DIÁRIOS DE CAMPANHA
|
DIÁRIOS DAS ATIVIDADES DE CAMPO DOS PROJETOS DURANTE A CAMPANHA PROPOLAR 2016-2017
Depois de termos arranjado um canto e umas mesas para colocarmos os nossos equipamentos e da breve reunião matinal diária do chefe de base com todos os investigadores responsáveis de projectos para se identificar as actividades (e necessidades) do dia, decidimos fazermo-nos ao campo, na companhia do Pedro Ferreira do projecto GEOPERM, que é geólogo do LNEG, e que tem vindo a elaborar a cartografia geológica desta região. Definimos como zona prioritária do nosso projecto a Meseta Norte da Península de Fildes, onde iremos captar imagens de alta resolução com um drone. Interessa-nos conhecer em pormenor o que se passa à escala centimétrica nalgumas superfícies desta ilha que já não têm gelo (que tipo de solo, de rocha, ou de vegetação por exemplo), para depois podermos perceber o que se passa nas imagens de satélite, que já não permitem distinguir tão bem esses tipos entre si (se por exemplo é musgo ou líquen), mas que permitem estudar áreas maiores porque cobrem regiões bem mais extensas. Ou seja, usamos esta região como uma espécie de laboratório natural para conhecer pormenores da sua superfície que depois poderão ser extrapolados para toda a Península Antártica de forma a perceber a dinâmica actual das regiões livres de gelo e a sua relação com as alterações climáticas. Nesta campanha, daremos uma particular atenção a um padrão natural típico das regiões polares, os círculos de pedras, que se forma e evolui pela dinâmica da camada superficial da superfície. Voltaremos aos círculos mais tarde noutros postes quando já tivermos imagens captadas este ano. Apesar de o tempo estar cinzentão, arriscámos sair e esperar que abrisse um pouco. E assim foi. Voltei à Meseta Norte cinco anos depois. Após uma caminhada de uns bons 2 km desde a base, fizemos um breve reconhecimento e dirigimo-nos para o primeiro ponto de trabalho que tínhamos escolhido no nosso planeamento para prepararmos os voos com o drone. Fizemos somente 2, depois de abrir ligeiramente. Foi curto, pois tínhamos previsto fazermos 5, mas o tempo não permitiu mais a partir de determinada altura. A neblina começou a baixar, o vento a soprar um pouco mais forte e também a nevar. Decidimos regressar à base. Foi pouco mas correu bem, permitindo também avaliar o comportamento do drone que ainda não tinha sido usado aqui em Fildes. Amanhã também haverá dia. E eles são bem longos por aqui nesta altura do ano.
0 Comentários
O seu comentário será publicado depois de ser aprovado.
Deixe uma resposta. |
DIÁRIOS DA CAMPANHA
|