Tudo começou por volta de 2004, quando um número de cerca de meia dúzia de investigadores em Portugal, de diferentes áreas científicas, cruzou os seus interesses de investigação nas regiões polares (maioritariamente enquadradas em colaborações internacionais) e reuniram esforços na perspectiva de criação de um programa polar nacional concertado, multi e interdisciplinar. A oportunidade rompia, com os preparativos para as comemorações do IV Ano Polar Internacional 2007-2008 (API), levados a cabo um pouco por todo o Mundo, e a audácia junto com a experiência de alguns dos membros, conduziu à criação de um Comité Português para o Ano Polar Internacional.
Os primeiros apoios institucionais vieram da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, através do Professor João Sentieiro, e do Ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, através do Professor José Mariano Gago. Durante as comemorações do API 2007-2008, Portugal demarcou-se ao nível científico mas também educacional. Houve oportunidade para desenvolver novos projetos, em novas áreas científicas, o que possibilitou o início de carreira para jovens investigadores nacionais, permitiu ampliar colaborações internacionais, consolidar parcerias e representações em diversos organismos internacionais ligados à gestão e coordenação científica e logística nas regiões polares. O projeto educativo LATITUDE60!, com o apoio da Agência Ciência viva, dirigiu-se a todo a sociedade, envolvendo mais de 200 escolas nacionais, mais de 3000 alunos, sendo internacionalmente considerado como um dos mais dinâmicos projetos educativos do API. Permitiu criar uma maior consciencialização nacional para a importância das regiões polares, para a dinâmica e resposta destes ecossistemas às alterações ambientais, e suas repercussões para o planeta. Estava assim desenhada a estratégia para um programa que abraça diferentes campos de ação - investigação de excelência, coordenação e cooperação nacional e internacional (nos diferentes níveis de intervenção), educação/sensibilização, e continuidade geracional. Até hoje, foram mais de 100 os investigadores que já participaram, e muitos continuam e continuação certamente a participar nas campanhas de investigação levadas a cabo pelo PROPOLAR. A história completa, com mais detalhes, pode ser consultada aqui. A cerimónia de comemoração dos 10 anos depois do Ano Polar Internacional "Da Terra australis incognita ao Programa Polar Português”, realizada no dia 13 de Março de 2018, no espaço Caleidoscópio da Universidade de Lisboa, pretendeu homenagear uma das individualidades que ficará na história do que é hoje o Programa Polar Português (PROPOLAR): o Professor João Sentieiro, um confesso apaixonado por este projeto, desde o momento que lhe foi apresentado. O evento foi ainda mote para a inauguração da exposição "Terra Australis: da geografia do imaginário à cartografia do real", composta por 36 imagens que apresentam uma sequência temporal da construção do conhecimento geográfico sobre a Antártida. A exposição está organizada em três momentos : o período que decorre até ao séc. XVIII, marcado pela permanente tensão entre o imaginário do desconhecido e as grandes explorações marítimas; o período «heróico» das grandes expedições ao continente Antártico do século XIX e início do séc. XX; e o período atual, com exemplos recentes de contributos da cartografia científica elaborada pela Bulgária e por Portugal, um dos países com quem temos vindo a colaborar ao nível científico e logístico desde 2005. A exposição estará patente no Espaço Caleidoscópio até ao dia 30 de Março de 2018, podendo ser vista de segunda a sábado, das 9h00 ás 21h00. A entrada é gratuita, mediante apresentação de documento de identificação. Para mais informações contactar para [email protected]. |
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