A CAMPANHA
PROPOLAR 2012-2013
Novembro de 2012 a Março de 2013
PROPOLAR 2012-2013
Novembro de 2012 a Março de 2013
A cada dia que passa a noção de “aventura” torna-se mais intensa. Ontem, foi o ponto alto destes primeiros dias de campanha. Todos os passos do desembarque do navio da armada espanhola Hespérides, que nos transportou desde a ilha King George até à ilha Livingston, até à chegada à base búlgara St. Kliment Ohridski, onde vamos ficar alojados nas próximas 2 semanas, foi uma emoção. Os equipamentos completos de segurança que somos obrigados a vestir cada vez que temos de embarcar/desembarcar em Zodiac (barcos semi-rígidos), limitam-nos grandemente os movimentos, e dão-nos um ar muito desajeitado e patusco – por isso são alcunhados de “Tele-Tubies”. Mas nem diria quando os vi pela primeira vez vestidos na tripulação do navio espanhol, movendo-se com relativa ligeireza. O vestir e despir destes fatos é revestido de toda uma técnica que ainda não domino e que ao mesmo tempo que me desgasta fisicamente também me diverte. Como devem imaginar, mover-me com este equipamento vestido é outra “tortura”. Mas tudo pela nossa máxima segurança! A praia da base búlgara é lindíssima, mas cheia de grandes rochas, que dificultam o acesso das Zodiac. O desembarque deu-se por isso dentro de água, com os homens a segurar no semi-rígido e próximo da zona de rebentação. Eu, que tinha ficado dentro do bote, já não sei porquê achei que deveria fazer contrapeso na outra ponta na tentativa de ajudar a estabilizar o bote: Ao que um dos “gigantes” búlgaros, o Vasco, que vinha connosco e estava dentro de água a segurar o bote me diz no seu arranhado espanhol “no mi amor, tienes que saltar para aqui”, e eu saltei, mas o “para aqui” era para dentro de água e eu apanhei um valente susto pois enquanto ao Vasco a água lhe dava pela barriga, a mim quase me chegava ao pescoço e é claro que só larguei a Zodiac quando a maré recuou e eu me “mandei” literalmente para os calhaus na margem da praia. Depois foi descarregar rapidamente os equipamentos enquanto uns dentro de água seguravam na Zodiac. Construímos um cordão para tirar as coisas rapidamente mas mesmo assim os sacos molharam-se e todos receávamos pelos equipamentos electrónicos, principalmente os computadores. A adrenalina deste desembarque nem deixou saborear a maravilhosa paisagem desta praia, nem cumprimentar os pinguins de barbicha que recebiam tão amistosamente a nossa chegada. Depois de descarregadas as bagagens para a praia, e de terem conseguido devolver ao mar a Zodiac com os dois tripulantes do navio espanhol (que também foi uma aventura com a ondulação), começamos a transportar rapidamente os sacos já bastante molhados para a base. Eu receava não ter roupa para vestir pois no desembarque a minha mala mergulhou totalmente
dentro de água. Apesar de não ser completamente estanque o malão azul lá conseguiu aguentar a coisa, felizmente! Claro que ficamos todos exaustos e o Gonçalo Vieira todo ensopado. Ana Salomé, Ilha Livingston, Arquipélago das Ilhas Shetaland do Sul, Antártida, 30-01-2013 Os comentários estão fechados.
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