coordenador de operações por mar, e o Bojo, assistente de campo. Embarcamos no Zodiac, e despedimo-nos da tripulação do Las Palmas e colegas cientistas. Todos nos receberam muito melhor do que esperávamos e foi um prazer a viagem (antes e depois do Drake). Ao desembarcar em frente à base Búlgara fomos recebidos por todos os membros da base e por dois Portugueses, colegas do projecto Penguin que já estavam na base desde 14 de Dezembro. Todos pareciam uma família e fomos recebidos por essa família de braços abertos. Disseram imediatamente para dispormos de toda a base e para não hesitarmos em pedir ajuda. A Antárctida obriga a que os níveis de voluntarismo e de simpatia para com o outro disparem, pois aqui não há espaço para brigas. O comandante da base que estaria responsável por nós afinal veio connosco o tempo todo no Las Palmas, seria mesmo o nosso cozinheiro, Koko. Após desembarcarmos mostraram-nos as nossas instalações. Modestas, mas muito aprazíveis e infinitamente mais confortáveis que o beliche abordo do Las Palmas. Ficaríamos na Casa Espanhola, passamos de búlgaros no barco espanhol para espanhóis na base búlgara. De seguida a pousarmos as mochilas e malas fomos ajudar no desembarque de comida e do nosso cozinheiro/chefe de base. De seguida houve despedidas de parte do efectivo da base búlgara, que iria regressar a casa. Neste momento os laços de companheirismo polar manifestaram-se e tanto búlgaros como portugueses se despediram com abraços sentidos pelo tempo passado em campanha, sofrendo juntos no frio e rindo juntos no quente ao fim do dia. Após as despedidas tivemos ainda tempo de ajudar no desembarque da nova igreja para a base. Esta base possuí a igreja mais a sul do planeta e os búlgaros fazem esforços por a manter para a prática religiosa e como tributo ao passado da base. Esta tarefa foi difícil, pois a igreja veio literalmente em peças numa lancha de desembarque argentina que não conseguia chegar perto da praia por causa dos escolhos. Tivemos de vestir fatos viking (fatos de corpo inteiro impermeáveis, selados e extremamente resistentes ao frio) e fomos para dentro do mar, fazendo uma ponte humana com os búlgaros por onde desfilavam as peças (algumas bem pesadas) da igreja. Finalmente, e após todos estes desembarques e ajudas e lições fortes de companheirismo, fomos fazer um reconhecimento das nossas áreas de trabalho. No fim do dia, jantámos pela primeira vez com os colegas búlgaros e descansámos. Os comentários estão fechados.
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Março 2012
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